Quando a hist�ria da elei��o presidencial de 2018 for recontada, quais ser�o os momentos mais lembrados, aqueles que tiveram maior relev�ncia no andamento e no resultado final da vota��o?
Essa campanha n�o teve dias mornos. No in�cio do primeiro turno, a linha narrativa passava por Curitiba e o impedimento da candidatura do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva - preso e condenado na Lava Jato - bem como pela insist�ncia do PT em ter o nome dele nas urnas.
Mas, logo no dia 6 de setembro, um atentado mudaria os rumos da hist�ria contada at� ent�o: o presidenci�vel Jair Bolsonaro (PSL) foi esfaqueado em um ato de campanha na cidade de Juiz de Fora (MG). A partir da�, a elei��o ganharia como cen�rio um hospital, o Albert Einstein, em S�o Paulo.
Cen�rio novo, candidato novo. No dia 11 de setembro, o PT confirmou Fernando Haddad como o seu nome para disputar a Presid�ncia. Logo, o protagonismo/antagonismo eleitoral foi encarnado por Bolsonaro e Haddad. Ainda assim, outros personagens se destacaram, como General Mour�o, manifesta��es como a do #elen�o e um twitter "pegando fogo", com mais de 55 milh�es de intera��es desde o in�cio da campanha. E tudo isso tendo o fantasma das fake news como moldura.
Sexta-feira, 31 de agosto
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou o registro da candidatura do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) com base no entendimento de que o petista estava enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Os ministros decidiram que o PT deveria apresentar um substituto de Lula em no m�ximo dez dias e vedaram a participa��o do ex-presidente em atos da campanha presidencial. Na ocasi�o, o PT afirmou que n�o desistiria de ter o nome de Lula na urna eletr�nica.
Quinta-feira, 6 de setembro
Carregado nos ombros por simpatizantes, Jair Bolsonaro (PSL) participava de uma caminhada pelas ruas de Juiz de Fora (MG) quando foi esfaqueado por Adelio Bispo de Oliveira. O presidenci�vel foi levado para a Santa Casa, o hospital mais pr�ximo. Ele sofreu um golpe de faca que perfurou o intestino delgado, provocando traumatismo abdominal e hemorragia interna. Presidenci�veis repudiaram o ataque.
Sexta-feira, 7 de setembro
O candidato Bolsonaro foi transferido para o hospital Albert Einstein. No mesmo dia, o seu candidato a vice na chapa, o general Hamilton Mour�o, afirmou que em situa��o de anarquia poderia haver um "autogolpe" por parte do presidente com apoio das For�as Armadas. A declara��o inaugurou uma s�rie de outras falas pol�micas dele, como aquelas sobre uma Constituinte de not�veis e a "jabuticaba" do 13� sal�rio.
Ter�a-feira, 11 de setembro
A Executiva Nacional do PT confirmou o nome de Fernando Haddad como o candidato do partido � Presid�ncia da Rep�blica e Manuela D'�vila (PCdoB) como vice na chapa. A partir da�, Haddad substituiu
o ex-presidente Lula, cuja candidatura foi barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Lima, por causa de sua condena��o em segunda inst�ncia por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro. Lula cumpre pena de 12 anos e 1 m�s.
S�bado, 29 de setembro
Ap�s 23 dias internado, Bolsonaro teve alta e voltou para casa, no Rio de Janeiro. No mesmo dia, o movimento #elen�o, organizado majoritariamente por mulheres, ganhou �s ruas do Pa�s - em protestos
contra o candidato do PSL. Presidenci�veis como Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) declararam apoio �s manifesta��es. Apoiadores do candidato do PSL tamb�m marcaram atos nesse dia.
Domingo, 7 de outubro
Os brasileiros foram �s urnas e definiram um segundo turno entre Bolsonaro e Haddad. Bolsonaro obteve 46,03% dos votos, enquanto Haddad terminou com 29,28%. Ciro Gomes (PDT) foi o terceiro colocado, com 12,47%; Geraldo Alckmin (PSDB) teve 4,76% dos votos. Na quinta posi��o apareceu Jo�o Amo�do (Novo) com 2,50%. Cabo Daciolo (Patriota), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede) tiveram vota��es em torno do 1%.
Segunda-feira, 8 de outubro
No dia seguinte ao primeiro turno, Haddad visitou Lula em sua cela na sede da Pol�cia Federal em Curitiba (essa seria a �ltima visita de Haddad ao ex-presidente). Mesmo sem agenda publica, Bolsonaro fez ecoar suas desconfian�as sobre a urna eletr�nica.
Segunda-feira, 15 de outubro
Em com�cio de apoio a Haddad, em Fortaleza, o senador eleito pelo Cear� Cid Gomes (PDT), irm�o de Ciro, se envolveu em uma discuss�o com apoiadores do PT. Em v�deo que circulou pela internet, Cid dizia que o PT tinha que "pedir desculpas", ter humildade e reconhecer que fez "muita besteira". Cid cobrou um mea-culpa do partido e afirmou que o PT perderia feio a elei��o. As imagens foram usadas por Bolsonaro em seu hor�rio eleitoral.
Domingo, 17 de outubro
A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, pediu aos presidenci�veis que tomassem medidas para combater as fake news. Ela sugeriu que os candidatos se declarassem contra a dissemina��o de not�cias falsas e evitassem discursos de �dio. Poucos dias depois, a magistrada declarou que a velocidade e a intensidade de propaga��o de fake news s�o um "fen�meno novo" e um "problema mundial". Ela disse n�o conhecer "milagre" para combater o fen�meno.
Domingo, 21 de outubro
Circula nas redes sociais um v�deo de julho no qual Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho de Bolsonaro e deputado federal eleito, diz que bastaria um soldado e um cabo para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF). A declara��o causou rea��es do mundo da pol�tico e entre ju�zes do Supremo. Bolsonaro afirmou que "advertiu o garoto". No mesmo dia, em fala a manifestantes na Avenida Paulista, Bolsonaro disse que "marginais vermelhos" ser�o "banidos do Pa�s".
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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