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Estado de Minas

Propor��es de eleitores que pretendem votar em branco ou nulo cai para 12%

Ao mesmo tempo Bolsonaro e Haddad crescem. Possibilidade de terceira via com chances tamb�m deve levar eleitores �s urnas


postado em 24/09/2018 09:09 / atualizado em 24/09/2018 09:29

Bolsonaro e Haddad cresceram nas pesquisas(foto: Reprodução/Twitter e Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Bolsonaro e Haddad cresceram nas pesquisas (foto: Reprodu��o/Twitter e Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press)

O clima de sensibiliza��o na campanha eleitoral deve mudar o rumo dos chamados “n�o votos” no pa�s. Antes do in�cio da campanha, alguns analistas apostavam que o acumulado de brancos e nulos, mais absten��es, ia superar os 40% no primeiro turno e chegar a 50% no segundo, a exemplo do que ocorreu nas elei��es suplementares para governador do Tocantins, em junho deste ano.

Entretanto, a polariza��o entre os extremos, representada por Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), levar�o o percentual no primeiro turno a um patamar menor. Nas elei��es de 1994, a soma dos “n�o votos” foi de 33%. Em 1998, de 40%. Em 2014, 29%.

As previs�es atuais s�o corroboradas por pesquisas de inten��o de voto. A da Datafolha, divulgada na quinta-feira, 20, aponta que 12% do eleitorado est� propenso a votar em branco ou nulo. Em 22 de agosto, esse �ndice estava em 22%.

O recuo de 10 pontos percentuais de n�o votos � acompanhado pelo crescimento de Bolsonaro e, sobretudo, Haddad. O presidenci�vel do PSL subiu seis pontos no per�odo analisado, de 22% para 28%. J� o petista avan�ou 12 pontos, de 4% para 16%. Bolsonaro ganhou for�a ap�s o atentado em Juiz de Fora (MG). No caso de Haddad, pesa a transfer�ncia de apoio de quem pretendia votar no ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, preso em Curitiba, condenado por corrup��o e lavagem de dinheiro em segunda inst�ncia, portanto impedido de concorrer.

Analistas ressalvam, por�m, que muita coisa pode mudar at� 7 de outubro. Afinal, Ciro Gomes tem 13% das inten��es de voto. E a soma de Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) resulta em outros 16%. H� ainda Alvaro Dias (Pode), Jo�o Amo�do (Novo) e Henrique Meirelles (MDB), que, t�m juntos, 8%.

A ret�rica de que o ex-presidente Lula � preso pol�tico e as derrotas nas tentativas de participar das elei��es criaram uma narrativa que emplaca Haddad como herdeiro pol�tico. A estrat�gia em torno da candidatura petista deu certo, a tal ponto que explica em parte a redu��o dos votos nulos, avalia o soci�logo e cientista pol�tico Paulo Ba�a, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Da mesma forma, a facada em Bolsonaro e a recupera��o dele no hospital Albert Einstein, em S�o Paulo, contagiou parte do eleitorado e o impulsionou nas pesquisas.

Ambos os casos geram um ambiente de passionalidade que sensibiliza a campanha e empurra os eleitores a escolherem um candidato. “O clima n�o � para votar nulo. A elei��o mobiliza a popula��o e os n�o votos tendem a cair”, analisa Ba�a. O professor destaca, ainda, que Bolsonaro e Haddad s�o indissoci�veis. � medida que o petista cresce nas pesquisas, Bolsonaro tamb�m avan�a, empurrado pela absor��o de votos de Amo�do, Alvaro Dias, Meirelles e Alckmin.

Da mesma forma que o voto �til do “antipetismo” alavanca Bolsonaro, Haddad tamb�m se beneficia da for�a de Lula, puxando votos que poderiam ir para Ciro e Marina. Ambas candidaturas se alimentam tamb�m pelo temor de um dos dois extremos vencerem as elei��es, assim como Alckmin. E o efeito pr�tico disso � a redu��o de eleitores inclinados a votar nulo ou branco, ou n�o comparecer �s urnas, pondera Ba�a.

Pragmatismo


O ambiente sugere que o percentual de n�o votantes fique abaixo em rela��o �s elei��es municipais nas grandes capitais e tamb�m na compara��o com os pleitos suplementares para governador de Amazonas, em 2017, e do Tocantins, neste ano. Boa parte do eleitorado votou sob desencanto com pol�ticos e impactados pelos esc�ndalos de corrup��o revelados pela Opera��o Lava-Jato.

Na elei��o municipal de S�o Paulo, vencida em primeiro turno, o acumulado de absten��es, votos nulos e brancos chegou a 38,5%. No Rio de Janeiro, esse percentual foi de 42,5% no primeiro turno e de 46,9% no segundo. No Amazonas, foi de 40,2% no primeiro e de 43,5% no segundo. S� n�o superou o desalento do eleitorado em Tocantins. L�, os n�o votantes somaram 43,5% na primeira etapa e 51,8%, na segunda.

A possibilidade de os n�o votos ficarem abaixo de 40% � real, endossa o cientista pol�tico Geraldo Tadeu Monteiro, coordenador do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas sobre a Democracia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). “Sempre que houver polariza��o, mais pessoas comparecem e diminui o n�mero de nulos e brancos”, analisa.

As previs�es de um percentual menor de n�o votantes n�o decorre apenas da polariza��o, avalia o cientista pol�tico Ricardo Ismael, professor da Pontif�cia Universidade Cat�lica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Ele reconhece que existe um desalento e desconfian�a muito grande dos eleitores em rela��o aos pol�ticos, mas acredita que os eleitores votar�o por uma quest�o mais pragm�tica, pensando em como resolver os problemas do pa�s. “Algu�m vai ter de come�ar a solucionar e, a�, n�o d� para ficar indiferente e n�o querer votar”, pondera.

Outras explica��es para a previs�o de um percentual menor de n�o votantes � o n�mero de candidaturas competitivas. Embora Bolsonaro e Haddad estejam bem encaminhados para o segundo turno, Ismael acredita que Ciro, Alckmin e Marina s�o candidatos que podem ainda atrair alguns votos. “Quanto mais candidaturas tiverem chances de chegar ao segundo turno, maior vai ser o movimento de atrair e eleitores e menor ser� o n�mero de absten��es e votos nulos e brancos”, justifica.


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