A 25 dias da elei��o, candidatos empatados em segundo lugar na disputa pela Presid�ncia decidiram antecipar a estrat�gia do voto �til e passaram a recorrer � t�tica do medo para assegurar uma vaga na pr�xima etapa da campanha.
Com a percep��o de que Jair Bolsonaro (PSL) caminha para garantir lugar no segundo turno, Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) modularam nos �ltimos dias o discurso de desconstru��o dos advers�rios, muitas vezes associando a imagem deles a outros rivais.
Alckmin, por exemplo, investe na mensagem de que � o �nico concorrente capaz de derrotar o PT numa etapa decisiva da campanha. Atr�s do voto da centro-esquerda, Ciro Gomes tenta passar a ideia de que poder� vencer Bolsonaro em um embate direto com o candidato do PSL e tenta associar o candidato do PT, Fernando Haddad - que substituiu na chapa Luiz In�cio Lula da Silva, preso e condenado na Opera��o Lava Jato - ao governo da presidente cassada Dilma Rousseff.
Cr�tico do que chama de "polariza��o odienta" representada por Bolsonaro e um postulante petista, Ciro tem dito que "Haddad n�o � Lula, Haddad � Dilma". O pedetista compara o ex-prefeito a um poste de Lula - algo que remete � pr�pria Dilma. Nesta quarta-feira, 12, durante sabatina do jornal O Globo, Ciro disse que, se Haddad for eleito, ser� "presidente por procura��o de Lula", comparando o ex-prefeito de S�o Paulo a Dilma em termos de "inexperi�ncia" para ocupar o Pal�cio do Planalto.
"O Brasil n�o precisa de presidente por procura��o. Sou amigo de 30 anos do Lula, estive na luta contra o impeachment, dois ter�os dos votos do Cear� foram contra, fui ministro dele. Mas o Brasil n�o aguenta outra Dilma", declarou o pedetista.
Mesma t�tica tem sido adotada pela campanha da Rede para conter a tend�ncia de queda de Marina nas pesquisas de inten��o de voto - no mais recente levantamento do Ibope, ela caiu 3 pontos porcentuais. A candidata da Rede tem se apresentado como alternativa � "polariza��o extremista" na busca por votos �teis nos campos da centro-esquerda e da centro-direita.
A ex-ministra do Meio Ambiente de Lula, que foi filiada ao PT por 30 anos, insiste no discurso de mulher, m�e, negra, de origem humilde, num aceno claro ao eleitorado lulista, mas passou a centrar cr�ticas ao novo candidato petista. "O Haddad ter� que responder por que, nos anos de governo Dilma-Temer, o Brasil acabou com as coisas boas que o governo do PT tinha feito", afirmou nesta quarta, durante agenda em Belo Horizonte.
Tamb�m cumprindo agenda na capital mineira, Alckmin foi questionado sobre como atrair votos de eleitores de Jo�o Amo�do (Novo), Henrique Meirelles (MDB) e Alvaro Dias (Podemos). A campanha tucana precisa do voto �til dos tr�s advers�rios que se situam no campo ideol�gico da centro-direita e arregimentar at� os menos fi�is seguidores de Bolsonaro.
'Volta do PT'
Alckmin procura se consolidar como candidato antipetista e refor�a a ideia de que o voto em Bolsonaro � "um passaporte para a volta do PT" - dizendo que votar no candidato do PSL � dar chances a Haddad no segundo turno.
"Temos uma elei��o (que tem), de um lado, o candidato do PT, e os adoradores do PT e do Lula. Pega o Ciro: foi ministro do Lula, sempre apoiou o PT, at� a Dilma. O Meirelles foi tamb�m, se vangloria de ter sido presidente do Banco Central do PT, a Marina Silva foi 24 anos filiada ao PT e, agora, o Haddad, que tamb�m � inacredit�vel, voc� lan�ar uma candidatura na porta da penitenci�ria", afirmou Alckmin. "De outro lado, o que precisamos verificar � quem pode vencer para n�o retrocedermos, n�o voltar atr�s. Eu vejo que o Bolsonaro � um passaporte para voltar o PT. Esse � o fato", disse o tucano.
A estrat�gia da busca pelo voto �til foi antecipada nesta quarta pela colunista do Estado Vera Magalh�es. Na pesquisa Ibope divulgada na ter�a-feira, 11, Bolsonaro subiu quatro pontos e alcan�ou 26% das inten��es de voto. No segundo lugar aparecem, embolados, Ciro (11%), Marina (9%), Alckmin (9%) e Haddad (8%).
Na elei��o de 2002, uma estrat�gia parecida foi adotada pela campanha do ent�o candidato Jos� Serra (PSDB), que levou ao ar, durante o hor�rio eleitoral gratuito, um depoimento da atriz Regina Duarte afirmando ter medo de um eventual governo Lula. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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