A Pol�cia Federal deflagrou na manh� desta ter�a-feira, 18, a 4ª fase da Opera��o Registro Esp�rio. Enquanto as tr�s primeiras investidas da opera��o miraram em irregularidades na emiss�o do registro sindical, essa nova etapa tem como objetivo apurar desvios de valores da Conta Especial Emprego e Sal�rio (CEES). A conta � abastecida com dinheiro da contribui��o sindical.
Os policiais federais cumprem 16 mandados de busca e apreens�o e nove mandados de pris�o tempor�ria expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As medidas cautelares s�o cumpridas em Bras�lia, Goi�nia (GO), An�polis (GO), S�o Paulo e Londrina (PR).
A PF descobriu que os pedidos de restitui��o das contribui��es sindicais eram manipulados pelo grupo "com o intuito de adquirir direitos a cr�ditos". Os desvios tamb�m foram confirmados em apura��es da Controladoria-Geral da Uni�o (CGU).
Ap�s serem retirados da CEES, esses valores eram enviados para as contas banc�rias das entidades e um porcentual era destinado para os servidores p�blicos e advogados integrantes do esquema.
Segundo a PF, os investigados responder�o pelos crimes de peculato, corrup��o passiva, corrup��o ativa, falsifica��o de documento p�blico e lavagem de dinheiro.
Hist�rico
A Registro Esp�rio teve sua primeira fase deflagrada no dia 30 de maio para investigar suposta organiza��o criminosa formada por pol�ticos, lobistas, dirigentes de sindicatos e funcion�rios p�blicos que atuavam na negocia��o para liberar registro sindical pelo minist�rio.
A opera��o teve outras duas fases. Na segunda, a PF realizou busca e apreens�o no gabinete da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), filha de Roberto Jefferson. A terceira fase resultou no afastamento do ent�o ministro do Trabalho, Helton Yomura.
Tiago Cedraz
O advogado Tiago Cedraz � um dos alvos dos mandados de busca e apreens�o expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no �mbito da 4ª fase da opera��o Registro Esp�rio. Ele � filho do ministro Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) Aroldo Cedraz.
A nova etapa da investiga��o tem como objetivo apurar desvios de valores da Conta Especial Emprego e Sal�rio (CEES). A conta � abastecida com dinheiro da contribui��o sindical. Segundo a PF, o grupo criminoso alvo da a��o atuava "junto a entidades interessadas em obter fraudulentamente restitui��es de contribui��es sindicais recolhidas a mais ou indevidamente da CEES".
O escrit�rio de advocacia e a casa de Cedraz s�o alvos de busca e um dos seus s�cios, Bruno Galiano, tem contra ele pedido de pris�o tempor�ria.
Cedraz foi citado algumas vezes na Lava Jato e chegou a ser alvo de condu��o coercitiva na 45ª fase da opera��o, a Abate II, por suspeita de recebimento de propinas de contrato da empresa norte-americana Sargeant Marine com a Petrobr�s.
O advogado tamb�m foi citado em depoimento de dela��o premiada do dono da UTC Participa��es, Ricardo Pessoa. Conforme o empres�rio, Tiago receberia pagamentos de R$ 50 mil mensais para repassar � empreiteira informa��es do TCU que envolvessem seus interesses.
Tiago Cedraz tamb�m teria sido contratado pela UTC para atuar num caso sobre a Usina de Angra 3, que discutia licita��o para obras de R$ 2 bilh�es. Por esse caso, o escrit�rio dele teria negociado pagamento de R$ 1 milh�o.
