Pelo terceiro dia consecutivo, o candidato ao governo de Minas Romeu Zema (Novo) faltou a um debate e evitou encontrar seu advers�rio Antonio Anastasia (PSDB). E o que era para ser um debate na R�dio CBN acabou se transformando em entrevista com o tucano, que voltou a afirmar que a aus�ncia de Zema � uma “falta de respeito” com o eleitorado mineiro. Em postura e acenos, a cada dia, Zema tem se aproximado do presidenci�vel Jair Bolsonaro (PSL), que tamb�m optou por n�o ir a confrontos com Fernando Haddad (PT). Ontem, o candidato mineiro vestiu a camisa da campanha do capit�o reformado e, ao lado de apoiadores, gritou novo bord�o: “Bolsozema!”, sugerindo a dobradinha entre os dois.
“Ele reclamou muito durante o primeiro turno”, criticou Anastasia, que registrou 33% das inten��es do eleitorado mineiro, entre os votos v�lidos, na pesquisa Ibope. Em campanha nas redes sociais e de forma reiterada, o candidato do Novo pedia no primeiro turno para comparecer aos debates, j� que ficava de fora segundo as regras da lei eleitoral – que obriga as emissoras a convidar apenas candidatos de partido com representa��o m�nima no Congresso Nacional.
Questionado se, por causa das m�dias digitais, debates t�m perdido for�a nas elei��es, o ex-governador disse esperar que n�o. “Debate � fundamental, porque � onde as ideias s�o trocadas, sen�o a campanha fica unilateral. � fundamental que haja o contraponto”, afirmou Anastasia.
O tucano afirmou tamb�m que sua proposta de fus�o de secretarias estaduais e enxugamento da m�quina p�blica n�o causa temor ao servidor e ressaltou que n�o vai privatizar �reas que considera “essenciais”. “Proponho uma redu��o para fazer economia sem perda de qualidade do servi�o p�blico. O outro candidato defende a privatiza��o da sa�de, seguran�a e educa��o. Eu discordo”, afirmou.
Durante a entrevista, o senador garantiu que n�o vai aumentar impostos e que vai manter a remunera��o dos servidores, “garantindo o pagamento no 5º dia �til”. Apontou como prioridade restabelecer a estabilidade financeira do estado. Ele tamb�m criticou o plano de governo de Romeu Zema. “Minha proposta � melhor porque � mais realista. � baseada na experi�ncia”, disse.
“BOLSOZEMA” O candidato do Novo justificou, por meio de nota, que vai privilegiar o corpo a corpo com o eleitorado nesta �ltima semana de campanha. “Ampliarei o contato direto com os eleitores atrav�s de visitas e reuni�es nas diversas regi�es de nosso estado”, declarou o empres�rio. Zema n�o teve, entretanto, compromissos externos de campanha ontem e se dedicou � grava��o de programas eleitorais.
Ele divulgou v�deo em que refor�a a dobradinha com Bolsonaro, embora o presidenci�vel do PSL n�o tenha declarado apoio a nenhum dos dois candidatos em Minas. Vestido com camisa da campanha do militar da reserva, Zema bradou o bord�o “Bolsozema”. Rodeado por apoiadores, o empres�rio ainda recitou “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, lema da campanha do deputado federal ao Pal�cio do Planalto. Embora tenha feito essa refer�ncia, o Novo � um partido sem cunho religioso e que enfoca o liberalismo econ�mico.
Desde o primeiro turno, o empres�rio tenta vincular seu nome ao de Bolsonaro. No debate de que participou �s v�speras das elei��es, na TV Globo, ele recomendou o voto tanto para Jo�o Amo�do, que concorria � Presid�ncia pelo Novo, quanto para o capit�o da reserva. A declara��o levou o diret�rio nacional da legenda a publicar nota acusando o candidato de infidelidade partid�ria. A aproxima��o de Zema, �nico nome do Novo a disputar o comando de um estado, entretanto, n�o mudou a postura de Bolsonaro, que mant�m neutralidade nas disputas para governador.
