Candidato do partido Novo ao governo de Minas, o empres�rio Romeu Zema prometeu, em entrevista no est�dio do Estado de Minas e do Portal Uai, se eleito, o enxugamento da m�quina p�blica para enfrentar a crise financeira que vive o estado, reduzindo secretarias, cortando privil�gios e privatizando setores. Zema afirmou tamb�m que pretende conversar com os deputados estaduais, pressionando a Assembleia Legislativa caso necess�rio, para aprovar as medidas emergenciais no in�cio da administra��o. O candidato estipulou ainda prazo de dois anos para voltar a pagar os sal�rios do funcionalismo em dia e indicou como pretende atrair empresas para o estado.
Caso eleito, o senhor vai assumir um d�ficit previsto de R$ 18 bilh�es, servidores recebendo em atraso e prefeitos protestando por falta de repasses do estado. Qual a primeira medida que o senhor pretende tomar para controlar a crise financeira?
A primeira medida � reduzir despesas. Isso ser� feito numa escala como nunca foi feito e ainda vai ser insuficiente para ajustar a situa��o. Vamos reduzir as 21 secretarias para oito, reduzir cargos comissionados, lembrando que Minas virou cabide de emprego, e renegociar com a Uni�o a d�vida do estado. Isso j� deveria ter sido feito h� anos e s� n�o foi feito porque a contrapartida eram medidas de austeridade que o governador se negou a adotar e agora est� pagando caro por isso. Mesmo fazendo tudo isso, n�o vamos conseguir equilibrar as contas. Isso � o mais grave. Vamos ter de jogar em outras �reas, incentivar e atrair novos investimentos. Minas � o estado que mais maltrata quem investe e gera emprego. Vamos aumentar a arrecada��o sem aumentar impostos. Atraindo investimentos parando de atrapalhar quem investe. Vamos ainda ter de rever privil�gios. Em Minas, n�o temos direitos adquiridos, mas privil�gios adquiridos. Precisamos rever aposentadorias de v�rios setores porque a conta n�o fecha, � necess�rio (reforma previdenci�ria). V�rios estados j� fizeram.
Muitas medidas precisam de aprova��o da Assembleia. Como o senhor vai lidar com isso, vai gerir o estado como gere uma empresa?
N�o. Primeiro esperamos renova��o na Assembleia, com bancada do Novo. Gosto de salientar que o Legislativo hoje � mal conduzido no aspecto de n�o articular com o Executivo. N�o dialogam, n�o t�m proximidade. Sempre fui muito aberto ao di�logo e quero conversar com cada um dos 77 deputados estaduais. Sei que muitos n�o v�o aderir, mas esse trabalho vai ser feito. Vou chamar as entidades de classe e conversar com os que se negarem a adotar as medidas que precisamos.
Mas o senhor vai enfrentar press�o. Como far�, por exemplo, se a Assembleia n�o aprovar a reforma da Previd�ncia?
Vamos ter que sentar com a Assembleia e dialogar novamente. A situa��o vai se agravar. O funcionalismo vai passar a receber, n�o com 45 dias de atraso, mas com 60. N�o sou milagreiro. Vou estar l� tentando fazer o meu melhor. Acho que o Legislativo vai atuar de forma diferente da que vem atuando.
Em quanto tempo o senhor acredita que pode equacionar essa situa��o?
Cerca de dois anos. A partir de dois anos, com a ajuda da Assembleia e com medidas que vamos tomar imediatamente, vamos estar equacionando a situa��o.
O senhor vem do setor privado, construiu carreira nesse segmento e sabe como Minas tem uma das legisla��es mais complexas, com cargas tribut�rias mais pesadas. Como pretende mexer sem agravar o quadro fiscal?
J� coloquei como prioridade. Quero simplificar o ICMS em Minas. Se pegarmos o regulamento, s�o 1.000 p�ginas. O do segundo estado mais complexo s�o 600. Parece que em Minas a coisa foi totalmente desvirtuada. Tenho lojas em Minas e em outros estados. Em Minas envio todo m�s 100 planilhas. Nos outros estados 50. Isso exige mais das empresas e aumenta a chance de errar, al�m de exigir mais gente dentro do estado para analisar essa parafernalha toda. O Executivo pode simplificar isso imediatamente. � um dos fatores que mais complicam a vida do empres�rio, porque muda constantemente. Quero reduzir impostos, neste primeiro momento � extremamente dif�cil. Seria irresponsabilidade falar que vou reduzir impostos. Hoje falta transpar�ncia e questiono se alguns impostos de Minas que aumentaram tanto n�o trouxeram queda na arrecada��o ao inv�s de aumento.
Como atrair as empresas?
Vou poder falar que Minas tem o ICMS mais simples do Brasil. Isso atrai. Hoje � o mais complexo. A energia el�trica mineira � a mais cara do Brasil em termos de impostos. Quem saiu, vai voltar quando a carga for menor.
O seu partido prop�e muito a livre iniciativa com o setor privado participando mais dos servi�os do estado. O senhor acha que isso pode ser feito na �rea da sa�de, educa��o e seguran�a p�blica tamb�m?
Na �rea de seguran�a, nunca, tem que ser privativa do estado. Pres�dio sim (pretendo privatizar), pol�cia nas ruas n�o.
Na �rea de sa�de, temos nove hospitais regionais paralisados no interior. O estado tem dinheiro para concluir?
N�o. Propomos que organiza��es sociais filantr�picas da �rea de sa�de concluam essas obras, equipem e passem a operar destinando, pelo menos, 40% dos atendimentos para o SUS. A outra parte que seja conv�nios privados. � muito melhor termos 40% dos leitos dispon�veis que zero. O estado est� quebrado, a Uni�o est� quebrada. Ningu�m tem dinheiro para investir. (Colaborou Rodrigo Melo)
