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Estado de Minas

Dela��o de Palocci deve afetar campanha de Haddad

Moro retira o sigilo de partes da colabora��o premiada na qual o ex-ministro afirma que campanha de Dilma Rousseff de 2014 custou o dobro do valor declarado ao TSE. Especialista afirma que h� chance de situa��o afetar Fernando Haddad


postado em 02/10/2018 10:22 / atualizado em 02/10/2018 10:28

Palocci está preso desde 2016, condenado a 12 anos e dois meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro (foto: Heuler Andrey/AFP - 26/9/16 )
Palocci est� preso desde 2016, condenado a 12 anos e dois meses por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro (foto: Heuler Andrey/AFP - 26/9/16 )

A seis dias da vota��o do primeiro turno das elei��es, a divulga��o de parte da dela��o do ex-ministro Ant�nio Palocci caiu como uma bomba no Partido do e Curitiba, retirou o sigilo de alguns trechos do depoimento de Palocci.

�s autoridades, ele detalha como era o esquema de aparelhamento da Petrobras e da capta��o irregular de verba para uso na campanha da ex-presidente Dilma Rousseff. De acordo com Palocci, a elei��o e reelei��o da petista, em 2010 e 2014, custaram R$ 1,4 bilh�o, sendo que a maior parte n�o foi declarada � Justi�a Eleitoral — h� quatro anos, o custo foi o dobro do apresentado ao TSE. Ele tamb�m acusa o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva de usar recursos do pr�-sal para beneficiar o PT.

De acordo com o ex-ministro, Lula indicou Paulo Roberto Costa para a diretoria de Abastecimento da Petrobras, em 2010, para “garantir espa�os para a ilicitude”. A indica��o dele teria ocorrido por conta da Odebrecht ter encontrado dificuldades para negociar o pre�o de um derivado de petr�leo com o antigo gestor da �rea. Os interesses da empreiteira estavam voltados para a Brasken, controlada pelo grupo. A empresa, de acordo com a dela��o, se aliou ao Partido Progressista (PP), que na �poca, encontrava dificuldades em conseguir cargos no Executivo e juntos trabalharam para derrubar o antigo gestor.

Palocci conta que a posse de Paulo Roberto Costa atendeu aos interesses da Odebrecht e do PP. “Luiz In�cio Lula da Silva decidiu resolver ambos os problemas indicando Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento; que isso tamb�m visava garantir espa�o para ilicitudes, como atos de corrup��o, pois atendia tanto a interesses empresariais quanto partid�rios”, disse.

A partir da�, houve grandes opera��es de investimentos e, simultaneamente, a��es il�citas voltadas para o abastecimento financeiro de partidos pol�ticos. O MBD, por sua vez, teria feito press�o, inclusive com vota��es no Congresso, para obter a Diretoria Internacional da Petrobras. Palocci tamb�m relatou uma reuni�o com ele, Lula, Dilma e o ent�o presidente da Petrobras, Jos� S�rgio Gabrielli, no Pal�cio da Alvorada, a fim de negociar repasses de R$ 40 milh�es para a campanha de Dilma. Lula trabalhou para que a Petrobras encomendasse a “constru��o de 40 sondas (para explora��o do pr�-sal) com a finalidade de garantir o futuro pol�tico do pa�s e do Partido dos Trabalhadores”. Parte do dinheiro das obras seria repassada em propina aos envolvidos. O ex-ministro apontou que Dilma tamb�m estava na reuni�o, e que Lula sabia dos desvios na Petrobras desde 2007.
 

Liga��o


Apesar de n�o ser citado na dela��o, o ex-prefeito de S�o Paulo, Fernando Haddad, candidato do PT � Presid�ncia, pode ter a candidatura atingida, porque sua imagem est� atrelada a de Lula. Outra candidatura que pode ser prejudicada � da ex-presidente Dilma, que concorre ao Senado por Minas Gerais. O cientista pol�tico Eurico Figueiredo, professor e diretor do Instituto de Estudos Estrat�gicos da Universidade Federal Fluminense (UFF), ressalta que o impacto imediato pode ser no voto dos eleitores indecisos. “Existe uma polariza��o muito grande neste primeiro turno. A dela��o n�o vai influenciar quem j� decidiu votar no Haddad e demais candidatos do PT, mas poder� ter efeito nos indecisos que, segundo as pesquisas, representam um ter�o das inten��es de voto. A libera��o ocorreu na reta final da campanha”, afirmou.

O juiz Sergio Moro recebeu cr�ticas de petistas por levantar o sigilo da dela��o nessa �ltima etapa da corrida eleitoral. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse, no Twitter, que Moro “n�o podia deixar de participar do processo eleitoral” e que o magistrado tenta “pela en�sima vez destruir Lula”. O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, afirmou que “a conduta adotada por Moro apenas refor�a o car�ter pol�tico dos processos e da condena��o injusta imposta ao ex-presidente Lula”. A ex-presidente Dilma Rousseff contestou Palocci e desaprovou o fato de os depoimentos terem sido colhidos em abril deste ano e s� divulgados agora, a “exatos seis dias da elei��o”.

Ao negar pedido da defesa de Lula para suspender uma a��o penal que envolve o ex-presidente, Marcelo Odebrecht e Palocci, Moro chamou de “farsa” as alega��es do petista de que o persegue. “H� s�rias acusa��es por crimes de corrup��o e lavagem de dinheiro. Se s�o ou n�o procedentes, � quest�o a ser avaliada na senten�a. Ter� a defesa a oportunidade de apresentar todos os seus argumentos nas alega��es finais, mas a farsa da invoca��o da persegui��o pol�tica n�o tem lugar perante esse ju�zo”, escreveu o juiz. Procurada pelo jornal, a Odebrecht informou que segue “colaborando com a Justi�a e reafirma o seu compromisso de atuar com �tica, integridade e transpar�ncia.”

O que diz Palocci


As duas campanhas de Dilma � Presid�ncia custaram R$ 1,4 bilh�o, sendo que apenas R$ 503 milh�es foram declarados ao TSE

  • Lula indicou Paulo Roberto Costa para a Petrobras com a finalidade de “garantir ilicitudes”
  • O pr�-sal foi usado por Lula para conseguir dinheiro, a fim de financiar campanhas do PT
  • MDB chegou a travar vota��es no Congresso para obter a Diretoria Internacional da Petrobras
  • Medidas provis�rias editadas nos governos do PT foram motivadas por propina
  • Lula sabia da corrup��o na Petrobras desde 2007 e optou pelo prosseguimento do esquema


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