
O fim do prazo das conven��es partid�rias ontem definiu o cen�rio das elei��es deste ano com a indica��o dos �ltimos candidatos a vice. Os outros oito foram confirmados no s�bado. Embora sem prolifera��o de outsiders, como inicialmente previam os analistas pol�ticos, a disputa caminha para ser uma das mais fragmentadas, reunindo o maior n�mero de candidatos desde 1989, que teve 22 nomes na urna.
No total, 13 candidatos foram oficializados por seus partidos, que t�m at� o dia 15 deste m�s para registrarem as chapas.

O n�mero � superior � elei��o de 2014, quando 11 disputaram a Presid�ncia, e dois a mais que em 1998. Mesmo confirmados nas conven��es, os candidatos ainda podem deixar a disputa ou ter o seu nome trocado pelo partido at� a v�spera das elei��es.
� o que deve ocorrer, por exemplo, com a candidatura do PT. Condenado em segunda inst�ncia a 12 anos e um m�s de pris�o no caso do triplex no Guaruja (SP) e enquadrado na Lei da Ficha Limpa, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva deve ter seu nome trocado caso a Justi�a Eleitoral negue o seu registro de candidato.
Neste caso, o ex-prefeito de S�o Paulo Fernando Haddad, indicado ontem como vice, assume a cabe�a de chapa. Com isso, a ex-deputada Manuela D’�vila (PCdoB), que ontem desistiu de sua candidatura, pode ser a candidata a vice de Haddad.
Lula indica seu plano B
O PT anunciou oficialmente no in�cio da madrugada de hoje o nome do ex-prefeito de S�o Paulo Fernando Haddad (foto) para vice na chapa do ex-presidente Lula. E ainda confirmou o apoio da ex-deputado Manuela D’�vila, que retirou sua candidatura � Presid�ncia. Mais cedo, Lula enviou carta � executiva nacional do partido indicando Haddad e sugerindo articula��o com Manuela. A articula��o com o PCdoB mira tamb�m a prov�vel impugna��o da candidatura de Lula pelo Tribunal Superior Eleitoral. Neste caso, Manuela poder� ser vice de Fernando Haddad, que passaria ent�o a ser o cabe�a de chapa do PT nas elei��es presidenciais. Lula est� enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que pro�be candidaturas de condenados em segunda inst�ncia.
O ex-presidente est� preso desde 7 de abril na sede da Pol�cia Federal, em Curitiba, cumprindo pena de 12 anos e um m�s de pris�o por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guaruj� (SP) pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Regi�o (TRF-4). Ontem, o PCdoB informou que a candidatura de Manuela ser� o sindicalista Adilson Ara�jo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
A decis�o foi formalizada durante reuni�o do comit� central do partido, em S�o Paulo. Dirigentes do partido, entretanto, mant�m aberta a possibilidade de compor com o PT. O objetivo do PCdoB eram unificar o campo da esquerda, mas as articula��es com o PDT tamb�m n�o avan�aram. O partido lan�ou o ex-governador do Cear� Ciro Gomes � Presid�ncia da Rep�blica. Ciro tamb�m n�o se acertou com o PT, pelo contr�rio, houve troca de cr�ticas entre os dois partidos.
General ser� vice de capit�o
O general da reserva e presidente do Clube Militar, Hamilton Mour�o (foto), do PRTB ser� o companheiro de chapa do candidato do PSL � Presid�ncia da Rep�blica. Ele informou que recebeu e aceitou o convite e pouco depois, portanto, foi oficializado candidato a vice durante conven��o nacional do PRTB. Mour�o disse estar lisonjeado por participar da disputa com Bolsonaro: “Estou honrado e muito feliz por receber esse convite. Agora, � participar com Jair Bolsonaro da campanha e percorrer o pa�s”. Mour�o fez reuni�o de trabalhos com aliados para discutir sua participa��o na campanha presidencial. O nome dele chegou a ser anunciado por Bolsonaro no m�s passado, em evento p�blico em Rio Verde, em Goi�s. Mas, na ocasi�o, a c�pula do PRTB se manifestou contra a alian�a com o PSL. Em entrevista em 26 de julho, o general da reserva disse que a campanha do PSL era marcada por radicalismo nas ideias, um postura que ele chamou de “bo�al.”
