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Estado de Minas ENTREVISTA

'Alian�as levaram Pa�s ao fundo do po�o', diz Marina Silva

Marina Silva disse que est� buscando composi��es que sejam coerentes com um princ�pio de uma composi��o democr�tica e program�tica


postado em 03/08/2018 08:30 / atualizado em 03/08/2018 08:58

Marina Silva(foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
Marina Silva (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)

A pr�-candidata � Presid�ncia pela Rede, Marina Silva, conseguiu levar nesta quinta-feira, 2, um partido para seu palanque, o PV, mas ainda est� distante de outros candidatos no tempo de TV e recursos para campanha. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ela afirmou que foram justamente essas alian�as com outros partidos, sem um olhar "program�tico", que levaram o Pa�s ao "fundo do po�o".

Questionada se n�o seria ut�pico governar sem uma base aliada no Congresso, Marina disse que ut�pico � achar que essas alian�as, como a de Geraldo Alckmin (PSDB) com o Centr�o, v�o salvar o Pa�s. A presidenci�vel defendeu ainda as reformas administrativa e da Previd�ncia, com "redu��es necess�rias" nos minist�rios e fim de privil�gios na aposentadoria, mas n�o especificou propostas.

Por que foi t�o dif�cil conseguir alian�as?

Estamos buscando composi��es que sejam coerentes com um princ�pio de uma composi��o democr�tica e program�tica. Mas a composi��o do governo n�o ser� apenas com lideran�as partid�rias. Existem muitas pessoas boas na iniciativa privada, nos movimentos sociais, dentro da academia, em muitos setores. No entanto, o foco fica nos partidos. Vamos trabalhar a partir do programa com uma composi��o diversificada, al�m dos partidos.

A sra. acha que essa dificuldade de fechar alian�a neste momento eleitoral possa comprometer a governabilidade depois?

Fui ministra e consegui dialogar com pessoas dentro do Congresso de diferentes partidos e gra�as a essa capacidade de di�logo aprovamos todas as leis importantes e necess�rias para as grandes quest�es da agenda ambiental do per�odo que fui ministra. Dialogando com pessoas de todos os partidos.

Governar sem uma base consolidada e com apenas dois parlamentares � ut�pico?

Acho mais ut�pico achar que esses que j� formaram alian�a v�o resolver os problemas do Brasil. Porque foram exatamente essas alian�as que tanto apostam como a solu��o da lavoura que levaram o Brasil parra o fundo do po�o. O que est� sendo dito, na verdade, � que ou cada candidato tem um Centr�o para chamar de seu ou esse Pa�s n�o tem solu��o. � preciso que se crie uma descontinuidade produtiva na pol�tica brasileira. Quem � que d� tanto poder a alguns atravessadores dos sonhos e dos interesses do Brasil? Est� sendo dito que, como nem todo mundo fechou alian�a como Alckmin, ent�o esquece, voc� n�o tem condi��o de ser candidato, governar. Est�o subtraindo a popula��o brasileira, que est� dizendo exatamente o contr�rio, que n�o quer mais isso. Ser� que ningu�m est� percebendo que quase metade (da popula��o) n�o quer votar? Ser� que n�o quer pelos erros que foram cometidos, alian�as que foram feitas? Em 2014, um bloco semelhante foi constitu�do, ganhou as elei��es com todos esses requintes de governabilidade, e levou o Pa�s para o fundo do po�o.

A sra. concorda com a avalia��o do ministro Luiz Fux (TSE) de que Lula � ineleg�vel? Como v� a estrat�gia do PT de insistir no nome do ex-presidente?

