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Estado de Minas

Raquel pede ao Supremo que barre pedido de liberdade de Lula

Raquel Dodge tamb�m sustenta que os desvios praticados pelo ocupante do cargo de presidente da Rep�blica n�o devem ser punidos do mesmo modo que infra��es cometidas por 'qualquer outro agente p�blico'


postado em 31/07/2018 20:54 / atualizado em 31/07/2018 21:28

Para a procuradora, os crimes praticados por Lula tinham a motivação de manter em funcionamento o esquema de cartel e corrupção(foto: Carlos Moura/SCO/STF )
Para a procuradora, os crimes praticados por Lula tinham a motiva��o de manter em funcionamento o esquema de cartel e corrup��o (foto: Carlos Moura/SCO/STF )
Bras�lia - Em manifesta��o de 80 p�ginas encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, se posicionou contra um recurso apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) para suspender a sua pris�o no caso do triplex do Guaruj�. Condenado no �mbito da Opera��o Lava Jato, Lula est� preso desde o dia 7 de abril na superintend�ncia da Pol�cia Federal em Curitiba.

"Luiz In�cio Lula da Silva foi eleito para o mais alto cargo do Executivo Federal com um ferrenho discurso anticorrup��o, alardeando sua honestidade e prometendo combate aos dilapidadores dos cofres p�blicos. Elegeu-se em virtude de sua ret�rica de probidade e retid�o. Tais fatos elevam sobremaneira o grau de censurabilidade da conduta do recorrente e devem ser punidos � altura", escreveu Raquel Dodge.

Para a procuradora-geral da Rep�blica, Lula "n�o apenas orquestrou todo o esquema de arrecada��o de propinas oriundas da Petrobras por diversos partidos, como tamb�m atuou para que seus efeitos se perpetuassem", por meio da nomea��o e manuten��o em cargos de pessoas "comprometidas com atos de corrup��o".

Raquel Dodge tamb�m sustenta que os desvios praticados pelo ocupante do cargo de presidente da Rep�blica n�o devem ser punidos do mesmo modo que infra��es cometidas por "qualquer outro agente p�blico". "A responsabilidade e o poder associados � figura do presidente da Rep�blica n�o apenas sugerem, mas imp�em que eventuais crimes de corrup��o por ele praticados sejam punidos com um rigor acima da m�dia", argumenta.

Para a procuradora, os crimes praticados por Lula tinham a motiva��o de manter em funcionamento o esquema de cartel e corrup��o instalado na Petrobras.

"A danosidade decorrente dos crimes perpetrados por Luiz In�cio Lula da Silva extrapolam os contornos t�picos, bem como alarmam sobremaneira a sociedade, irradiando resultados significativos. Trata-se de crimes que contribu�ram sobremaneira para o descr�dito da sociedade em rela��o a licita��es p�blicas e ao sistema democr�tico, ainda mais considerando o envolvimento do dirigente m�ximo da na��o", afirmou.

Inconformismo

Para Raquel Dodge, o recurso de Lula � inadmiss�vel e est� fundamentado em argumentos que n�o apresentam plausibilidade jur�dica. Para Raquel, a defesa do petista demonstra inconformismo com a decis�o do Tribunal de Regional Federal (TRF-4), que o condenou por unanimidade por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro e aumentou a pena que havia sido fixada pelo juiz federal S�rgio Moro.

"Pesando de maneira intensa contra o recorrente grav�ssimas e in�meras consequ�ncias judiciais, as quais n�o encontram precedentes no sistema jur�dico brasileiro, a san��o penal fixada no ac�rd�o recorrido deve ser mantida, vez que se mostra mais proporcional e adequada � preven��o e repress�o do crime", observou Raquel Dodge.

A procuradora-geral apontou ainda que a decis�o un�nime do TRF-4 foi tomada a partir de "uma ampla gama de material" de provas coletadas ao longo da investiga��o.

"No caso ora sob exame, h� material probat�rio farto nos autos da a��o penal no sentido de que o Grupo OAS concedeu a Luiz In�cio Lula da Silva da Silva a posse e propriedade de fato apartamento 164-A, triplex, no Condom�nio Solaris, bem como a respectiva reforma para adapt�-lo aos interesses do benefici�rio", apontou Raquel.

Inelegibilidade

Na v�spera do recesso do Judici�rio, o ministro Edson Fachin, do STF, deu um prazo de at� cinco dias para a defesa de Lula esclarecer se quer ou n�o que a Corte discuta neste momento a quest�o de inelegibilidade, dentro da peti��o que trata do pedido de liberdade do petista. Os prazos processuais voltam a contar a partir desta quarta-feira, 1, com a retomada dos trabalhos do STF.

Em tese, ao analisar a suspens�o dos efeitos da condena��o do petista, o plen�rio do Supremo poderia se debru�ar n�o apenas sobre a sua liberdade, mas tamb�m sobre suas condi��es de disputar a Presid�ncia da Rep�blica.

No m�s passado, ao final da �ltima sess�o plen�ria do primeiro semestre, Fachin comunicou aos colegas que, ap�s liberar para pauta do plen�rio o pedido de liberdade do ex-presidente, a defesa do petista entrou com recurso contra sua decis�o de tirar o caso da Segunda Turma.

Procuradas, a defesa do ex-presidente Lula e a assessoria do Partido dos Trabalhadores n�o retornaram contato da reportagem at� a publica��o desta mat�ria.

(Rafael Moraes Moura e Teo Cury)


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