Hamilton Mour�o foi a quarta op��o de Jair Bolsonaro em sua chapa. O candidato do PSL j� havia recebido negativas do senador Magno Malta (PR) e da advogada Janaina Paschoal. Tentou tamb�m atrair o general da reserva Augusto Heleno (PRP), mas o partido rejeitou a alian�a. Jana�na alegou quest�es familiares e descartou ser vice, enquanto o PR de Malta fechou alian�a com o Centr�o, que apoiar� o candidato do PSDB � Presid�ncia, Geraldo Alckmin. Na conven��o do PRTB em S�o Paulo, Mour�o defendeu o “bem comum do povo brasileiro, a defesa da integridade do patrim�nio, onde haja oportunidade para todos e todos ascendam pelos seus pr�prios meios. E n�o por esmolas. Onde o banditismo, a criminalidade seja banida, e que possamos andar livremente pelas ruas do nosso pa�s.”
Ciro escolhe Ruralista
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, anunciou o nome da senadora K�tia Abreu (foto), do PDT do Tocantins, como vice na chapa de Ciro Gomes para a disputa presidencial. A escolha da chapa “puro-sangue” ocorre depois de uma semana de seguidos reveses para o pedetista. O ex-ministro estava em negocia��o avan�ada para compor com o PSB, mas a executiva nacional dos socialistas acertou com o PT neutralidade do partido na corrida ao Pal�cio do Planalto em troca de acordos estaduais. Historicamente ligada � bancada ruralista, K�tia Abreu foi eleita por Tocantins pelo DEM (ent�o PFL) em 2006. Quando Dilma assumiu o Planalto, em 2011, as duas se aproximaram. J� pelo MDB, em 2014, ela foi reeleita para o cargo e nomeada ministra da Agricultura.
Durante o processo de impeachment de Dilma, K�tia Abreu se tornou uma das mais ferrenhas defensoras da petista. O apoio incondicional � presidente, entretanto, mesmo depois do impeachment, levou o MDB a expuls�-la em 2017. Em mar�o deste ano, ela se filiou ao PDT para disputar a elei��o suplementar do governo do Tocantins. Mas na corrida extempor�nea ficou em quarto lugar, com 15,66%. Antes de ser confirmada vice, ela pretendia concorrer ao Senado em outubro outra vez. Na elei��o estadual, Lula enviou carta de apoio � candidatura de K�tia, mesmo sem o PT fazer parte formalmente da chapa.
A indica��o de K�tia Abreu p�e fim � possibilidade de Ciro Gomes compor com o PT, o que indicava que j� seria uma parceria invi�vel, por causa das cr�ticas m�tuas dos dois partidos. No sab�do, em BH, por exemplo, o candidato do PDT criticou a alian�a nacional entre PT e PSB. Chamou o acordo de “conchavo de gabinete” e diz o ex-presidente Lula fez “bobagem”.
'Puro-sangue' no MDB
O candidato � Presid�ncia da Rep�blica Henrique Meirelles (MDB) confirmou a indica��o do ex-governador do Rio Grando do Sul Germano Rigotto (foto) como vice em sua chapa “puro-sangue”, j� que o ga�cho � filiado ao MDB tamb�m. Meirelles afirmou que foi uma “escolha pessoal”. Os dois estiveram na conven��o estadual do MDB ga�cho, em Porto Alegre. Foi a primeira agenda conjunta dos candidatos. Meirelles afirmou que o ex-governador ga�cho foi a primeira pessoa que ele convidou para a vaga de vice-presidente. “Contemplamos algumas possibilidades e conclu� que o melhor seria o Rigotto. Foi uma escolha pessoal”, disse. Meirelles foi bastante aplaudido pelos militantes e at� arriscou dan�ar ao som do jingle Chama o Meirelles. O teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa, estava lotado.
Em seu discurso, Meirelles disse que quer “resgatar a confian�a do brasileiro” e que, para isso, tem ao seu lado “um brasileiro que far� grande diferen�a nessa caminhada”. “� uma honra ter Rigotto ao meu lado, um homem que se pauta pela experi�ncia e compet�ncia”, disse o candidato. “Eu e Rigotto vamos rodar o Brasil inteiro, modernizar o pa�s, fazer muita coisa nova e melhorar o que j� est� funcionando bem”, discursou Meirelles.
Germano Rigotto destacou em sua fala seu desejo de que o MDB tivesse candidatura pr�pria � Presid�ncia e criticou a decis�o que ele chamou de “equivocada” do partido n�o lan�ar candidato em 2006. “Prejudiquei uma reelei��o (em 2006) a governador atendendo ao pedido de alguns diret�rios para que meu nome fosse colocado numa pr�via. Foi uma semente. Agora, o MDB ter� o seu projeto nacional, sua cara pr�pria”, disse. Segundo ele, as escolhas do partido em apoiar outros candidatos ao longo dos anos criou “r�tulos nada bons” � sigla.