

O general da reserva Hamilton Mour�o, candidato a vice de Jair Bolsonaro (PSL), conseguiu ao mesmo tempo irritar o presidenci�vel cabe�a de chapa e dar muni��o aos advers�rios do l�der nas pesquisas de inten��o de voto na reta final da corrida presidencial. Bolsonaro n�o gostou das novas e pol�micas declara��es de Mour�o, que criticou o pagamento do 13º sal�rio e do adicional de f�rias. Assim que foi informado da fala de Mour�o, Bolsonaro usou o Twitter para se posicionar contra o general e orientar aliados a defender as garantias trabalhistas. Na mensagem, Bolsonaro sugere que Mour�o n�o conhece as regras constitucionais. “O 13º sal�rio do trabalhador est� previsto no artigo 7º da Constitui��o, em cap�tulo das cl�usulas p�treas (n�o pass�vel de ser suprimido nem sequer por proposta de emenda � Constitui��o)”, escreveu. “Critic�-lo, al�m de ser ofensa a quem trabalha, confessa desconhecer a Constitui��o”, acrescentou. H� duas semanas, o general j� tinha dor de cabe�a ao capit�o quando disse que fam�lia que n�o tem pai dentro de casa � “f�brica de desajustados”, o que levou Bolsonaro a repreender o vice no dia seguinte.
RECUO Ontem, um dia depois das declara��es, Mour�o recuou e disse ter sido mal interpretado. � reportagem, o vice de Bolsonaro disse que se referia, na verdade, a problemas de gerenciamento que levam empres�rios e at� governos a atrasar ou n�o pagar o benef�cio, previsto na Constitui��o Federal. Inicialmente, ele disse � reportagem que sua fala havia sido mal interpretada pelos jornalistas. Depois, lembrado de que sua palestra havia sido filmada, ele disse que o contexto era outro. N�o posso mexer nem posso falar nada, at� porque recebo, n�?”, justificou. “Observe o seguinte, eu estava tocando [assunto] no custo Brasil. Qualquer gerente e qualquer empres�rio, e os pr�prios governos t�m que poupar ao longo do ano para que possam pagar o 13º, � uma quest�o de efici�ncia gerencial.”
Questionado sobre a rea��o negativa de Bolsonaro ao seu coment�rio, Mour�o disse n�o ter se sentido atacado. “N�o, n�o me sinto atacado. At� porque n�o estou atacando o 13º, coloquei ele como algo que tem que ser planejado, tanto para o empregador privado quanto para o Estado.”
SEM ALTA HOJE Bolsonaro teve sua alta prevista para hoje adiada. Pessoas pr�ximas ao presidenci�vel informaram que houve quadro de infec��o bacteriana ap�s a retirada do cateter na quarta-feira. Bolsonaro est� internado no Hospital Israelita Albert Einstein desde 7 de setembro, ap�s sofrer atentado a faca em Juiz de Fora no dia 6. O boletim m�dico do hospital divulgado ontem n�o abordou a quest�o. � um procedimento comum em hospitais mandar a ponta do cateter, que fica em contato com o sangue, para exames. Isso � feito justamente para verificar se existe infec��o. Caso seja constatada presen�a de bact�rias, inicia-se tratamento com antibi�tico.
A reportagem apurou que a avalia��o m�dica repassada � equipe de Bolsonaro � de que o quadro n�o apresenta nenhum tipo de risco e que o candidato pode sair neste domingo.
Justi�a pro�be entrevista de Adelio
O Tribunal Regional da 3ª Regi�o (TRF-3) suspendeu entrevista marcada de Adelio Bispo dos Santos, agressor do candidato � Presid�ncia, Jair Bolsonaro (PSL). A liminar em mandado de seguran�a foi concedida pelo desembragador federal Nino Toldo. Segundo a Procuradoria da Rep�blica no Mato Grosso do Sul, o mandado foi impetrado contra decis�o do juiz federal Dalton Conrado, corregedor da Penitenci�ria Federal de Campo Grande, que autorizou a entrada de rep�rteres da revista Veja e do SBT na unidade prisional para entrevistar Adelio.
A decis�o, de 25 de setembro, estabelecia cinco dias para realiza��o da entrevista e indeferia o pedido de outros ve�culos de comunica��o que fizeram a mesma solicita��o (O Globo, Folha e Revista Cruso�). A peti��o em mandado de seguran�a, assinada pelos procuradores da Rep�blica Silvio Pettengill Neto, Silvio Pereira Amorim e Damaris Rossi Baggio Alencar, argumenta que o juiz tomou para si decis�o administrativa a cargo da administra��o penitenci�ria “em not�ria e grav�ssima viola��o da separa��o dos poderes”. Para o Minist�rio P�blico, a entrevista causaria risco � seguran�a da unidade penitenci�ria e impactos no cen�rio pol�tico-eleitoral, al�m de estimular glamouriza��o do criminoso.