
Com um banner do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) ao fundo e aos gritos de “Lula livre” a todo instante, o ato que seria para o lan�amento do plano de governo do PT para Minas Gerais e para o Brasil se transformou em evento contra o PSDB e exalta��o ao petista. O palanque montado na Pra�a Duque de Caixas, no Barro Santa Santa Tereza, Leste de Belo Horizonte, reuniu na noite dessa ter�a-feira (28)o candidato a vice-presidente na chapa encabe�ada por Lula, Fernando Haddad (PT), o governador Fernando Pimentel, que disputa a reelei��o, sua vice, J� Moraes (PCdoB), a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), indicada para o Senado, e a deputada estadual ga�cha Manuela d’�vila (PCdoB).
Os discursos foram marcados por cr�ticas � gest�o de A�cio Neves e Antonio Anastasia em Minas e, especialmente, ao relat�rio feito pelo segundo no Senado e que culminou no impeachment de Dilma. “Foi aqui que derrotamos os tucanos (em 2014, Pimentel venceu as elei��es ainda no primeiro turno) e demos a vit�ria para Dilma.
Agora, o promotor do golpe est� querendo disputar as elei��es para ser governador outra vez”, afirmou Pimentel, interrompido na sequ�ncia pelos gritos de “A�cio e Anastasia, a mesma porcaria”. O governador voltou a reclamar que encontrou o caixa estadual quebrado e que o governo de Michel Temer (MDB) tem retido verbas para o estado.

Fernando Haddad argumentou que Lula foi o governante que mais veio a Minas e os mineiros souberam reconhecer a atua��o do petista pelo estado – tanto que Dilma venceu as elei��es nas duas vezes em que disputou, a segunda delas, contra A�cio Neves. “No mesmo dia em que Dilma foi reeleita, come�aram a desestabilizar as institui��es brasileiras, uma oposi��o liderada por A�cio Neves. Nunca imaginei que o neto do chamado m�rtir da democracia (Tancredo Neves) atentaria contra a pr�pria democracia. E o parceiro nesse atentado tem um nome: Anastasia”, disse. O senador A�cio Neves � candidato a deputado federal nestas elei��es.
Indicada para a disputa ao Senado, Dilma disse que a elei��o tem dois lados: um daqueles “respons�veis pelos maiores avan�os do pa�s” e outros dos “golpistas”que trouxeram o retrocesso para o pa�s. Dizendo-se injusti�ada e v�tima de um golpe, ela afirmou que voltou ao estado para “lutar por Minas e pelo Brasil”. A chapa tem um segundo candidato ao Senado, o deputado federal Miguel Corr�a J�nior. No entanto, ele n�o participou do evento, n�o teve o nome inclu�do no material distribu�do no local nem nos banners nem foi citado no palanque.
“JOGO DE CENA” Preso em Curitiba desde 7 de abril depois de condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Regi�o (TRF-4) no caso do triplex, Lula ainda tenta viabilizar a sua candidatura. A expectativa � que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decida sobre o pedido de registro no pr�ximo dia 4. Impugna��es apresentadas contra a candidatura de Lula na Justi�a Eleitoral argumentam que ele estaria impedido de disputar as elei��es porque se encaixa nos casos de inelegibilidade previstos na Lei da Ficha Limpa.
Se Lula n�o obtiver a autoriza��o judicial, Haddad vai substitu�-lo, tendo como vice Manuela d’�vila. Do palanque, Haddad afirmou acreditar que os magistrados v�o acatar determina��o do Comit� dos Direitos Humanos da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) para que o pa�s libere a candidatura de Lula. “N�o � pouca coisa a ONU dizer isso”, afirmou, lembrando que o Brasil � signat�rio de v�rios tratados internacionais. Segundo ele, a orienta��o da ONU refor�a a defesa da indica��o de Lula para o cargo, enquanto muitos dizem que trata-se apenas de um “jogo de cena”.
Durante o evento foram vendidas vendidas camisas com os rostos de Lula, Haddad e de Dilma a R$ 20. Nos dizeres das camisetas sempre frases como “Lula Livre” e “Dilma senadora”. Chamou a aten��o, no entanto, a falta de produtos com apoio � reelei��o do governador Fernando Pimentel.