Eleito governador de Minas Gerais com o discurso de que n�o se mistura com a ‘velha pol�tica’, o empres�rio Romeu Zema (Novo) ter� de rever conceitos se quiser aprovar as pautas que defende na Assembleia Legislativa de Minas. O estreante chega ao Pal�cio da Liberdade com apenas tr�s parlamentares eleitos por seu partido e mais seis aliados de outras duas legendas (PSB e PV), que declararam apoio a ele no segundo turno. Em contrapartida, deve enfrentar a oposi��o de duas das maiores bancadas eleitas, as do PT e do PSDB.
"Ser� uma oposi��o respons�vel, construtiva e program�tica, n�o � contra o estado"
Andr� Quint�o, l�der do governo do PT
O pr�prio Zema empurrou o partido para o lado oposto com seu discurso de voto anti-PT. A oposi��o, no entanto, segundo Andr� Quint�o, n�o ser� radical. “Ser� uma oposi��o respons�vel, construtiva e program�tica, n�o � contra o estado. Nossa preocupa��o � de n�o haver um desmonte das pol�ticas p�blicas universais no estado, tudo o que for bom na nossa concep��o contar� conosco”, disse.
Depois de uma disputa acirrada no segundo turno entre Zema e o senador Antonio Anastasia, o PSDB, que elegeu sete deputados estaduais, tamb�m se creditou como oposi��o devido ao resultado das urnas. A tend�ncia na legenda, no entanto, � adotar uma “independ�ncia cr�tica”. Segundo o deputado estadual reeleito Jo�o V�tor Xavier, ainda n�o houve nenhuma conversa sobre o assunto. “O PSDB vive uma crise existencial e ter� de se redefinir como campo pol�tico para se reconstruir. O partido saiu fragilizado e derrotado nas urnas e se n�o se rediscutir ser� extinto. Dentro disso, vamos decidir onde est�o as identidades, inclusive no estado”, afirmou.
O MDB, que foi base do governador Fernando Pimentel (PT) at� as v�speras da elei��o, quando decidiu lan�ar o presidente da Assembleia, Adalclever Lopes, para concorrer ao governo, tende a se alinhar ao governo Zema. Com sete parlamentares eleitos, a legenda decidiu liberar os filiados no segundo turno e n�o declarou apoio a ningu�m. Durante o governo Anastasia, no entanto, os emedebistas fizeram parte da oposi��o.
Segundo o atual l�der da bancada, deputado Tadeu Martins Leite, que disse apoiar pessoalmente Zema, o MDB vai aguardar e tentar ajudar o governo em um primeiro momento. “At� porque o novo governo precisar� de apoio para fazer altera��es importantes, depois vamos discutir como vai ocorrendo para ir nos posicionando”, disse. O l�der emedebista afirmou que ainda n�o ocorreu nenhuma conversa e que uma eventual ades�o n�o ser� condicionada � oferta de espa�os no governo.
Cargos
“Temos que discutir em cima de programa, at� porque quem discute cargos � o governador. Se tiver algum quadro que lhe interesse e se alinhe, mas n�o � um pleito”, disse Martins Leite. O estreante PSL, partido de Jair Bolsonaro, que chega � Assembleia com seis cadeiras, adotou posi��o de independ�ncia no segundo turno em Minas, mas, segundo o presidente da legenda, Marcelo �lvaro Ant�nio, est� aberto ao di�logo com Zema. “Vai depender das propostas que o governo tiver para o resgate econ�mico e financeiro do estado. Ele tem que se comprometer com um governo austero, respons�vel, fazendo as reformas necess�rias e principalmente cuidando da estrutura��o do estado”, disse.
�lvaro Ant�nio afirmou que a cr�tica que fez ao governador eleito, que chamou de oportunista em v�deo, foi apenas pontual. “S� repreendi uma posi��o dele que no meu entendimento foi inadequada.” Zema, que chegou ao segundo turno das elei��es ap�s declarar, na TV, apoio a Bolsonaro, afirmou na sexta-feira em entrevista � R�dio Itatiaia que o capit�o tem algumas posi��es “um tanto quanto extremistas”.