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Estado de Minas

Justi�a eleitoral � ineficiente para combater avalanche de fake news

Apenas 18 a��es contra not�cias falsas tramitam no TSE em meio a centenas de milhares de mensagens que circulam livremente nas redes sociais com ataques entre campanhas


postado em 06/10/2018 07:00 / atualizado em 06/10/2018 08:23

Fake news de todos os tipos circulam livremente na internet, à revelia da Justiça Eleitoral(foto: Internet/Reprodução)
Fake news de todos os tipos circulam livremente na internet, � revelia da Justi�a Eleitoral (foto: Internet/Reprodu��o)

Em torno da disputa polarizada entre a extrema-direita de Jair Bolsonaro (PSL) e o lulismo de Fernando Haddad (PT), nas elei��es de 2018, os brasileiros viram emergir, como em nenhum outro pleito, avalanche de fake news – not�cias falsas – e boatos com o objetivo de influenciar o voto neste domingo. Por causa do fen�meno, 18 a��es correm no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para combater mentiras que se espalham pela internet. Esse n�mero, entretanto, n�o representa nem um mil�simo do problema, que se agigantou nas redes sociais, em especial no WhatsApp, na reta final das elei��es, e demonstra a dificuldade das institui��es em barrar a desinforma��o.


Enquanto voc� l� esta not�cia, centenas de milhares de mensagens est�o sendo enviadas em grupos de WhatsApp e enviadas pelos seus participantes at� viralizar. Se, por um lado, a rede social despontou nestas elei��es como uma das formas mais eficientes de disseminar informa��es de campanhas pol�ticas, por outro, tamb�m se revelou canal privilegiado de fake news para denegrir a imagem de advers�rios.

O projeto “Elei��es sem fake”, do Laborat�rio de Computa��o Social do Departamento de Ci�ncia da Computa��o da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), est� monitorando 272 grupos p�blicos, todos com orienta��o pol�tica e alerta para o problema. “O que vemos � um espalhamento muito grande de not�cias falsas. Mentiras que levam as pessoas a come�ar a viver em realidade paralela”, conta o coordenador do projeto, o professor Fabr�cio Benevenuto.


Nesta realidade paralela, parte de um universo privado, circulam mensagens inver�dicas como a que diz que o TSE entregou o c�digo das urnas eletr�nicas � Venezuela. Corre tamb�m a mentira de que o PT estaria alertando sobre a mudan�a na data das elei��es para segunda-feira e que Haddad teria falado que as crian�as passariam a ser propriedade do estado, que definiria o g�nero delas.

� falsa tamb�m a mensagem que atribui a um dos filhos de Bolsonaro, o candidato ao Senado Fl�vio Bolsonaro (PSL) a frase “se um pai tira a vida de um filho gay, � uma quest�o familiar”. Anteontem, a Rede Globo alertou para a falsidade de documento que atribui � emissora orienta��es para a cobertura do pleito em favor de Bolsonaro, no domingo.


Na tentativa de frear essa avalanche, nesta semana, o candidato do PT � Presid�ncia, Fernando Haddad, divulgou v�deo no Instagram criticando essa atitude e lan�ou o “Zap do Lula na guerra contra as mentiras e boatos” para que os eleitores enviem den�ncias com as mensagens que receberem. Chegou ao WhastApp do candidato, por exemplo, que ele teria afirmado que “crian�as de 5 anos seriam propriedade do Estado” e que o petista compulsoriamente decidiria o g�nero delas. Haddad atribui a apoiadores de Bolsonaro as mentiras divulgadas.


Pessoas p�blicas tamb�m est�o usando as redes sociais para desmentir not�cias falsas que se alastraram pelos grupos privados. A atriz Patr�cia Pillar fez v�deos para comentar que nunca foi agredida pelo ex-marido, o candidato Ciro Gomes (PDT), e ainda declarou voto nele. “Estou aqui para dizer que est�o usando minha imagem para divulgar not�cias falsas, favorecendo um candidado que jamais seria o meu”, disse.


A vice de Haddad, Manuela D’�vila, tamb�m usou o Instagram para denunciar manipula��o em imagem que ela usa camiseta “Jesus � travesti”, quando, na realidade, era “rebele-se”. Em comum, todas essas fake news v�m, geralmente, acompanhadas de mensagens de que o leitor deve suspeitar, como “Fato grav�ssimo”, “Essa informa��o precisa viralizar”, “Espalhe para o maior n�mero de pessoas poss�vel” e “Urgente”.


PERFIL “O WhastApp vai ser uma li��o para essas elei��es, porque h� uma quantidade de pessoas se informando por esses espa�os e muito pouco se sabe do que est� acontecendo nesses grupos privados. S�o campanhas pol�ticas maliciosas com a dissemina��o de informa��es falsas, o que pode afetar as elei��es, j� que a opini�o se forma muito pela opini�o das pessoas com quem voc� interage”, diz Fabr�cio Benevenuto, coordenador do Elei��es sem fake.


Por se tratar de rede social privada para troca de mensagens, o pesquisador observa que o WhatsApp � mais dif�cil de ser pesquisado, sendo os grupos p�blicos – tem�ticos e abertos para interessados entrarem – uma porta de entrada para essa observa��o. Pesquisadores da ci�ncia da computa��o da UFMG tamb�m est�o debru�ados em 81 grupos p�blicos da rede social para acompanhar as discuss�es.

De acordo com um dos integrantes do estudo, o doutorando Josemar Alves Caetano, a discuss�o pol�tica domina metade dos grupos de WhatsApp. “A principal diferen�a � que, nos grupos com foco na pol�tica, observamos participantes com perfil dominador e outro espectador. 

Nos demais grupos, a participa��o entre os usu�rios � mais homog�nea”, comenta. Segundo o pesquisador, as mensagens est�o ligadas, principalmente, �s palavras-chave Bolsonaro, Lula, Dilma, golpe, impeachment, PT. Dessas mensagens, aquelas que remetiam a v�deos no YouTube estavam mais relacionadas � campanha de Bolsonaro. Em junho, o TSE firmou termo de compromisso com os partidos para que sejam colaboradores contra as fake news. Trinta e um partidos assinaram o documento. PT, PCO, PSTU e PTC n�o assinaram. Foi assinado tamb�m termo parceria com empresas do setor de comunica��o, Google e Facebook para combater a desinforma��o.


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