
O presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai colocar em vota��o o projeto que revoga o Estatuto do Desarmamento, uma das bandeiras de Jair Bolsonaro (PSL-RJ) na campanha presidencial. O texto faz com que a posse de armas fique mais flex�vel, retirando a exig�ncia de comprova��o da proced�ncia. Assim, Maia tenta se aproximar de Bolsonaro, l�der nas pesquisas para a Presid�ncia. O deputado do Rio quer continuar na Presid�ncia da C�mara, e deve esperar apenas o resultado das elei��es majorit�rias para encaminhar o projeto.
A proposta de Maia foi aprovada em comiss�o h� tr�s anos. Mant�m as exig�ncias de os portadores n�o terem antecedentes criminais, comprovarem o curso de tiro e passarem por exame psicot�cnico. Mas o tr�mite pode sofrer altera��es durante a vota��o no plen�rio. O texto tem apoio da Bancada da Bala, integrada por Bolsonaro e por quase todos os parlamentares que se elegeram �s custas do nome dele no PSL — que, a partir de 2019, torna-se o segundo maior partido da C�mara.
Defensores do armamento j� articulam a vota��o de projeto de porte da arma assim que a primeira etapa — envolvendo o desarmamento — for conclu�da. Indicaram o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) para um cargo no Planalto. O parlamentar deixou de concorrer � reelei��o para disputar o governo do Distrito Federal, sem sucesso. Fraga seria uma esp�cie de articulador pol�tico no governo. Bolsonaro chegou a fazer o convite em um v�deo que foi parar na internet.
As articula��es para flexibilizar o Estatuto do Desarmamento racharam a base de apoio do capit�o. Sem aceita��o entre os maiores partidos, Bolsonaro correu atr�s de alian�as com as bancadas da Bala, do Boi e da B�blia — com deputados a favor de armas, defensores do setor agropecu�rio e da tradi��o religiosa. Evang�licos querem evitar a suposta facilita��o da posse de armas e foram atr�s do ministro da Seguran�a P�blica, Raul Jungmann, para intermediar o acordo. Como n�o devem conseguir evitar o tema, os deputados religiosos preferem antecipar o voto. Na pr�xima legislatura, a Bancada da Bala estar� refor�ada.
Racha

Um dos l�deres da Frente Parlamentar Evang�lica (FPE), o deputado Pastor Eurico (Patriota-PE), disse que o assunto “n�o est� sendo discutido entre os evang�licos” e que “Bolsonaro defende a posse de armas (a possibilidade de que a pessoa tenha uma arma em casa) e n�o o porte (que a pessoa saia de casa com uma arma)”. Outros integrantes do movimento, no entanto, garantem que a moeda de troca para a aprova��o do projeto ainda este ano seria a redu��o das muni��es mensais (de 600 para 300) e de armas (de seis para tr�s) que um cidad�o pode ter em casa.
Enquanto as mudan�as est�o a todo vapor na C�mara, caminham em marcha lenta no Senado. O presidente da Casa, Eun�cio Oliveira (MDB-CE), parece indeciso sobre o estatuto. Sinalizou n�o ter a m�nima vontade de colocar o tema em vota��o. A diferen�a, dizem aliados, � que Rodrigo Maia quer apoio para seguir na Presid�ncia. Eun�cio sequer se reelegeu como senador.