A defesa do empres�rio Joesley Batista, preso novamente nesta sexta-feira, 9, na Opera��o Capitu, informou que ele pr�prio j� havia delatado � Procuradoria-Geral da Rep�blica esquema de propinas dentro do Minist�rio da Agricultura. Segundo a defesa, Joesley relatou o caso em maio de 2017 - portanto, um ano antes do depoimento de outro delator, o doleiro L�cio Funaro, citado pela Pol�cia Federal na abertura do inqu�rito que resultou na pris�o do dono do Grupo J&F;, controlador da JBS.
A PF destacou que o inqu�rito da Opera��o Capitu foi aberto em maio deste ano. Nesta sexta-feira, por ordem da desembargadora M�nica Sifuentes, do Tribunal Regional Federal da 1� Regi�o (TRF-1), a PF prendeu Joesley.
A magistrada decretou a pris�o de mais 18 investigados, entre eles do vice-governador da Minas, Ant�nio Andrade (MDB), do deputado federal eleito Neri Geller (PP/MT) e do deputado estadual de Minas Jo�o Magalh�es (MDB).
Foi expedido ainda um mandado de pris�o contra o ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha (MDB/RJ), que j� est� preso em Curitiba, condenado na Opera��o Lava Jato.
A PF informou que instaurou inqu�rito em maio, baseado na dela��o de L�cio Funaro, sobre supostos pagamentos de propina a servidores p�blicos e agentes pol�ticos que atuavam "direta ou indiretamente" no Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (MAPA), em 2014 e 2015.
Segundo o delator, a JBS teria repassado R$ 7 milh�es para o grupo pol�tico do MDB na C�mara. Desse valor, o ent�o ministro da Agricultura e atual vice-governador de Minas, Ant�nio Andrade, teria recebido R$ 3 milh�es da propina paga pela empresa de Josley e outros R$ 1,5 milh�o teriam sido enviados ao ex-deputado Eduardo Cunha.
A PF identificou que o grupo empresarial dependia de normatiza��es e licenciamentos da Agricultura e teria passado a pagar propina a funcion�rios do alto escal�o do Minist�rio em troca de atos de of�cio, que proporcionariam ao grupo a elimina��o da concorr�ncia e de entraves � atividade econ�mica, possibilitando a constitui��o de um monop�lio de mercado.
"Todos os fatos vieram � tona a partir dos anexos da colabora��o premiada de Joesley Batista na Procuradoria", assinala o criminalista Pierpaolo Bottini, que integra o n�cleo de defesa do empres�rio. "Isso ocorreu bem antes do depoimento de L�cio Funaro."
Pierpaolo anota que no pr�prio inqu�rito, a PF juntou os depoimentos de Joesley e de outros executivos do grupo. "Quem levou essa situa��o (esquema na Agricultura) �s autoridades foi Joesley."
Propina no MAPA
Segundo a defesa de Joesley, o empres�rio citou o suposto pagamento de propina a servidores p�blicos e agentes pol�ticos para atuar direta ou indiretamente no Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (MAPA). O delator, segundo consta em anexo 5 da colabora��o firmada com a Procuradoria-Geral da Rep�blica, cita que o esquema come�ou ap�s a nomea��o de Rodrigo Figueiredo para a secretaria de defesa da Agropecu�ria.
A partir da�, diz Joesley, L�cio Funaro passou a oferecer "influ�ncia para a obten��o de atos de of�cio no �mbito do MAPA a fim de poder, com isso, intermediar propina para Eduardo Cunha retendo para si uma parte". Joesley teria procurado Funaro para discutir a federaliza��o do sistema de inspe��o animal no Brasil, a regulamenta��o dos despojos e aplica��o de verm�fugos.
Os pedidos foram atendidos e R$ 7 milh�es foram pagas: R$ 2 milh�es pela exporta��o dos despojos e outros R$ 5 milh�es para a regulamenta��o dos verm�fugos.
Defesas
Em nota, a J&F; informa que "essa opera��o (Capitu) s� existe gra�as � colabora��o dos seus executivos. Em maio de 2017 eles levaram mais de 10 anexos ao conhecimento das autoridades com os fatos relativos ao Minist�rio da Agricultura. Portanto, causa um imenso estranhamento e consequentemente inseguran�a jur�dica que esses executivos estejam hoje sendo presos pelos fatos que eles mesmos levaram ao conhecimento da Justi�a."
De acordo com a defesa de Saud, "o pedido de pris�o do colaborador Ricardo Saud causa perplexidade pois ele sempre esteve e permanece � disposi��o da Justi�a, prestando depoimentos e entregando todos os documentos inclusive �udios necess�rios para corroborar suas declara��es."
A defesa de Demilton de Castro diz que sua "pris�o � um patente descumprimento de decis�o do Supremo Tribunal Federal. A colabora��o de Demilton foi homologada pelo STF e nunca foi questionada. Ele inclusive j� prestou 3 depoimentos sobre os temas abordados nessa investiga��o, que s� existe gra�as � colabora��o dele e dos demais executivos da J&F.;"
J� a defesa de Florisvaldo Caetano de Oliveira manifesta surpresa diante das alega��es de omiss�es. Todas as informa��es das quais tinha ci�ncia foram levadas ao conhecimento da Justi�a, sem as quais n�o existiria a presente opera��o.
POL�TICA