
O candidato ao governo de Minas Claudiney Dulim (Avante), advogado, de 46 anos, foi um dos entrevistados desta ter�a-feira pelo jornal Estado de Minas e o Portal Uai. Al�m de cortar 35% dos cargos de confian�a no governo, ele afirmou que n�o vai governar da Cidade Administrativa. “Minas Gerais � uma imobili�ria, tem patrim�nio”, afirmou.
A inten��o � negociar com a iniciativa privada para que os pr�dios tenham outra destina��o e ocupar im�veis p�blicos, inclusive os federais, com servidores p�blicos. “Vamos tentar parceria pela inciativa privada e vamos acabar com ela do ponto de vista de coisa p�blica pra dar outra destina��o, um polo tecnol�gico. Fazer um conv�nio com o governo federal. Tem que dar outra destina��o”, disse.
Claudiney, que concorre pela primeira vez a um cargo eletivo, reconheceu a dificuldade de uma candidatura lan�ada no prazo para o registro na Justi�a Eleitoral, mas vai apostar nas redes sociais para decolar. O Avante iria apoiar o ent�o candidato a governador Rodrigo Pacheco (DEM), que agora disputa o Senado, e depois a candidatura de Marcio Lacerda, rejeitada pelo PSB.
Confira abaixo os principais destaques da entrevista
O senhor vem se apresentando como o “novo na pol�tica”. Mas, apesar de nunca ter exercido nenhum cargo eletivo, j� foi assessor parlamentar, ouvidor do Departamento de Estradas e Rodagens (DER), al�m de ter trabalhado na Urbel e ter sido secret�rio durante o governo do ex-prefeito Marcio Lacerda, cargos que exerceu por indica��o pol�tica. O que h� de novidade na sua forma de fazer pol�tica?Sempre nos propusemos a colaborar com as gest�es. Nunca nos furtamos nesse direito e deveres. Mas sempre participamos com cargos muito fr�geis. No DER, ocupamos a Ouvidoria por oito meses, n�o � um cargo de gest�o da m�quina p�blica. No governo Marcio Lacerda, tentamos ajudar, fizemos bom trabalho, na Regional Nordeste e Venda Nova, onde fui secret�rio adjunto por 3 anos. Sou dirigente do meu partido, n�o entrei pra ser mais um, sempre quis exervcer portagonismo. O problema � que esse sistema de governo se distanciou das pessoas. E n�s entendemos isso com muita clareza. Estamos propondo um governo pr�ximo, visitando, dialogando. Os governos de Minas s�o palacianos, de gabinete. Queremos dar uma gest�o participativa.
Se eleito, qual ser� o destino da Cidade Administativa no seu governo?
N�o tinha necessidade da constru��o da Cidade Admnistrativa. Foram R$ 2 bilh�es de reais, R$ 120 milh�es por ano de custeio, num estado que est� na crise que est�, n�o faz o menor sentido. A Cidade Administrativa faz parte dessa crise. N�o vou governar da Cidade Administrativa, n�o vou morar em pal�cio. Isso � um absurdo. A Cidade Administrativa n�o � sede de governo no meu governo. Vamos tentar parceria pela inciativa privada e vamos acabar com ela do ponto de vista de coisa p�blica pra dar outra destina��o, um polo tecnol�gico. Fazer um conv�nio com o governo federal. Tem que dar outra destina��o. Onde funcionar�o as secretarias? Volta para onde estava. Se n�o voltar, vamos realocar. O que tem pr�dio do governo federal parado... Minas Gerais � uma imobili�ria, tem patrim�nio. Tem que fazer levantamento patrimonial de Minas Gerais. � um absurdo o que tem de patrim�nio. Tem est�dios, parques. N�o sabe o que tem e est� pagando custeio disso. Vamos ocupar esses espa�os se for necess�rio. Vender alguns e dar outros como garantia, mas temos que equalizar as contas do estado e a Cidade Administrativa n�o cabe nisso.
O senhor tem falado em p�r sal�rios do funcionalismo em dia em 2019, sendo que o parcelamento j� se arrasta por tr�s anos. Em um ano, como o senhor vai fazer para alcan�ar essa meta, candidato?
