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Estado de Minas ENTREVISTA

"O Senado foi uma nulidade para Minas nos �ltimos 30 anos', diz Carlos Viana

Senador eleito diz que � preciso resgatar import�ncia da Casa para o estado e o pa�s


postado em 15/10/2018 06:00 / atualizado em 15/10/2018 08:01

(foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A. PRESS)
(foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A. PRESS)

O jornalista e apresentador de TV Carlos Viana, de 55 anos, vai assumir o seu primeiro mandato parlamentar em fevereiro, depois de conquistar a segunda vaga para o Senado por Minas pelo PHS, com 3.568.658 votos (20,22%).

Ele diz que pretende resgatar a import�ncia do Senado para Minas e para o pa�s. “O Senado sempre foi uma esp�cie de pr�mio para os pol�ticos mais velhos, que encontravam suplentes milion�rios que pagavam a campanha. Esses pol�ticos morriam e os suplentes assumiam sem o menor compromisso com Minas Gerais”, diz o futuro parlamentar, para quem o Senado, nos �ltimos 30 anos, foi uma nulidade para o estado.”

Viana diz que outro objetivo no Senado ser� trabalhar pelo refinanciamento da d�vida do estado, a fim de permitir que o governador eleito reorganize as d�vidas e pague em dia os servidores estaduais. E tamb�m buscar a melhoria da mobilidade para escoamento da produ��o em Minas, a amplia��o da �rea mineira da Sudene para o Leste do estado, a municipaliza��o do Anel Rodovi�rio e a amplia��o do metr� de Belo Horizonte.

A elei��o ao Senado surpreendeu muito. A ex-presidente Dilma esteve em primeiro lugar o tempo todo e o senhor embolado com outros dois candidatos. No fim ela ficou de fora. Como avalia esse resultado e o que acha que aconteceu com as pesquisas?
Acredito que os institutos de pesquisa h� muito j� est�o dando sinais de que as ferramentas usadas para avaliar a opini�o p�blica est�o defasadas. Penso tamb�m que o Minist�rio P�blico deveria promover investiga��o nesses institutos, porque os erros s�o calamitosos, s�o erros que inclusive podem em algum momento prejudicar o resultado das elei��es e at� os candidatos. E n�o s�o erros simples, s�o erros graves. Usei em minha campanha um trabalho amplo de redes sociais, fizemos acompanhamento de resultados e desde o primeiro momento perceb�amos que a candidatura da ex-presidente Dilma Rousseff n�o era compartilhada. Ela tinha o maior n�mero de seguidores, de 1,250 milh�o, e todas as vezes que o perfil dela publicava alguma coisa, isso n�o era compartilhado, ficava apenas naquele p�blico. J� era um sinal claro de que a plataforma dela como candidata n�o estava ganhando repercuss�o na sociedade. Nem somente a direita nem somente a esquerda consegue se eleger sozinhas em cargos majorit�rios. Voc� tem que buscar sempre um grupo de eleitores que n�o compartilha de vis�o dentro dessas linhas. S�o pessoas que querem votar por uma quest�o de confian�a daquilo que o candidato est� falando no momento do pa�s. E a gente percebia isso. Tanto que minha �ltima fala na internet teve 308 mil pessoas que acompanharam, isso deu uma confian�a muito grande de que a vit�ria se tornaria realidade.

O senhor se define como um candidato da direita?
� preciso que a gente redefina hoje no Brasil o que � direita e o que � esquerda. N�o quero me rotular, uma vez que tenho muitas ideias que comungam com o pensamento da direita, como a liberdade de imprensa, de opini�o, sou um liberal na economia, um capitalista, nessas caracter�sticas da direita me enquadro. Mas tamb�m me enquadro em caracter�sticas da esquerda, como, por exemplo, sou a favor que o estado trabalhe as cotas, as assist�ncias a popula��es que ganhem menos, que o estado seja indutor do crescimento nas regi�es mais pobres. Da forma como est� colocado, direita e esquerda radicalizadas, n�o contribui para o Brasil.


As chamadas bancadas da bala e da religi�o elegeram muita gente. Por que o senhor acha que o povo escolheu uma bancada mais conservadora? Em que isso pode influenciar mudan�as no Brasil?
Essa parcela importante da popula��o ficou relegada a segundo plano durante os 13 anos do governo do PT. A esquerda massacrou aqueles que n�o concordam com o pensamento dela. Essa radicaliza��o inclusive que h� no Brasil hoje, eu atribuo a todos os programas dos muitos radicais de esquerda que, n�o s� atacaram, como ofenderam boa parcela da popula��o que a gente chama de conservadores. Esses conservadores s�o pessoas que n�o se movimentam muito em dire��o � pol�tica e tinham uma tend�ncia grande a n�o se manifestar. Entre elas, a bancada da B�blia. Os evang�licos sempre se omitiram, a participa��o se restringia a deputados que representavam igrejas, cada um tinha l� uma r�dio, um canal de TV. O que a gente chama de bancada evang�lica surgiu quando em Bras�lia come�aram a surgir os primeiros projetos de lei que tentavam regular as igrejas. A partir do momento que se come�ou a falar em taxar igrejas e criar leis para punir religiosos que n�o realizassem casamentos homoafetivos, isso tudo levantou entre esse grupo conservador a preocupa��o de que o pa�s precisava respeitar todos os lados. O que temos hoje � uma rea��o, portanto, os que n�o concordam querem o direito de dizer que n�o concordam e serem respeitados em rela��o a isso. � por isso que a bancada conservadora cresceu tanto, � uma resposta a um desrespeito sobre o posicionamento dessas pessoas. A quest�o do aborto por exemplo, h� campanha muito forte da esquerda pela libera��o, mas h� uma maioria absoluta da popula��o que � contra. Essas pessoas t�m direito � opini�o delas.

