Governador eleito de Goi�s, Ronaldo Caiado (DEM), diz que o poss�vel futuro minist�rio de Jair Bolsonaro (PSL) n�o pode "ter fanfarr�es". "A forma��o do governo ser� o grande desafio. Ele deve obedecer aos crit�rios de compet�ncia e honestidade", afirma, pouco depois de se encontrar com o presidenci�vel.
A seguir, trechos da entrevista, concedida por telefone:
Caminhamos para um segundo turno com o pa�s conflagrado. Qual o seu papel, como governador eleito?
A sociedade nos deu uma mensagem de esperan�a. Eu sei o que � cobrado pela sociedade. Ela se cansou, esse ciclo chegou ao fim. Vamos, em Goi�s, todos votar no Bolsonaro. Ele precisa ter independ�ncia para construir seu governo. Ningu�m � obrigado a ser especialista em todas as �reas. � preciso escolher o minist�rio com base em crit�rios de honestidade e compet�ncia. N�o pode ter fanfarr�o. A forma��o do governo � o grande desafio.
Mas qual o seu papel?
Ap�s as coisas que aconteceram nesses 13 anos de governo petista, temos a chance de resgatar o processo democr�tico. Isso s� pode ser feito por algu�m com apoio da popula��o, sem nada que extrapole um mil�metro as regras democr�ticas. Eu sempre exerci meus mandatos dentro de regras claras. Sempre me submeti ao resultado de todas as elei��es. Temos de ter responsabilidade para desativar esse clima belicoso. Vamos fazer debates em busca do consenso.
Como o senhor interpreta a vota��o do PSL no Pa�s?
Eles (PSL) v�o ter de se reciclar. Eles (eleitores) n�o votaram no PSL, votaram para dar governabilidade, na chapa que estava com Bolsonaro para dar governabilidade. Isso demonstra uma grande politiza��o. Essa vota��o � importante para o governo.
Lula e outros pol�ticos importante est�o presos. Como a pol�tica tradicional pode enfrentar essa onda antipol�tica? A pris�o de Lula deve ser tratada no pr�ximo governo?
Eu defendi a tese de que o ideal era bater em Lula na elei��o. Ele n�o pode ser um mito para a pr�xima gera��o, um cidad�o que praticou o que ele praticou. Ele � danoso como exemplo. Essa pol�tica tradicional tem de entender que esse ciclo acabou. N�o tem como continuar desse jeito, com o uso da m�quina, usar a pol�tica para se beneficiar dela. Esse sistema tem de acabar.
Quais foram os erros cometidos pelos partidos tradicionais que contribu�ram para essa situa��o?
Tivemos a cultura da infla��o no passado e hoje t�nhamos a cultura de que a elei��o no Pa�s s� ganhava quem tinha dinheiro. O PT ganhou em 2002 para desmistificar isso e tamb�m se enredou. Hoje, � p�gina virada. O objetivo dos partidos era fazer caixa 2 para favorecer suas bancadas. Essas pr�ticas que devem acabar. Essa campanha j� foi mais barata do que outras.
Muitos Estados est�o falidos, outros atrasam os sal�rios de seus funcion�rios. Como resolver a crise dos Estados?
Primeiro tem de dar o exemplo, com o corte substancial das despesas do Estado, para n�o enfiar a m�o no bolso do contribuinte sem contrapartida. Devemos priorizar a reforma do Estado antes da reforma da Previd�ncia. A popula��o n�o aceitar� gastos abusivos com a m�quina p�blica. Ser� necess�rio enxugar o custo do Estado.