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Estado de Minas

Haddad precisa conseguir 1,5 milh�o de votos por dia para vencer a elei��o

Para especialistas, s� um fato novo de muita repercuss�o possibilitaria essa reviravolta


postado em 24/10/2018 08:55

Para ter chances, petista não teria apenas de conseguir o apoio dos indecisos, mas também retirar votos de Jair Bolsonaro, do PSL (foto: Daniel Ramalho/AFP)
Para ter chances, petista n�o teria apenas de conseguir o apoio dos indecisos, mas tamb�m retirar votos de Jair Bolsonaro, do PSL (foto: Daniel Ramalho/AFP)

O presidenci�vel Fernando Haddad (PT) tem testado diferentes estrat�gias para conseguir os votos que faltam para chegar ao Pal�cio do Planalto, mas a chance de que ele vire o jogo � baixa, na vis�o de especialistas. Para ganhar a elei��o, o petista precisa reverter a diferen�a de 15 milh�es de votos que o separa de Jair Bolsonaro (PSL), segundo as pesquisas.

Isso significa conquistar, pelo menos, 1,5 milh�o de votos v�lidos por dia at� domingo, quando os brasileiros ir�o novamente �s urnas — e esses votos t�m de sair do total recebido at� agora pelo advers�rio. Pesquisa Ibope divulgada nessa ter�a-feira (23) mostra que Haddad tem 43% dos votos v�lidos (descartados nulos e brancos), o que equivale a 46 milh�es de eleitores, caso seja mantida a mesma absten��o do primeiro turno, quando 20,3% n�o foram �s urnas. Est�, portanto, 14 pontos atr�s de Bolsonaro, que lidera a corrida com 57% — 61 milh�es de votos, se usada a mesma m�trica.    

No primeiro turno, 107 milh�es de brasileiros votaram em algum candidato — nulos e brancos n�o entram na conta, porque s�o desconsiderados no c�lculo final. Se a mesma quantidade escolher um dos dois no domingo, o vencedor precisar� de 53,5 milh�es de votos para ser eleito. Para Bolsonaro, significa receber mais 4,3 milh�es em rela��o ao que conseguiu no primeiro turno. Para Haddad, 22,2 milh�es.    

Mesmo se o petista conquistasse todos os indecisos — 3,1 milh�es, segundo a pesquisa Ibope de ontem, mantida a absten��o do primeiro turno —, seria insuficiente para virar. Ele precisaria tamb�m tirar votos que hoje s�o declaradamente de Bolsonaro. Apesar do aumento de 41% para 43% das inten��es de voto em Haddad, na compara��o com a pesquisa divulgada na semana passada, a miss�o � dif�cil, acredita o analista pol�tico Murillo de Arag�o, da Arko Advice.

“J� se admite que possa haver uma subida nos �ltimos dias. Mas mesmo se, no esfor�o final, ele conseguir avan�ar para 45% ou 46%, ainda � improv�vel que chegue a 50% mais um e ganhe”, avalia. A chance � “muito baixa”, segundo ele, porque as pesquisas mostram um n�vel de ader�ncia maior a favor de Bolsonaro: 37% dos entrevistados dizem que votam no capit�o reformado “com certeza”, contra 31% entre os eleitores do professor.    

Rejei��o

Nem o apoio, considerado tardio, de Marina Silva (Rede) e Jos� Maria Eymael (DC), divulgados na �ltima segunda-feira, deve fazer diferen�a a essa altura. Juntos, eles tiveram 1,1 milh�o de votos no primeiro turno, menos do que Haddad precisaria por dia para decolar. Al�m disso, nem todos os eleitores migram para o candidato do PT — ainda menos este ano, devido ao crescimento do antipetismo. O Ibope divulgou que 41% das pessoas n�o votariam “de jeito nenhum” em Haddad — uma queda em rela��o aos 46% da semana passada, mas ainda um pouco maior que a rejei��o a Bolsonaro, de 40%. No levantamento anterior, o candidato do PSL era rejeitado por 35% dos eleitores.        

O terceiro colocado na primeira fase do pleito, Ciro Gomes (PDT), que teve 13,3 milh�es de votos, tamb�m � contr�rio a Bolsonaro, mas n�o se engajou na campanha para o PT, o que pode ter limitado a transfer�ncia de votos, por�m, n�o a ponto de mudar o quadro, segundo especialistas. O cientista pol�tico C�sar Alexandre de Carvalho, da CAC Consultoria, ressalta que Haddad n�o precisaria apenas tirar votos do candidato do PSL, mas avan�ar em regi�es dif�ceis para o petista, como o Sudeste. “Ele perde em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em S�o Paulo, os tr�s maiores eleitorados do pa�s”, observa. At� no Nordeste, historicamente um reduto do PT, Haddad tem apoio menos expressivo do que tiveram candidatos anteriores da sigla. Em 2014, no primeiro turno, Dilma Rousseff conseguiu 16,3 milh�es de votos na regi�o. Este ano, Haddad teve 14,5 milh�es.    

Para que o cen�rio mude at� domingo, � preciso que haja um fato novo de muita repercuss�o, o que n�o aconteceu at� agora, aponta Carvalho. A den�ncia de que empres�rios teriam pago ag�ncias para divulgar not�cias falsas em benef�cio de Bolsonaro n�o foi suficiente para que ele despencasse nas pesquisas. “Precisaria ter dinheiro na mesa, uma coisa muito grave, com provas. N�o adianta s� a den�ncia, tem de ter escuta telef�nica, assinatura, algo palp�vel”, explica.    

As estat�sticas de elei��es passadas v�o na mesma dire��o do que afirmam os especialistas. Em 2014, a cinco dias do segundo turno, Dilma tinha 52% das inten��es de votos v�lidos, contra 48% de A�cio Neves (PSDB), pela pesquisa Datafolha. Dois dias depois, pelo Ibope, o placar era de 54% contra 46%. No fim das contas, a petista foi reeleita com 51,64%, contra 48,36% do tucano, praticamente o que havia sido previsto cinco dias antes. “A mobilidade dos votos no segundo turno � menor. O cen�rio j� est� mais consolidado”, afirma Carvalho.


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