Nestas pautas, seu posicionamento ser� do lado conservador?
Exatamente. Penso que a lei do aborto j� � suficiente para preservar as mulheres nas quest�es de viol�ncia, m� forma��o, risco � sa�de. Acho que a lei atende muito bem aos casos graves, mas sou contra a libera��o do aborto em qualquer situa��o.

E em rela��o �s drogas?
Sou a favor de ampla discuss�o sobre a forma como o Brasil combate as drogas. Minha vis�o � que a gente traga a discuss�o n�o pelo campo da repress�o, mas pelo campo da´sa�de. Precisamos come�ar a entender e ter pol�ticas p�blicas no Brasil para ajudar os dependentes a deixar o v�cio. Essa vis�o s� de repress�o sobre as drogas j� � ultrapassada.

Quem o senhor vai apoiar no segundo turno. Haddad ou Bolsonaro?
Essa decis�o est� sendo tomada em conjunto com o prefeito Alexandre Kalil. Tenho minha prefer�ncia pessoal e voto, mas como senador a decis�o ser� em bloco pol�tico

Suas ideias se assemelham mais �s de qual deles?
Muitos dos meus pensamentos caminham em conjunto com Jair Bolsonaro, assim como alguns n�o caminham com ele.

O candidato do PSL � associado a falas sobre autoritarismo, mulheres, gays, ditadura. De quais ideias comunga com ele?
Eu, por exemplo, n�o defendo e muito menos aplaudo o per�odo militar brasileiro. N�o concordo em absoluto com qualquer tipo de interven��o militar. E penso que tortura no Brasil e os torturadores devem ser conhecidos para que esse erro nunca mais volte a ser cometido. No caso do Brilhante Ustra (coronel acusado de tortura durante o regime militar), n�o penso que essas pessoas sejam um exemplo que a gente deva engrandecer. S�o exemplos que a gente precisa aprender para n�o cometer mais erros.

Quando apresentador de TV e r�dio o senhor criticava muito os pol�ticos de modo geral e os da bancada mineira. O que acha que pode conseguir no Senado que eles n�o conseguiram para Minas?
Com exce��o do Anastasia, a hist�ria do Senado inteiro � de descaso com Minas e esc�ndalos. O Senado sempre foi uma esp�cie de pr�mio para os pol�ticos mais velhos, que encontravam suplentes milion�rios que pagavam a campanha. Esses pol�ticos morriam e os suplentes assumiam sem o menor compromisso com Minas Gerais. O resultado � que temos um Senado que nos �ltimos 30 anos foi uma nulidade para o estado. Pretendo resgatar a import�ncia do Senado no cen�rio mineiro e brasileiro.

Que pautas vai defender?
Pretendo trabalhar pelo refinanciamento da d�vida do estado, que vai permitir a quem for eleito governador reorganizar as d�vidas e pagar os servidores. Levar a import�ncia de Minas como estado cuja geografia � estrat�gica para o desenvolvimento do pa�s. Toda a riqueza que vem do Sudeste tem que passar por Minas e temos aqui 20 anos de atraso na maior malha rodovi�ria do pa�s. Melhorar a mobilidade para escoamento da produ��o em Minas n�o � s� uma quest�o pol�tica, mas estrat�gica, de crescimento do pa�s. Essa vis�o pretendo levar com clareza na minha participa��o no Senado. A quest�o de obras importantes que por uma quest�o pol�tica n�o conseguimos, como a municipaliza��o do Anel Rodovi�rio, que � uma demanda do prefeito Kalil e foi barrada politicamente. Vamos trabalhar nisso e na quest�o do metr�. Essas queixas levaremos � Bras�lia.

O senhor j� tem algum projeto de lei?
Pretendo assumir um projeto que j� existe, de ampliar a �rea da Sudene em Minas, para que ela se estenda at� o Leste de Minas, em Governador Valadares. A quest�o de uma al�quota �nica de ICMS para todo o pa�s, de 12%, � outra luta que vou levantar, assim como a discuss�o da antecipa��o dos contratos de concess�o das ferrovias. As empresas que ganharam a concess�o durante �poca de Fernando Henrique querem antecipar em 10 anos os contratos e ganhar mais 40. Se fizermos isso, vamos condenar o Brasil a 40 anos sem transporte de passageiros e mais cargas por ferrovias. Precisamos de novo marco ferrovi�rio.

O senhor fez campanha com Anastasia. Se Romeu Zema vencer, como vai ser sua rela��o com o Pal�cio?
Acredito que o Anastasia tem plena condi��o de vencer, mas se o Zema se tornar governador ter� todo apoio para que possa melhorar Minas em qualquer aspecto. Mas pode esperar tamb�m a minha fiscaliza��o.


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