
Bras�lia – Promessa de campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro, a revoga��o do Estatuto do Desarmamento deve ganhar for�a com a posse dos novos parlamentares em fevereiro. A medida, uma das mais pol�micas em debate na vida pol�tica nacional e na sociedade, coloca em jogo as estrat�gias de seguran�a p�blica e pode lan�ar o Brasil num caminho incerto no enfrentamento da viol�ncia. Especialistas criticam a iniciativa, apontando que as estrat�gias para combater o crime devem passar por melhorias no sistema de investiga��o, pelo aumento do efetivo policial e pelo avan�o nas pol�ticas sociais. Nos bastidores, deputados e senadores desta e da pr�xima legislatura se articulam para fazer a proposta avan�ar.
Invas�o estrangeira
A bilion�ria ind�stria do setor de armas j� se prepara para avan�ar sobre o territ�rio nacional. Atualmente, apenas profissionais de seguran�a p�blica, procuradores, ju�zes, vigilantes em servi�o, guardas municipais e outros grupos menores t�m acesso facilitado a posse e porte de armas. Mas a abertura de mercado, tanto nas for�as de seguran�a quanto no meio privado, atrai a cobi�a de grandes empresas armamentistas. Uma audi�ncia p�blica realizada pela Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) em 18 de outubro do ano passado, na sede da institui��o, contou com a participa��o de nove empresas. Na ata da reuni�o estava o nome de representantes de empresas de diversos pa�ses.
De acordo com o documento, o encontro teve como objetivo avaliar a capacidade nacional e internacional para o fornecimento de armas voltadas a institui��es brasileiras. No local, al�m de empresas brasileiras, como a Taurus e a estatal Imbel, compareceram representantes de fabricantes como Glock (�ustria), Beretta (It�lia), Smith & Wesson (EUA), Sig Sauer (Alemanha) e CZ (Tcheca). Atualmente, a Taurus mant�m o monop�lio da ind�stria de armas no pa�s, mas esse cen�rio pode mudar, na medida em que interlocutores de Bolsonaro afirmam que ele pretende abrir o mercado brasileiro para o mundo.
O presidente da Taurus, Salesio Nuhs, prev� aumento na demanda pelos equipamentos. “Independentemente de mudan�as no Estatuto do Desarmamento, acreditamos que a elei��o do novo presidente, certamente, vai aumentar a procura dos cidad�os brasileiros por armas de fogo para leg�tima defesa, prote��o da fam�lia e da propriedade. Isso porque, na pr�tica, a maioria da popula��o desconhecia que era poss�vel comprar armas de fogo no Brasil”, destaca.
Sal�sio tamb�m relata n�o se preocupar com a entrada de fornecedores estrangeiros no mercado nacional. “A Taurus � uma empresa global, exporta para mais de 85 pa�ses, portanto, compete com as maiores empresas de armas nos mercados de exporta��o, que s�o extremamente competitivos, e est� entre as maiores fornecedoras do mercado dos EUA”, disse.
