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Estado de Minas POL�TICA

Justi�a com poucas mulheres tem 'vis�o limitada e parcial do mundo', diz Toffoli

Durante almo�o no Sal�o Nobre do Supremo, com ju�zas, desembargadoras e ministras de Tribunais Superiores, ele afirmou que a sociedade brasileira precisa de mais mulheres no Poder Judici�rio


postado em 15/10/2018 20:21 / atualizado em 15/10/2018 22:52

 Toffoli afirmou que, no Judiciário, os porcentuais de participação feminina ainda são baixos(foto: Carlos Moura/SCO/STF )
Toffoli afirmou que, no Judici�rio, os porcentuais de participa��o feminina ainda s�o baixos (foto: Carlos Moura/SCO/STF )
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, disse nesta segunda, 15, que "um sistema de Justi�a com poucas mulheres em seus quadros e postos de comando � um sistema incompleto, que opera a partir de uma vis�o limitada e parcial do mundo". Para Toffoli, essa situa��o "impacta na pr�pria qualidade da presta��o jurisdicional".

Durante almo�o no Sal�o Nobre do Supremo, com ju�zas, desembargadoras e ministras de Tribunais Superiores, ele afirmou que a sociedade brasileira precisa de mais mulheres no Poder Judici�rio.

O encontro foi organizado em parceria com a Associa��o dos Magistrados Brasileiros (AMB), por meio da presidente interina da entidade, ju�za Renata Gil, informou o site do Supremo.

"A mulher fornece um olhar diferenciado � atividade judicial, notadamente nas quest�es de direito relativas a g�nero, e os desafios s�o muitos nesta seara", ressaltou o ministro.

Toffoli destacou que, "a despeito de a Lei Maria da Penha ser uma legisla��o avan�ada em termos de prote��o da mulher contra viol�ncia dom�stica e familiar", o Atlas da Viol�ncia, publicado pelo Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (IPEA) em 2016, mostra n�meros aterrorizantes, como o assassinato de 4.645 mulheres no Pa�s, o que equivale a 4,5 homic�dios para cada 100 mil brasileiras.

Nos �ltimos 10 anos, observou o presidente do Supremo, houve um aumento de 6,4% nesses tipos penais.

Quando ocupou interinamente a Presid�ncia da Rep�blica em setembro, o ministro sancionou a lei que torna crime a importuna��o sexual e aumenta a pena para o estupro coletivo (Lei 13.718/2018).

"Esses exemplos mostram que, embora o Congresso Nacional tenha aprovado importantes legisla��es de prote��o � mulher, � preciso que se confira efetividade a essas normas. O Poder Judici�rio tem papel fundamental na garantia dessa efetividade, e as magistradas mulheres especialmente", afirmou.

Citando pesquisa "Estat�sticas de G�nero", elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), e tamb�m estudos do Conselho Nacional de Justi�a (CNJ), Toffoli afirmou que, no Judici�rio, os porcentuais de participa��o feminina ainda s�o baixos.

As mulheres representam 38% da magistratura, mas o porcentual de participa��o feminina diminui � medida em que se avan�a na carreira - as magistradas representam 44% dos ju�zes substitutos, 39% dos titulares, 23% dos desembargadores e apenas 16% dos integrantes dos Tribunais Superiores.

O estudo tamb�m revela uma queda na representatividade de mulheres entre os que ingressaram na magistratura a partir de 2011, em todos os segmentos da Justi�a.

Toffoli afirmou que, embora o concurso p�blico garanta isonomia no acesso aos cargos p�blicos, os maiores desafios v�m depois do ingresso na carreira, quando a mulher encontra um universo criado e dominado, por longo per�odo, apenas por homens.

"� preciso que a mulher tenha voz nos espa�os por onde passar dentro desse sistema", recomenda o ministro. "� necess�rio que essa voz seja respeitada e escutada com aten��o e efetivamente considerada nas delibera��es. O respeito precisa vigorar plenamente. Somente assim haver� igualdade de fato."

Toffoli assinou a Portaria do CNJ com a composi��o do grupo de trabalho para elabora��o de estudos, an�lise de cen�rios, eventos de capacita��o e di�logo com os tribunais sobre o cumprimento da Resolu��o CNJ nº 255/2018 que instituiu, na gest�o da ministra C�rmen L�cia, a Pol�tica Nacional de Incentivo � Participa��o Institucional Feminina no Poder Judici�rio.


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