Marina Silva muda panorama de entrevistas e diz a Bonner: 'Eu expliquei, mas parece que voc� continua com d�vidas'

Candidata da Rede � Presid�ncia da Rep�blica, Marina Silva conseguiu fazer um contraponto durante entrevista com William Bonner e Renata Vasconcellos, no Jornal Nacional. Ela reagiu depois que Bonner insistiu em cobrar a posi��o da candidata sobre a reforma da Previd�ncia: “Eu expliquei, mas parece que voc� continua com d�vidas”. O contraponto veio quando Bonner e Renata indagaram Marina se, com o amadurecimento na pol�tica, ela teria mais a��es e propostas e n�o tantas d�vidas. Os apresentadores citaram o plano de governo da candidata, perguntando sobre detalhes espec�ficos no conjunto abrangente de diretrizes da campanha.

Marina alegou que a abrang�ncia � necessidade de debates. Segundo ela, � preciso ouvir todos os lados envolvidos na quest�o. No caso da reforma da Previd�ncia, empres�rios, trabalhadores e especialistas.

“O problema da idade m�nima, vamos manter a diferen�a entre homens e mulheres. A UFMG fez um estudo que aponta que 80% das atividades dom�sticas s�o feitas por mulheres. Enquanto tivermos uma cultura de mulheres trabalhando com sobrecarga, elas t�m que se aposentar mais cedo”, concluiu.

“A Previd�ncia n�o pode permitir que no Executivo voc� tenha aposentadorias muito altas, no Legislativo, no Judici�rio, comparada � iniciativa privada, que � em torno de R$ 1.500. Isso s�o diretrizes gerais. O governo Temer, sem debater, discutindo apenas com um lado, disse que ia fazer e n�o fez”, complementou.

William e Renata seguiram tentando extrair da candidata uma resposta certeira e questionaram a idade m�nima para os aposentados. Marina chegou perto, dizendo que vai propor a manuten��o da diferen�a entre homens e mulheres e diminuir a aposentadoria no poder p�blico.

Ao fim da explica��o de Marina, Bonner deixou de lado as tentativas. “Candidata, a respeito de reforma previdenci�ria e da idade m�nima, ficou claro aqui que os eleitores s� v�o saber das idades m�nimas que a senhora pretende propor depois da senhora eleita.” Nesse momento, a candidata n�o aceitou a mudan�a e prosseguiu no tema.

[Marina] Mas vou debater, tenho o compromisso de debater. Isso � importante.

[Bonner] Deixa eu s� voltar, eu queria voltar.

[Marina] N�o, olha s�, presta aten��o, vamos l�.

[Bonner] Mas � que a gente vai deixar de abordar outros temas importantes para a senhora e para os eleitores.

[Marina] Mas, veja bem, voc� acabou de dizer que meus eleitores…

[Bonner] Voc� explicou.

[Marina] Expliquei, mas parece que voc� continua com d�vidas. Eu quero dizer…

[Bonner] N�o ficou d�vida, n�o.

[Marina] A Dilma e o Temer n�o apresentaram nada. N�o t�m legitimidade, n�o t�m credibilidade. Jogaram um pacote na cabe�a do povo brasileiro, discutindo s� com empres�rios. Eu estou dizendo, quem votar em mim sabe que eu vou ouvir especialistas, empres�rios e trabalhadores para poder fazer algo que � importante, a reforma da Previd�ncia.

Em outros dois momentos da entrevista, Marina Silva chegou a tamb�m manter o assunto. J� em outros, acatou as mudan�as. “Pode falar”, disse a Renata a certa altura. “� que eles, �s vezes, n�o entendem. O que n�o � o seu caso”, se referindo a William Bonner.

Mais tarde, ela concedeu entrevista a Globo News, sobre seu programa de governo e afirmou n�o ser poss�vel aumentar os gastos p�blicos do pa�s, sendo necess�rio “sacrif�cio de todos”. “Minist�rio P�blico, Legislativo, Judici�rio”, citou. Marina classificou a educa��o brasileira como “no fundo do fundo do po�o”.