Na pesquisa Ibope divulgada na noite de ontem, o presidenci�vel Jair Bolsonaro (PSL) subiu quatro pontos percentuais e chegou aos 31% das inten��es de votos contra 21% de Fernando Haddad (PT), que manteve o n�mero do levantamento de cinco dias atr�s. Em terceiro lugar, aparece o pedetista Ciro Gomes, que oscilou um ponto percentual, dentro da margem de erro, e apresenta 11%. O tucano Geraldo Alckmin, por sua vez, registrou os mesmos 8%. Marina Silva, da Rede, tem 4%; Jo�o Amo�do, do Novo, 3%; e Alvaro Dias (Pode) 2%, empatado com Henrique Meirelles (MDB) e Cabo Daciolo (Patri). Os demais n�o pontuaram.
Enquanto a rejei��o de Bolsonaro se manteve nos 44%, a de Haddad subiu 11 pontos percentuais, chegando a 38%. Nas simula��es de segundo turno, Bolsonaro (39%) perde para Ciro (45%) e Alckmin (42%). O capit�o reformado do Ex�rcito empata com Haddad, ambos com 42%, e ganha de Marina Silva que, no confronto direto com o deputado do PSL, apresenta 38%, contra 43% de Bolsonaro.
Nos pr�ximos cinco dias at� o primeiro turno, h� uma tend�ncia de o eleitor assumir um comportamento mais pragm�tico. Isso significa que dever� escolher um candidato com potencial para derrotar aquele em quem ele n�o votaria de maneira nenhuma. Tal movimento ocorreu nas �ltimas elei��es — nacionais e estaduais — e, para cientistas pol�ticos e marqueteiros entrevistados pelo Correio, deve se repetir neste primeiro turno. As �ltimas pesquisas de inten��o de voto confirmam a tend�ncia de fragmenta��o, como a do Ibope, divulgada na noite de ontem. A partir de agora, c�lculos pol�ticos individuais estar�o em alta.
Os �ltimos dias at� as elei��es ser�o marcados pela busca da transfer�ncia de votos. “� mais ou menos como numa partida de futebol em que os dois times atacam. N�o h� jogo retrancado, na defesa”, diz Paulo Calmon, diretor do Instituto de Ci�ncia Pol�tica da Universidade de Bras�lia (Ipol/UnB). Para o acad�mico, a semana reserva aos eleitores uma onda de fake news e uma tens�o poucas vezes vista na hist�ria da pol�tica brasileira. “Mas o mais significativo � a transfer�ncia de votos nas �ltimas horas. Os eleitores definem os votos nesse per�odo, pr�ximo ao dia da elei��o, o que � uma escolha calculada. O voto tende a se afunilar em rela��o a um candidato com maior competitividade”, afirma Calmon.
Tend�ncias
Estimativas de marqueteiros e acad�micos apontam para um n�mero capaz de mudar os atuais resultados das pesquisas. Cerca de um ter�o dos eleitores poderia ainda hoje mudar o voto, mas a tend�ncia � de que acabem buscando os primeiros colocados nas pesquisas. Uma m�dia dos levantamentos mostra Bolsonaro e Haddad como primeiros colocados. Levantamento do BTGPactual/FSBPesquisa divulgada na manh� de ontem mostra que Bolsonaro perdeu dois pontos percentuais em rela��o ao resultado da semana passada e hoje estaria com 31% enquanto Haddad cresceu um, chegando aos 24%.
O professor de ci�ncia pol�tica da UnB Ricardo Caldas acredita que o voto �til dever� se consolidar esta semana. “O eleitor tem receio de perder o voto ao oferecer a um candidato sem chances, � algo que ocorre nas �ltimas horas em todas as elei��es”, diz ele. A polariza��o tende a aumentar essa transfer�ncia de votos, principalmente por causa da dist�ncia entre os dois primeiros e os demais candidatos. A l�gica � de que os pol�ticos a partir da quinta coloca��o, ainda na largada, percam votos em detrimento de outros, mas isso n�o significa que pol�ticos em terceiro ou quarto lugar nos levantamentos n�o possam ser afetados pelo voto �til. Entre os presidenci�veis com potencial, Marina � a que tem perdido mais f�lego desde o in�cio da campanha oficial, em 31 de agosto.