N�o tem m�gica. O primeiro � um encontro de contas da Uni�o com Estado. Tem que abrir essa caixa preta. N�o sabemos qual � o valor da d�vida. N�o se sabe. Vamos fazer esse encontro de contas no di�logo, n�o � com briga. Vamos abaixar para 15 o n�mero de secretarias sem abandonar as pol�ticas p�blicas que j� s�o existentes. Vamos cortar 35% dos cargos focados nas assessorias que n�o funcionam, que n�o comparecem ao trabalho. O primeiro ato de governo ser� a auditoria, o corte de cargos de confian�a. O encontro de contas, o corte das secretarias.
Se eleito, o senhor vai garantir o piso nacional aos professores?
Primeiro tem que colocar sal�rio de professor em dia. Vamos corrigir essas quest�es. Motivar, requalificar. Os servidores perderam mais que o sal�rio, perderam a dignidade. O canal de comunica��o vai estar sempre aberto. N�o tem a menor condi��o de pagar piso nacional para professores nos pr�ximos dois anos.
Um inqu�rito civil no Minist�rio P�blico apurou que havia na Cemig 18 assistentes de diretoria, entre eles o senhor, que recebiam remunera��o em torno de R$ 18 mil, mas exerciam atividades em partidos pol�ticos. O inqu�rito acabou sendo arquivado no ano passado. O senhor pode explicar para o eleitor o que aconteceu?
Qualquer aluno do primeiro ano de direito sabe que inqu�rito que foi arquivado e n�o foi nem intimado para ser ouvido n�o existiu. A Cemig � uma empresa cujos servidores s�o amparados por um sindicato muito forte, mas de cunho ideol�gico definido. Eu trabalhei na Cemig por dois epr�odos. Nunca soube desse inqu�rito proque nunca fui intimado, nunca fui citado, nada. Esse inqu�rito foi arquivado sem eu nunca ter sido ouvido nele. A minha fun��o (na Cemig) era estrat�gica, de desembara�ar alvar�s e problemas junto � prefeituras de BH. Trabalhei muito na Cemig e se algu�m est� n�o trabalha e est� recebendo que seja apurado e que seja punido, n�o � o meu caso.
O partido do senhor pretendia se coligar com Rodrigo Pacheco, que desistiu da candidatura ao governo. Chegou a cogitar tamb�m se unir � chapa de Marcio Lacerda, impedido de disputar pelo pr�prio partido. Com isso, seu nome acabou sendo lan�ado �s pressas pelo Avante. Por que o senhor n�o foi a primeira op��o do seu pr�prio partido?
Tenho outro papel dentro do partido. Meu papel � de organiza��o o partido em n�vel nacional. A candidatura do Rodirgo Pacheco era a nossa candidatura, que representava uma alternativa � tudo isso a� que n�s somos contra. A candidatura do Rodrigo foi violentamente retirada com uma manifesta��o de c�pulas partid�rias, de bastidores que vieeram interferir no nosso processo eleitoral. Gente, est�o escolhendo candidatos para a gente votar. Isso � um absurdo. Em rela��o � candidatura de Marcio Lacerda, sou professor de direito eleitoral. A campanha do Marcio, que poderia representar algo diferente, era fr�gil do ponto de vista jur�dico. Estou me colocando contra tudo isso.
Em 2014, seu partido, o Avante (antigo PTdoB) se coligou com o PSDB e apoiou a candidatura de A�cio Neves � Presid�ncia. Agora, declarou apoio ao PDT de Ciro Gomes. Na Assembleia, foi base de Fernando Pimentel, do PT. Qual o criet�rio adotado pelo Avante para construir alian�as pol�ticas?
Nunca perdemos a esperan�a. Nunca fugimos de participar dos governos, com as pessoas, com a gest�o. O problema � que entendemos que esse processo est� saturado. Quando apoi�vamos A�cio Neves, n�o pens�vamos que tudo isso iria acontecer. Quando fomos com Ciro, nossa esperan�a � que ele seja o melhor presidente do Brasil. Participar � quest�o de conjuntura pol�tica.