A Lei da Ficha Limpa diz que n�o pode (a candidatura do ex-presidente) e � isso que eu digo o tempo todo. N�o se pode ter dois pesos e duas medidas. A lei j� foi aplicada para outras circunst�ncias, e n�o � em fun��o da popularidade, tem de ser em fun��o da legalidade. A gente fala de estabilidade jur�dica para tanta coisa. � preciso que essa estabilidade tamb�m se coloque no processo eleitoral. Num Pa�s com a crise que estamos vivendo � fundamental que o processo pol�tico n�o fique sendo o tempo todo interditado porque esquecemos que a lei deve obedecer o princ�pio da legalidade e n�o ficar sujeita � personalidade que est� sendo julgada.

A lei hoje est� sendo aplicada com dois pesos e duas medidas?

Os que n�o t�m foro privilegiado est�o pagando por seus erros. Os que t�m foro est�o impunes, escondidos dentro dos cargos p�blicos. N�o tem um peso e uma medida. Por isso que a pris�o em segunda inst�ncia deve ser combinada ao fim do foro privilegiado.

A sua vis�o do agroneg�cio mudou desde que era militante ambientalista at� hoje?

N�o mudou, sempre defendi que a economia e a ecologia n�o s�o antag�nicas. Sempre defendi que o agroneg�cio brasileiro � importante, estrat�gico para a gera��o de novos empregos. Sempre defendi que nossa balan�a comercial pode ser pr�spera, ter grande produtividade sem precisar destruir floresta, nascentes, acabar com as bases do seu pr�prio desenvolvimento.

Sobre a reforma da Previd�ncia, quais termos a sra. Defende?

Temos de ter, sim, uma reforma da Previd�ncia, mas queremos fazer o debate, ouvir a sociedade e especialistas.

No per�odo eleitoral j� n�o devia ser apresentada uma proposta mais concreta?

Ser� que voc� vai mesmo resolver durante a elei��o uma proposta de come�o, meio, fim? Voc� coloca com transpar�ncia quais s�o as diretrizes e a partir delas o povo vai saber que caminho vai tomar na hora da efetiva��o.

O economista Eduardo Giannetti disse que "temos uma aberra��o na Previd�ncia, que o corporativismo est� asfixiando o Brasil". Qual sua avalia��o?

Existem muitas distor��es no setor p�blico e privado. Quando voc� pensa no setor privado e vai para o p�blico, h� distor��es enormes e obviamente que elas precisam ser corrigidas. Mas � bom que o Giannetti falou isso no contexto da Previd�ncia, mas combate os privil�gios em todos os n�veis. Fala tamb�m dos privil�gios das isen��es fiscais, do Refis, que acabam criando problemas igualmente graves para os cofres p�blicos. Quando voc� isola apenas um setor, aparece que os demais podem continuar imunes e impunes a qualquer tipo de corre��o e cr�tica. O nosso olhar � para que se tenha uma a��o criteriosa no combate aos privil�gios, n�o somente usando alguns como bode expiat�rio. � preciso, sim, combater privil�gios dentro da reforma da Previd�ncia, debatendo de forma transparente.

Como fundadora da CUT no Acre, o que acha do fim do imposto sindical?

O que eu acho � que se fez uma mudan�a em um ponto no sistema sindical, retirando a obrigatoriedade, mas n�o se cuidou para ver como daqui para frente os sindicatos n�o ser�o completamente fragilizados. Modernizou, mas deixou no v�cuo como pode ser efetivo daqui para frente.

A sra. pretende fazer uma reforma administrativa?

Estamos apostando muito na avalia��o de desempenho. E falo isso com muita tranquilidade porque, quando fui ministra, iniciamos a avalia��o de desempenho de determinados projetos que muitas vezes s�o gerenciados por pessoas normais. Tem de ter, sim, um olhar para a gest�o p�blica, no quesito n�o permitir que a m�quina seja t�o inchada no fisiologismo. Mas n�o � uma brincadeira de mam�e mandou dizer que eu corte aqui, voc� tem que ter um olhar sobre o conjunto.

A sra. pretende cortar minist�rios?

Pretendo fazer redu��o necess�ria para o tamanho necess�rio do Estado com efici�ncia.


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