Lacerda declarou a sua disposi��o de ir � conven��o estadual amanh� por consider�-la soberana, determinado a homologar a indica��o de seu nome para a sucess�o estadual. Ele classificou de “truculento”, “antidemocr�tico” e “injusto” o acordo nacional entre PT e PSB – pelo qual o PSB em Minas e o PT em Pernambuco retiraram as candidaturas aos governos estaduais e os socialistas mant�m a neutralidade na disputa presidencial.
A disputa tende a ser judicializada, j� que Lacerda anunciou a inten��o de lutar “at� o fim” por sua candidatura. Em nova investida no in�cio da noite de ontem, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, comunicou ao Tribunal Regional Eleitoral a destitui��o da comiss�o provis�ria do partido em Minas e a nomea��o de outra, presidida por Ren� Vilela e ligada ao deputado J�lio Delgado, advers�rio pol�tico do ex-prefeito e contr�rio � candidatura dele.
Sem deixar barato, Lacerda contestou a vers�o de Siqueira: “Jamais houve acordo para manter uma candidatura de apar�ncias. Tanto que, ap�s este encontro, mantive a minha agenda de pr�-candidato. Visitei quase 200 cidades, neste per�odo de pr�-campanha”, afirmou em nota, acrescentando que, mesmo face ao notici�rio nacional de que seria vice na chapa de Ciro Gomes (PDT), manteve a sua pr�-candidatura e intensificou as negocia��es. Lacerda, que tinha a garantia de apoio do Pros e do PDT – e fechara na manh� de anteontem os detalhes da coliga��o com MDB, PV, Podemos e PRB, dialogava com o pr�-candidato do DEM Rodrigo Pacheco e o PP no exato momento em que Siqueira chegou em BH para inform�-lo da decis�o nacional.
Estava no seu melhor momento de maior desenvoltura da pr�-campanha, prestes a fechar a coliga��o que lhe garantiria o maior tempo de TV entre todos os candidatos, dando robustez � possibilidade de constru��o de uma terceira via � polariza��o entre as candidaturas do PT, do governador Fernando Pimentel e do PSDB, do senador Antonio Anastasia. “Nossa candidatura crescia e se fortalecia como terceira via muito vi�vel dentro da tradicional polariza��o entre PT e PSDB que vem infelicitando Minas j� h� bastante tempo”, afirmou Lacerda.
Ainda que Lacerda venha a confirmar na Justi�a a sua candidatura, ele admitiu que a movimenta��o do PSB nacional gerou inseguran�a para as coliga��es. Apesar disso, afirmou que PDT e Pros mantinham o apoio ao seu nome. Lacerda garantiu que em hip�tese alguma apoiar� o PT. Mas candidato ou n�o, disse que se envolver� na campanha, sinalizando, sem nominar, que apoiaria uma “terceira via” se n�o puder concorrer.
‘PODER DE APROVAR’ Segundo Siqueira a resolu��o aprovada no 14º Congresso Nacional do PSB, em mar�o, d� � dire��o nacional poder de aprovar ou n�o as coliga��es em cada estado. “S�o coliga��es que t�m de acontecer no campo da centro-esquerda. Em todas as elei��es, esse procedimento se repete, inclusive, em 9 de julho, enviei carta a todos os diret�rios solicitando que encaminhassem as coliga��es em curso para an�lise da nacional e aprova��o”, disse.
Mas, para o especialista em direito eleitoral Jo�o Batista de Oliveira, a conven��o partid�ria � soberana e ningu�m pode anul�-la, nem o diret�rio nacional o que permite a Lacerda manter a candidatura, j� que, se desconhece que o congresso do PSB tenha publicado norma com essas informa��es. “E se n�o publicou, n�o tem validade alguma. Haver� a candidatura de Lacerda”, avaliou.