O senador Ricardo Ferra�o (PSDB-ES) afirmou na manh� desta quinta-feira, 8, que a decis�o do Senado de aprovar o aumento no sal�rio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e, por consequ�ncia, do teto do funcionalismo p�blico, � um "recado" ao novo governo. "Me pareceu que o Senado quis mandar um recado para ele (Bolsonaro), algo do tipo: veja com quem est� falando", afirmou o tucano em entrevista exclusiva � R�dio Eldorado.
Ferra�o disse que Bolsonaro est� provocando uma mudan�a na ocupa��o dos espa�os de governo e que pode ter havido certo ressentimento por parte do presidente do Senado, Eun�cio Oliveira (MDB-CE), que liderou a vota��o. "Me parece que o presidente eleito e o economista Paulo Guedes talvez n�o tenham feito tanto carinho como esses pol�ticos querem receber. Foi um pouco de ressentimento por n�o ter recebido os naturais afagos que pudessem de alguma forma massagear sua vaidade. � um absurdo", disse.
A medida foi aprovada pelos senadores por 41 votos favor�veis, 16 contr�rios e uma absten��o. "Faltou responsabilidade. � um tapa na face do povo brasileiro", criticou Ferra�o.
Na manh� da quarta-feira, Bolsonaro havia se manifestado contra a vota��o. Ele disse que n�o era o momento para o reajuste e que via com preocupa��o a iniciativa. "Estamos em uma fase que, ou todo mundo tem, ou ningu�m tem. E o Judici�rio � o mais bem aquinhoado", comentou.
Contexto
O Senado aprovou reajuste de 16,38% no sal�rio dos ministros do STF e dos membros da Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR). O valor, que � o teto do funcionalismo p�blico, passou de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil. Os projetos j� passaram pela C�mara e esperam san��o do presidente Michel Temer. As consultorias de Or�amento da C�mara e do Senado estimam que o "efeito cascata" pode chegar a R$ 4,1 bilh�es nas contas da Uni�o e dos Estados.
Para Ricardo Ferra�o, Temer "pode e deve vetar" a medida. "Falta dinheiro para seguran�a, para educa��o, para infraestrutura, mas n�o falta para poder melhorar os vencimentos do andar de cima do servi�o p�blico brasileiro. Em lugar de criar dificuldades para o Pa�s, dever�amos estar priorizando a reforma da Previd�ncia", afirmou o senador, chamando o sistema previdenci�rio de modelo de "transfer�ncia de renda dos mais pobres para os mais ricos".
Na quarta-feira, o presidente do STF, Dias Toffoli, agradeceu a aprova��o do projeto ao Senado. Ele citou que houve uma revis�o da infla��o do per�odo de 2009 a 2014 no subs�dio dos ministros e que, a partir de agora, � poss�vel discutir o aux�lio-moradia, estipulado em R$ 4.377 mil mensais.
"Agora poderemos enfrentar o problema do aux�lio-moradia. Principalmente porque, com a aprova��o do novo subs�dio, n�s poderemos ent�o resolver ent�o essa quest�o do auxilio", disse o ministro. A ideia � substituir o aux�lio pelo aumento aprovado pelo Senado.