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Estado de Minas

Rachado, comando da campanha de Bolsonaro repensa os pr�ximos passos

Especialistas afirmam que "aus�ncia" do deputado pode ajud�-lo no primeiro turno


postado em 14/09/2018 07:55 / atualizado em 14/09/2018 08:33

Flávio Bolsonaro, candidato ao Senado no Rio de Janeiro, em evento depois da facada no pai:
Fl�vio Bolsonaro, candidato ao Senado no Rio de Janeiro, em evento depois da facada no pai: "A gente tem de se readaptar" (foto: Mauro Pimentel/AFP)
A cirurgia de emerg�ncia de Jair Bolsonaro (PSL) na noite de quarta-feira levou os aliados a reavaliarem as estrat�gias de campanha durante o per�odo de interna��o do presidenci�vel. No grupo, apesar da torcida pela defini��o da corrida eleitoral ainda no primeiro turno, a preocupa��o � com a segunda etapa do pleito. Primeiro, pelos altos �ndices de rejei��o do deputado federal. Depois, pela possibilidade de ele permanecer no hospital por um per�odo maior do que o previsto inicialmente. Em meio ao debate interno, fica exposta a divis�o dos correligion�rios mais pr�ximos do capit�o reformado do Ex�rcito.

A dificuldade � sobre como fazer uma campanha intensa com o presidenci�vel no hospital, longe das ruas e dos debates, decisivos no segundo turno, pois colocam frente a frente os dois candidatos restantes na disputa. “� claro que � uma preocupa��o, mas essa campanha � t�o ins�lita que deixar o p�lpito vazio ou mesmo fazer transmiss�es de v�deo-confer�ncias do hospital pode criar uma simpatia �nica e arrasadora em favor de Bolsonaro”, afirma um dos integrantes da tropa de estrategistas de Bolsonaro, que defende a n�o substitui��o do presidenci�vel por um aliado, por exemplo, o vice na chapa, general Hamilton Mour�o.

Em S�o Paulo, na frente do hospital Albert Einstein — onde Bolsonaro est� internado —, o coordenador da campanha, Major Ol�mpio, disse que a aus�ncia do presidenci�vel dificulta grandes atos de rua. “N�o temos essa capacidade de levar milhares de pessoas �s ruas, como � caracter�stica e for�a de Jair, mas vamos levar a mensagem”, diz Ol�mpio, fazendo refer�ncia a ele mesmo, a Mour�o e ao filho de Bolsonaro, Eduardo. O deputado chegou a defender a participa��o do general para substituir o parlamentar na campanha, o que revela desacordos em rela��o � estrat�gia a ser seguida.

Recupera��o


A prorroga��o do tempo de interna��o de Bolsonaro leva os aliados a centrarem esfor�os em S�o Paulo na tentativa de aumentar os percentuais de votos. “� preciso avaliar se os �ndices se manter�o. Afinal, o candidato pode ter tirado o m�ximo de proveito da exposi��o da facada na m�dia”, avalia Jairo Nicolau, professor do Departamento de Ci�ncia Pol�tica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Uma coisa � faltar a um debate no primeiro turno, com v�rios candidatos, pois isso n�o deve afetar os atuais �ndices de Bolsonaro. Mas, no segundo turno, isso pode ser bem diferente.”

O questionamento principal dos estrategistas � quanto tempo Bolsonaro ter� de recupera��o e como buscar atrair votos neste momento. Aliados do PRTB, legenda de Mour�o, defendem que a campanha seja vocalizada por outros protagonistas, como o pr�prio vice. Filhos do presidenci�vel refutam a possibilidade, mas ainda avaliam como represent�-lo. “Est� dif�cil para a fam�lia fazer campanha, porque a cada momento h� um fato novo. Por causa de um atentado contra o meu pai, a gente tem de se readaptar”, declarou Fl�vio Bolsonaro, que concorre a uma vaga no Senado pelo Rio de Janeiro.
 
A divis�o entre aliados do PRTB e PSL � ruim e pode at� provocar a regress�o dos resultados obtidos por Bolsonaro, observa o cientista pol�tico Eurico Figueiredo, professor e diretor do Instituto de Estudos Estrat�gicos da Universidade Federal Fluminense (UFF). Por esse motivo, ele acredita que a melhor estrat�gia � deixar Bolsonaro “falar por si”, ainda que do hospital. “O efeito que poderia ter do ataque se esgotou, mas a exposi��o na m�dia pode acabar levando-os a concluir que a aus�ncia dele �, tamb�m, uma presen�a. Ela cria uma esperan�a de desejo que pode atrair uma parcela de indecisos”, ponderou.

Integrantes do PRTB querem o general Mourão como substituto do cabeça de chapa(foto: Google/Reprodução)
Integrantes do PRTB querem o general Mour�o como substituto do cabe�a de chapa (foto: Google/Reprodu��o)


Deixar o p�lpito dedicado a Bolsonaro livre nos debates tamb�m tende a fazer parte da estrat�gia. Por esse motivo, a aus�ncia nas ruas pode n�o ser totalmente desvantajosa, destaca o cientista pol�tico Ricardo Caldas, professor da Universidade de Bras�lia (UnB). “O pr�prio boletim m�dico dele se torna uma estrat�gia de campanha”, analisa.

Manter a exposi��o de Bolsonaro ajuda a se consolidar no segundo turno, mas a estrat�gia ter� que ser reavaliada na etapa final. Afinal, o quadro ainda � “muito grave”, embora est�vel, declarou ontem Fl�vio. A maior preocupa��o, destacou, � com o risco de infec��es, uma vez que a cirurgia foi “bastante invasiva”. As pr�ximas 72 horas s�o as mais delicadas, explica o m�dico Alfredo Guarischi, cirurgi�o geral e membro titular do Col�gio Brasileiro de Cirurgi�es (CBC). De hoje a 8 de outubro, quando se inicia o segundo turno, s�o 25 dias. Em duas semanas, Bolsonaro pode estar em casa. Tempo suficiente para manter os holofotes, mas incertos para estar apto a retomar as atividades de campanha, adverte Guarischi. “� improv�vel fixar um prazo delimitado. Um m�dico prudente deve ser cauteloso quanto a prazos”, pondera.


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