
Na �ltima quarta-feira (31), o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), usou sua conta de Twitter para dar um recado: "Nossos minist�rios n�o ser�o compostos por condenados por corrup��o, como foram nos �ltimos governos. Anunciarei os nomes oficialmente em minhas redes. Qualquer informa��o al�m � mera especula��o maldosa e sem credibilidade".
A mensagem � um indicativo de que Bolsonaro n�o pretende abandonar a estrat�gia da campanha e vai continuar usando as redes sociais para fazer seus comunicados (como a nomea��o de um ministro) - e que "qualquer informa��o al�m � mera especula��o maldosa e sem credibilidade". Ou seja, os pr�ximos anos de governo devem ser marcados pela comunica��o direta (via Twitter, transmiss�es ao vivo, WhatsApp, aplicativos e outras) entre o eleito, seus eleitores e a popula��o em geral.
Al�m disso, os grupos de WhatsApp mais ativos durante a campanha eleitoral devem continuar em funcionamento. Direto de Boston (EUA), Newton Martins, que � administrador de mais de 60 grupos de apoio ao novo presidente, afirma que a ofensiva ir� continuar mesmo com a defini��o do pleito. "N�s preferimos o uso do WhatsApp em rela��o ao Facebook porque � uma ferramenta mais leve, que chega a qualquer canto do Brasil, onde n�o h� internet veloz", diz ele, que afirma nunca ter tido contato pessoal com Bolsonaro.
"Bolsonaro, seu filhos e um celular criaram uma rede de comunica��o que o levou � Presid�ncia. Esse contato direto deve ser potencializado e atingir milh�es de pessoas", diz o senador eleito Major Ol�mpio (PSL-SP).
Na pr�xima semana, a c�pula do novo governo ir� se reunir para definir os par�metros da comunica��o do Planalto. O que se sabe � que o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente eleito, ter� protagonismo na continuidade do projeto de comunica��o direta - ele foi um dos respons�veis pela coordena��o das redes sociais durante o per�odo eleitoral.
Capital virtual
O pr�prio discurso da vit�ria, no dia 28 de outubro, foi um exemplo de como o futuro presidente deve se comportar em termos de comunica��o. O discurso em quest�o n�o foi feito durante uma coletiva de imprensa - como normalmente ocorre. O rec�m-eleito se dirigiu � na��o por meio de uma live - transmitida de dentro de sua casa, no Rio. Segundo aliados, esse � um modelo vencedor e que deve ser mantido e ampliado.
O capital virtual do novo presidente � realmente grande. S� no Twitter, ele conta com mais de 2 milh�es de seguidores. Os n�meros tamb�m s�o expressivos em redes como Facebook, Instagram e YouTube. Na elei��o, esse diferencial foi utilizado para espalhar not�cias positivas sobre Bolsonaro e atacar advers�rios.
Para o especialista em comunica��o online Fernando Azevedo, s�cio da Silicon Minds, as elei��es mostraram que a comunica��o via redes sociais favorece e protege os pol�ticos. "A mensagem que o pol�tico quer passar � enviada sem edi��o, corte e interpreta��o. Por isso, Bolsonaro e outros pol�ticos preferem usar as redes. Um modelo que vem sendo bastante usado, por exemplo, por Donald Trump", afirma.
Na quinta-feira passada (1), Bolsonaro refor�ou essa ideia ao excluir a imprensa escrita de uma coletiva ap�s convidar o juiz S�rgio Moro para assumir o Minist�rio da Justi�a. Nessa mesma coletiva, ele declarou que "chegou aqui (� Presid�ncia) gra�as �s redes sociais". "A propaganda e o marketing eleitoral ca�ram em desgra�a junto ao eleitor. O que a popula��o quer � uma conversa, um di�logo, n�o quer mais intermedi�rios", diz o especialista em marketing pol�tico Carlos Manhanelli.