
O PT vai protocolar nesta quarta-feira, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o registro da sexta candidatura de Luiz In�cio Lula da Silva � Presid�ncia da Rep�blica com uma grande manifesta��o popular em Bras�lia, ao mesmo tempo em que j� prepara a substitui��o do ex-presidente, condenado e preso na Lava-Jato.
O partido vai manter a estrat�gia de insistir com a candidatura de Lula at� o limite da legisla��o eleitoral, mas pouca gente no PT acredita que o ex-presidente n�o ser� impugnado com base na Lei da Ficha Limpa.
Nos bastidores, petistas avaliam que at� o dia 7 de setembro a situa��o estar� decidida com Lula fora, definitivamente, da disputa eleitoral.
O mais prov�vel substituto � o ex-prefeito de S�o Paulo Fernando Haddad, coordenador do programa de governo do PT que ser� registrado nesta quarta como vice. Alguns petistas, por�m, ainda mant�m o nome do ex-ministro Jaques Wagner, que j� declinou do convite.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, na semana passada, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que Haddad est� em "est�gio probat�rio".
Nas �ltimas semanas, a coordena��o de campanha e os respons�veis pelo marketing t�m se reunido com os advogados eleitorais do PT para tra�ar a estrat�gia de substitui��o. A maior preocupa��o � transferir os votos de Lula, l�der nas pesquisas at� agora, para seu substituto.
Imagem
Nestas reuni�es, os advogados s�o questionados sobre as possibilidades de uso da imagem de Lula nos programas do hor�rio eleitoral na TV, principalmente cenas externas de arquivo nas quais o ex-presidente e Haddad aparecem juntos. A legisla��o restringe o uso de imagens que n�o sejam do pr�prio candidato.
Pesquisas qualitativas em poder do partido mostram que o PT tem o desafio de criar uma narrativa consistente para explicar ao eleitor que a decis�o de insistir na candidatura de Lula, mesmo sabendo de todos os obst�culos judiciais, era "para valer" e n�o mera estrat�gia eleitoral. Por isso, o PT e o ex-presidente t�m martelado na tecla de que Lula � candidato.
Recado de Lula
Na ter�a-feira, ele divulgou um recado de dentro da sala onde cumpre pena em Curitiba. "S� n�o serei candidato se eu morrer, renunciar ou for arrancado pela Justi�a Eleitoral. N�o pretendo morrer, n�o cogito renunciar e pretendo brigar pelo meu registro at� o final", escreveu.
Cr�ticas
A estrat�gia de manter a candidatura de Lula - sentenciado em segunda inst�ncia por corrup��o e lavagem de dinheiro na a��o do triplex do Guaruj� - j� foi criticada por ministros do TSE e do Supremo Tribunal Federal, aos quais caberia o julgamento de eventuais recursos.
A presidente do STF, C�rmen L�cia, afirmou na segunda-feira que a Lei da Ficha Limpa � uma conquista da sociedade.
Na TV
Feito o registro de Lula no TSE, os advogados v�o adotar nova estrat�gia que ter� impacto direto na comunica��o da campanha. Os pedidos de entrevistas, participa��o em debates e capta��o de imagens envolvendo Lula v�o passar a ser endere�ados ao TSE, e n�o mais � Vara de Execu��es de Curitiba, que tem recusado os pleitos.
A ideia � arguir que, embora preso, o ex-presidente tem direito aos mesmos recursos de campanha dos demais candidatos enquanto seu caso estiver sub judice.
O primeiro teste ser� na quinta-feira, quando advogados petistas v�o protocolar no TSE o pedido para que Lula participe do debate da Rede TV!, na sexta-feira. Al�m disso, os advogados do PT v�o pedir nos pr�ximos dias autoriza��o para Lula iniciar as grava��es que poder�o ser usadas nos programas e inser��es do hor�rio eleitoral na TV.
Segundo petistas, a sala onde Lula est� preso na sede da Pol�cia Federal em Curitiba tem espa�o suficiente para abrigar um est�dio improvisado. No entanto, existem d�vidas se as imagens, mesmo que gravadas com autoriza��o judicial, poder�o ser usadas na campanha.
Isso vai depender do tempo que a Justi�a vai demorar para julgar definitivamente o caso de Lula na esfera eleitoral.