Embalados pelo PSL, do presidenci�vel Jair Bolsonaro, partidos mais ligados ao ide�rio conservador ampliaram a representa��o na C�mara na pr�xima legislatura. Em um cen�rio de fragmenta��o recorde - 30 legendas elegeram parlamentares -, siglas como o PRB, ligado � Igreja Universal, e o DEM, al�m do PSL, melhoraram seu desempenho.
O pr�ximo presidente ter� de negociar pautas e votos com mais partidos de bancadas m�dias, al�m de nanicos antes sem congressistas - PRP, PMN, PTC, DC. Especialistas acreditam que eleitos por siglas que n�o atingiram a cl�usula de barreira migrem para a base governista.
A nova correla��o de for�as deve mudar tamb�m os acordos e articula��es para a elei��o da presid�ncia da Casa, que costuma passar pelo Pal�cio do Planalto e depender� da influ�ncia do presidente a ser eleito.
Atualmente, a C�mara � comandada pelo deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que, antes da elei��o, j� havia deixado claro seu interesse em disputar um novo mandato para o comando da Casa. Maia tem como base de sustenta��o os partidos do chamado Centr�o - formado por PP, DEM, PR, PRB e Solidariedade -, que encolheu 22 parlamentares e perdeu for�a na elei��o de domingo. Juntos, os cinco partidos ter�o 142 representantes na pr�xima legislatura, ante 164 em exerc�cio atualmente, uma redu��o de 13,4%.
Com ativos como tempo de TV e verbas p�blicas, o apoio de partidos do Centr�o foi disputado pelos candidatos a presidente de diferentes espectros pol�ticos, e o bloco fechou alian�a com o ex-governador de S�o Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), que terminou a disputa em quarto lugar.
O Centr�o, que ascendeu ao comando da C�mara em 2015, com a elei��o do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ) para presidir a Casa, foi crucial para a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Depois, virou base de governo do sucessor, o presidente Michel Temer, e se reorganizou no Legislativo mesmo ap�s a cassa��o de Cunha, condenado e preso na Opera��o Lava Jato.
Os conservadores tamb�m cresceram entre os nanicos. O Partido Novo elegeu oito deputados em sua primeira disputa nacional (mais informa��es na p�gina A12). Sem deputados em exerc�cio, o PRP e o PTC fizeram, respectivamente, quatro e dois deputados.
Impeachment
O processo de impeachment de Dilma tamb�m motivou a ascens�o de novos nomes na C�mara, como a jornalista Joice Hasselmann (PSL-SP), segunda candidata mais votada em S�o Paulo, atr�s apenas de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidenci�vel. Apesar de n�o liderar nenhum movimento, a jornalista militou pelo afastamento de Dilma nas redes sociais.
Outro nome que ganhou fama na �poca e agora ter� um mandato parlamentar � Kim Kataguiri (DEM-SP), um dos l�deres do MBL, movimento que militou pelo impeachment. Tamb�m se elegeram na esteira das manifesta��es o ator Alexandre Frota (PSL-SP) e Carla Zambelli (PSL-SP).
Oposi��o
J� os partidos de esquerda, oposi��o a Temer, quase n�o mudaram de tamanho para a pr�xima legislatura. Eram 137 ao todo ap�s a elei��o de 2014, e ser�o 136 a partir de 2019.
Embora ainda a maior bancada, o PT perdeu 18% das cadeiras em rela��o � �ltima elei��o - caindo de 68 deputados para 56 eleitos. J� o PSB � o maior partido na centro-esquerda, com uma bancada de 32 deputados, dois a menos do que em 2014, mas uma recupera��o em rela��o aos 26 em exerc�cio atualmente - o partido perdeu parlamentares no ano passado. Com Ciro Gomes na disputa do Planalto, o PDT subiu de 20 para 28 congressistas, 40% a mais.
O PSOL teve seu pior desempenho presidenci�vel com Guilherme Boulos, mas ganhou espa�o na C�mara: a bancada dobrou de cinco para 10 deputados. O partido superou o PCdoB, que fez nove, um a menos do que tinha. A Rede de Marina Silva, elegeu s� uma deputada.