
Pela primeira vez na hist�ria de Minas, um governador � eleito sem coliga��o e por meio de um rec�m-criado partido pol�tico, com apenas tr�s deputados estaduais. Ap�s sua in�dita elei��o, o futuro governo do empres�rio outsider Romeu Zema (Novo) ainda � inc�gnita para a Assembleia Legislativa. Nada jamais registrado em velhas disputas, nas quais, j� na largada, os governadores vitoriosos ganharam dezenas de parlamentares eleitos entre os pr�prios partidos da coliga��o, aos quais se somaram, ao longo do mandato, folgadas maiorias, que variaram entre 50 e 60 deputados estaduais. Em todos os governos, o registro de um ciclo de apoios e abandonos na Assembleia: as bases se iniciam grandes e se ampliam no come�o das gest�es e, no �ltimo ano dos mandatos, ganham ou perdem sustenta��o, segundo a perspectiva de poder percebida. A expectativa � de que o governo Zema, que come�a com base pequena, logo tenha ampla maioria a partir da articula��o para atrair o PSL e outros partidos para sua base.
Em 2010, Antonio Anastasia (PSDB) se reelegeu com coliga��o de 12 partidos reagrupados em sete composi��es de chapa para a elei��o � Assembleia. Estas conquistaram 41 cadeiras, uma a mais do que as coliga��es proporcionais de apoio ao seu antecessor, A�cio Neves (PSDB) em 2006, quando se reelegeu com alian�a de 10 partidos, organizados em quatro chapas proporcionais para o Legislativo, nas quais foram eleitos 40 deputados. T�o ampla base de sustenta��o, antes mesmo de iniciar a “distribui��o” das �reas de influ�ncia do governo, se consolidou ao longo dos mandatos e se manteve, porque havia sinais de que o grupo se manteria no comando da m�quina do estado.
Em sua primeira elei��o ao governo de Minas, em 2002, com o apoio do ent�o governador Itamar Franco, que deixara o antigo PMDB, a coliga��o vitoriosa de A�cio Neves teve nove partidos, aglutinados em torno do n�cleo do PSDB, DEM, PP (antigo PPB), que elegeram 25 deputados estaduais. Nas sucess�es estaduais de 2006 e de 2010, integraram o grupo pol�tico de forma mais org�nica o PPS e o PTB, inclusive em 2014, quando derrotado para Fernando Pimentel (PT) e nestas elei��es de 2018. Em torno das cinco legendas, entre 2006 e 2018 flutuaram um conjunto menos est�vel de partidos pol�ticos, entre eles, PSB (2006 e 2010), PDT (2010 e 2014), SD (2014 e 2018) e PV (2014).
N�o foi nas elei��es de 1994, mas ao longo do governo Eduardo Azeredo (PSDB), que o n�cleo de apoio tucano se consolidou. Em 1994, Azeredo venceu a sucess�o estadual pela coliga��o PSDB/PTB/PL (atual PR), iniciou o governo com 22 deputados estaduais eleitos pelas tr�s legendas. Evoluiu ao longo de seu governo com o apoio na Casa de cerca de 60 parlamentares e estruturou o n�cleo duro da base PSDB, DEM (ex-PFL) e PP (ex-PPB) que acompanharia tucanos pelas cinco elei��es seguintes. N�o � toa, quando concorreu em 1998 � reelei��o e foi derrotado por Itamar Franco, � �poca do PMDB, a coliga��o de Azeredo foi formada por PSDB/PFL/PPB/ PTB/PSD/PNS/PSC. Vitorioso em 1998, Itamar Franco teve apoio de 11 partidos (PMDB, PST, PSL, PTN, PTdoB, PMN, PRTB, PAN, PPS, PL e PSC), a maior parte deles ex-integrantes da sustenta��o de Azeredo.
Fernando Pimentel (PT), eleito em 2014 pela coliga��o PT/PMDB/PCdoB/Pros/PRB, tamb�m saiu das urnas com uma base de governo de 26 deputados estaduais eleitos, que se ampliou com a conforma��o do bloco Minas Melhor (formada por (PT/MDB/PCdoB/Pros/PRB/PR/Avante) de 33 deputados, ao qual se juntou, o grupo de “independentes”, que a rigor negociava com o governo no varejo, pelo denominado bloco Compromisso com Minas (PV/ PSB/PTC/PSD/DC/Patri/Pode/PPS/PSC) com 23 parlamentares. Na oposi��o mais dura a Pimentel se mantiveram apenas DEM e PSDB, que somam 11 parlamentares, do bloco Verdade e Coer�ncia, composto tamb�m por PDT, PP e PTB.
Mas � medida em que o desgaste do governo Pimentel sinalizou para as dificuldades de reelei��o, a base na Assembleia minguou e o governador perdeu a capacidade de coordena��o de sua pr�pria sucess�o. O n�cleo inicial de apoio em torno da alian�a PT/MDB se rompeu e foi grande o esfor�o pol�tico de Pimentel – inclusive com acordo para interven��o nacional no PSB de Minas – para a formata��o da alian�a PT, PCdoB, PSB, DC e PR. J� Anastasia, que deu a largada como o favorito do pleito, entrou em campo para reagrupar as ovelhas desgarradas da velha base. Gastou muita energia para juntar PSDB, DEM, PP, SD, PTB, PPS e PSD, al�m de outras legendas menores, como PMN, PSC, PTC, Patri e PMB. A coliga��o majorit�ria tucana se desdobrou em cinco chapas proporcionais para a Assembeia, elegendo 24 deputados. J� os partidos em torno de Pimentel sa�ram em tr�s chapas nas elei��es para deputado estadual e conquistaram 15 cadeiras. O grupo comandado pelo MDB de Adalclever Lopes, fechou a coliga��o com PDT, Pode, MDB, Pros, PRB e PV. Dela sa�ram duas chapas, que elegeram 20 deputados estaduais.