
A disputa pelo comando da C�mara est� causando atritos entre o PSL do deputado Jair Bolsonaro (RJ), l�der nas pesquisas de inten��o de voto para a Presid�ncia, e o bloco conhecido como Centr�o, fiel da balan�a nas vota��es da Casa. Dirigentes do grupo formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade dizem que, se Bolsonaro for eleito e quiser "atropelar" o centro, enfrentar� forte oposi��o desde o in�cio do mandato.
Na tentativa de amenizar o mal-estar, o senador eleito Major Ol�mpio, presidente do PSL paulista, afirmou que o assunto n�o est� sendo objeto de discuss�o. "O importante � ter um alinhamento que d� solidez ao futuro governo", afirmou ele.
Na v�spera, por�m, Ol�mpio havia confirmado � reportagem a disposi��o do PSL para indicar o deputado Eduardo Bolsonaro (SP), filho do capit�o reformado do Ex�rcito, � cadeira hoje ocupada por Rodrigo Maia (DEM-RJ). A defesa da indica��o foi feita pelo general Roberto Sebasti�o Peternelli J�nior, coordenador das candidaturas de militares das For�as Armadas e deputado eleito.
As articula��es do PSL irritaram o Centr�o, uma vez que a maioria do bloco apoia a recondu��o de Maia � presid�ncia da C�mara. Al�m disso, o deputado Capit�o Augusto (PR-SP), que integra o grupo, tamb�m quer lan�ar sua candidatura e nesta quarta-feira, 17, foi at� a resid�ncia oficial de Maia para comunicar a decis�o.
"Estou trabalhando alinhado com o Bolsonaro e pretendo disputar com Maia", disse Capit�o Augusto, que em dezembro comandar� a Frente Parlamentar da Seguran�a P�blica. "O Eduardo tem 32 anos, n�o pode assumir, por causa da linha sucess�ria da Presid�ncia. Mas quem vai decidir isso no PSL � o zero um", completou, numa refer�ncia � express�o militar usada por Bolsonaro.
A inten��o manifestada pelo candidato do PSL de, se eleito, chamar bancadas parlamentares, e n�o partidos, para negocia��es pol�ticas tamb�m vem sendo alvo de cr�ticas do Centr�o, que apoiou Geraldo Alckmin (PSDB) no primeiro turno da corrida presidencial.
"A culpa de o Fernando Haddad, do PT, ter ido para o segundo turno com Bolsonaro � nossa, do Centr�o, porque dever�amos ter apoiado Ciro Gomes (PDT), e n�o Alckmin", disse o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), presidente do Solidariedade. "Com o tempo de TV que o bloco tinha, haveria chance de levar Ciro para o segundo turno, mas fomos voto vencido. Agora, vamos ver o que vai acontecer."
'Afoiteza'
No Rio, Major Ol�mpio e o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) jogaram �gua na fervura pol�tica que op�s o PSL e o Centr�o. "Alguns t�m um pouco menos de experi�ncia, um pouco mais de afoiteza", afirmou Ol�mpio, sem citar o general Peternelli J�nior. "Mas n�o est� na cabe�a do Bolsonaro, nem na dire��o do PSL, tampouco da coordena��o geral da campanha, discutir como ser� a dire��o das Casas, como ser� a ocupa��o do espa�o. Primeiro, temos de ganhar a elei��o. S� depois, isso vai ser constru�do."
Anunciado por Bolsonaro como futuro ministro da Casa Civil, em caso de triunfo do PSL nas urnas, Onyx foi na mesma linha. "Qualquer coisa em rela��o ao Congresso s� ser� discutida do Natal para frente. N�s temos de ter humildade, p� no ch�o", comentou.
Ao dizer que, pelos planos do PSL, o partido ficar� com a presid�ncia da C�mara por ter a maior bancada eleita, apesar de estar atr�s do PT, Peternelli J�nior tamb�m afirmou que, pelo mesmo crit�rio, o MDB deve continuar presidindo o Senado.
At� agora, o candidato do partido para a sucess�o de Eun�cio Oliveira (CE), que n�o foi reeleito, � o senador Renan Calheiros (AL). "N�o d� para ampliar a linha de atrito. � preciso buscar a concilia��o e acho que terei participa��o na escolha desse candidato", afirmou Eun�cio. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.