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Estado de Minas PERFIL

Paulo Guedes, um ultraliberal para um presidente de direita

A conviv�ncia entre Guedes e Bolsonaro j� teve algumas desaven�as. Em setembro, o assessor deixou os empres�rios de cabelo em p� ao dizer que poderia ressuscitar a CPMF


postado em 29/10/2018 09:57

Economista Paulo Guedes(foto: FELIPE RAU/ESTADAO CONTEUDO )
Economista Paulo Guedes (foto: FELIPE RAU/ESTADAO CONTEUDO )

Poucas coisas definem melhor o pensamento e as propostas de Paulo Guedes, guru econ�mico do presidente eleito do Brasil Jair Bolsonaro e que ser� o ministro da Fazenda, como a sua vis�o do Estado: quanto menor, melhor.

� que este ex-professor, fundador de centros de estudo econ�mico, de bancos e portf�lios de investimentos, � um ultraliberal purista.

Suas ideias e promessas explicam por qu� a Bolsa de S�o Paulo aderiu com entusiasmo � candidatura de Bolsonaro.

Formado no Brasil, mas moldado no ber�o do liberalismo econ�mico moderno, a Universidade de Chicago, onde fez seu mestrado e doutorado, este homem de 69 anos sempre foi um ativo promotor de sua cren�a: abertura econ�mica, redu��o de impostos e simplifica��o da estrutura fiscal.

Talvez por isso a sua aproxima��o com Jair Bolsonaro, com um hist�rico de protecionismo, tenha chamado a aten��o. Inclusive chocou os que entendem que o protecionismo hist�rico brasileiro n�o entra no dicion�rio de nenhum liberal ortodoxo.

Bolsonaro solucionou a quest�o com uma resposta simples: "Na verdade, n�o entendo de economia", confessou ao jornal O Globo.

"A �ltima que disse que entendia (de economia) foi Dilma (Rousseff) e afundou o pa�s", declarou Paulo Guedes durante uma confer�ncia em janeiro, segundo relatou o jornal Folha de S.Paulo.

'Superministro' privatizador

Guedes rapidamente surgiu como um colaborador de peso em um gabinete do Partido Social Liberal (PSL) o capit�o reformado Bolsonaro.

Um "superministro" que poderia unir sob o seu comando as atuais pastas de Fazenda, Ind�stria e Com�rcio, Planejamento e a secretaria encarregada de Associa��es e Investimentos do Estado.

Bolsonaro recuou e durante a campanha afirmou que iria rever a fus�o do minist�rio da Ind�stria com o da Fazenda se for interesse de empres�rios e do pa�s.

Com um semblante s�rio e uma express�o que beira a preocupa��o, Paulo Guedes � o homem a quem Bolsonaro espera entregar a dif�cil tarefa de tirar o Brasil de dois anos de recess�o e outros dois de baixo crescimento.

Seus desafios: diminuir o d�ficit fiscal e reverter a trajet�ria de crescimento da d�vida p�blica, que passou de 58% do PIB em 2013 para 77,3% do PIB atualmente, e que, sem reformas, poderia chegar a 140% em 2030, segundo o Banco Mundial.

Guedes traz uma receita de seu manual de Chicago debaixo do bra�o: "Reduzir a d�vida p�blica em 20% mediante privatiza��es, concess�es" e a venda de propriedades estatais.

No domingo � noite, ap�s a vit�ria de Bolsonaro, afirmou que o Brasil vai "mudar o modelo econ�mico social-democrata", que para ele � sin�nimo de impostos altos, juros elevados e pouca abertura comercial.

Um projeto delicado em um pa�s onde os servi�os p�blicos s�o parte da cultura e tradi��o.

Bolsonaro teve inclusive que explicar que as atividades centrais da Petrobras e a gera��o de energia de Eletrobras n�o ser�o vendidas.

Paulo Guedes tamb�m � partid�rio de uma transi��o do atual sistema previdenci�rio para um regime de capitaliza��o ou cota��es individuais. Um modelo similar ao do Chile, onde o assessor de Bolsonaro atuou como professor universit�rio nos anos 1980, durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1989).

A conviv�ncia entre Guedes e Bolsonaro j� teve algumas desaven�as.

Em setembro, o assessor deixou os empres�rios de cabelo em p� ao dizer que poderia ressuscitar um imposto sobre as transa��es financeiras (CMPF), excetuando as da Bolsa, em substitui��o a cinco taxas.

Bolsonaro teve que intervir para apagar o inc�ndio.

"O presidente serei eu. Tratei esse assunto com ele. Ele falou que foi um ato falho. Ele quer diminuir a quantidade de impostos", explicou esta semana em uma entrevista com uma r�dio de Pernambuco. E insistiu: "Teremos um ministro, sim, mas, acima dele, tem um comandante e esse comandante chama-se Jair Bolsonaro",


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