
Bras�lia – Em uma campanha curta, de apenas 45 dias, presidenci�veis precisam se dividir entre eventos com a sociedade civil, sabatinas, debates e com�cios at� o primeiro turno das elei��es, marcado para 7 de outubro. Para otimizar o tempo, vices da chapa tornam-se tamb�m figuras importantes para intensificar a caminhada dos postulantes �s urnas. Sobretudo Manuela D’�vila (PCdoB) que, com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva preso, n�o pode participar das viagens pelo pa�s. Ela e Fernando Haddad, o prov�vel substituto de Lula, se dividem para n�o deixar o PT esquecido durante o per�odo.
Al�m de eventos fechados e passeatas, a estrat�gia dos postulantes que n�o firmaram alian�as e t�m estrutura partid�ria limitada � aproveitar os palanques de correligion�rios para fazer campanha. Vereadores, prefeitos e candidatos estaduais – a governo e ao Congresso – dividem o palco com os presidenci�veis, que utilizam o espa�o para debater planos de governo e propostas para 2019.
Mesmo com o tempo apertado, os presidenci�veis se recolheram no domingo. A maioria dos candidatos n�o preencheu a agenda com compromissos oficiais – at� as redes sociais foram pouco atualizadas. A campanha volta a se intensificar hoje, no encontro da Associa��o Brasileira de Infraestrutura e Ind�strias de Base (Abdib), que reunir� os principais postulantes ao Planalto em S�o Paulo para apresentarem os programas de governo. Estar�o presentes Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL), Henrique Meirelles (MDB), Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT). Pela segunda vez desde o in�cio da pr�-campanha, Fernando Haddad (PT) tamb�m participar� do encontro, representando Lula.
A candidata da Rede, Marina Silva, dividir� a agenda hoje entre a capital paulista e Fortaleza. Amanh�, a ex-ministra estar� no Recife, onde visitar� o Porto Social. A institui��o � inspirada no Porto Digital da cidade e busca impulsionar projetos sociais, ONGs e neg�cios de impacto social do pa�s por meio do aux�lio na gest�o. No fim de semana, Marina esteve em Macap�, onde participou do com�cio do senador Randolfe Rodrigues e aproveitou para alfinetar o advers�rio Jair Bolsonaro sobre a pol�tica de armamento da popula��o.
P�riplo Geraldo Alckmin esteve em Santar�m (PA) para um encontro com o setor produtivo de psicultura e agropecu�ria. Ao fim do evento, se reuniu com o candidato ao governo do Par�, M�rcio Miranda (DEM). O deputado estadual � um dos aliados de Alckmin na corrida � Presid�ncia, com outros partidos do Centr�o – PP, PR, PRB, PTB e Solidariedade.
Sem alian�as, o pedetista Ciro Gomes vai se dividir com a correligion�ria K�tia Abreu para viajar pelo pa�s. A ideia � aproveitar com�cios e palanques de candidatos do partido. Hoje de manh�, ele visitar� a creche Professora Heley de Abreu Silva, em Fortaleza, e seguir�, � tarde, a S�o Paulo, para participar do evento da Abdib.
Vice de Lula, Manuela D´Avila passou o domingo em Porto Alegre onde participou de uma caminhada no Parque Farroupilha ao lado de aliados. Ela marchou com os candidatos Bruna Rodrigues (PCdoB), que concorre a deputada estadual, e Giovani Culau (PSol), candidato a deputado federal pelo estado ga�cho.
J� Henrique Meirelles esteve, no s�bado, na Festa do Pe�o, em Barretos, onde falou sobre a import�ncia de investir em recursos para melhorar a infraestrutura do agroneg�cio no pa�s. O ex-ministro da Fazenda ressaltou as prioridades de mudan�a no setor: “Melhores rodovias e novas op��es de transporte para facilitar o deslocamento dos produtos para outras regi�es”.
Candidato pelo PSol, Guilherme Boulos aproveitou o domingo para fazer um ensaio fotogr�fico ao lado de apoiadores da campanha. Ao lado de Sonia Guajajara, a vice da chapa, ele posou junto � cartonista Laerte Coutinho. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa de Jair Bolsonaro, que preferiu n�o compartilhar a agenda do candidato.
an�lise da not�cia
A largada dos candidatos
Luiz Carlos Azedo
Duas pesquisas eleitorais est�o programadas para ir a campo nesta semana, Ibope e Datafolha; ambas costumam influenciar an�lises e estrat�gias de campanha. No caso, captar�o os efeitos dos dois debates realizados entre os candidatos a presidente da Rep�blica e suas repercuss�es. Ningu�m sabe exatamente qual ser� o peso das redes sociais nesse processo. A maioria dos marqueteiros e estrategistas de campanha avalia que o tempo de televis�o e os recursos financeiros, que v�o bancar as alian�as regionais, ainda ser�o determinantes na disputa.
Nas redes sociais, o que est� pesando na balan�a � a repercuss�o dos debates entre os candidatos na televis�o, principalmente o �ltimo, da Rede TV. Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) foram mais propositivos, mas quem se destacou foi Marina Silva (Rede), que foi pra cima de Jair Bolsonaro (PSL), surpreendendo-o pela primeira vez na campanha. Diante de um debate morno, burocr�ticos, o confronto foi o marco inaugural da campanha propriamente dita. Bolsonaro e Marina lideram a corrida eleitoral no cen�rio sem Lula.
Nos debates, o Cabo Daciolo (Patriota) virou um problema para Bolsonaro, que mede cada vez mais as palavras em busca do apoio da classe m�dia e entre as mulheres, enquanto o bombeiro militar ora a Deus e desce o sarrafo em todo mundo. As pesquisas dir�o se vai tirar votos de Bolsonaro. De igual maneira, saberemos se Alvaro Dias (Podemos) e Meirelles (MDB) continuam mordendo os calcanhares de Alckmin.
Essa fase da campanha eleitoral pode ser comparada ao foguete espacial que volta para a atmosfera: precisa pegar o �ngulo correto, para n�o resvalar e ficar pedido no espa�o. Nessas duas semanas que antecedem a campanha na tev�, os candidatos escolhem seus advers�rios, afinam o discurso e tra�am suas estrat�gias de marketing. Quem erra de advers�rio principal, por exemplo, costuma pagar caro na reta final da campanha. Tamb�m muito dif�cil uma mudan�a de discurso no meio do caminho. Costuma ser uma decis�o de vida ou morte.
Entretanto, a grande inc�gnita dessa largada eleitoral � a situa��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que registrou sua candidatura, mesmo sabendo que est� ineleg�vel. O imbr�glio tem rendido muito espa�o na m�dia, embora o pre�o a pagar tenha sido a aus�ncia nos debates. As pesquisas dir�o se a troca valeu a pena. Embora Lula se comporte como candidato a qualquer pre�o, mas o PT j� tem seu substituto, o ex-prefeito de S�o Paulo Fernando Haddad.