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Estado de Minas MINAS NA C�MARA

Seguran�a e costumes est�o na pauta da nova bancada de deputados federais

Com abordagens diferentes, deputados federais que v�o representar Minas a partir do ano que vem priorizam combate � viol�ncia, sa�de, educa��o e temas de g�nero, como LGBT


postado em 19/11/2018 06:52 / atualizado em 19/11/2018 07:37

"Sensacionalismo em torno da seguran�a p�blica faz com que as pessoas pensem que mais armas e mais cadeias v�o reduzir a criminalidade" - �urea Carolina, vereadora e deputado federal eleita (Psol) (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Seguran�a p�blica, moral, costumes e sa�de s�o as �reas que mais mobilizam os deputados federais da bancada mineira eleita, que expressa a s�ntese de duas for�as pol�ticas que emergem na C�mara dos Deputados com a clareza das urnas em 2018: a esquerda e a extrema direita, que divergem sobre o tamanho do estado e de sua fun��o social, o posicionamento pol�tico face ao futuro governo e a abordagem de um conjunto de temas.

"Defendo o estado laico. N�o � s� evang�lico nem s� cat�lico. Nunca fui em igreja pedir voto. Cada um deve ter a sua f�, que � pessoal e tem que ser respeitada" - Andre Janones, deputado federal eleito (Avante) (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

De um lado est� o PT, com oito deputados federais, entre eles o segundo mais votado no estado, Reginaldo Lopes, que tende a agregar o apoio do Psol de �urea Carolina, vereadora de Belo Horizonte, a quinta deputada federal mineira mais votada. Do outro, o PSL do presidente eleito Jair Bolsonaro, com seis cadeiras, sob a coordena��o de Marcelo �lvaro Ant�nio, deputado federal que amealhou mais votos em Minas.


O PSL ter�, na maior parte do enfrentamento pol�tico com a esquerda, a sustenta��o dos dois parlamentares do Novo eleitos em Minas: “Sou antipetista e preocupado em acabar com o poder do PT”, afirma um deles, o empres�rio Lucas Gonzalez, de 29 anos, formado em direito, pastor volunt�rio da Igreja Batista da Lagoinha. Nas demais legendas da centro-direita ao centro, deputados v�o oscilar dependendo da pauta e dos interesses de sua representa��o.


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Embora muitos deputados atuem em diversas �reas, a seguran�a � o tema que mais mobiliza. Al�m dos seis da bancada de Bolsonaro – na qual dois t�m trajet�ria na Pol�cia Civil e um na Pol�cia Militar – o assunto � central para o empres�rio do ramo Igor Timo, eleito pelo Pode, e para veteranos como Eros Biondini (Pros), que trabalha com o combate �s drogas, e para o Subtenente Gonzaga (PDT), policial militar que tem longa participa��o em organiza��es e conselhos de seguran�a. Est�o ligados tamb�m na quest�o da seguran�a o deputado reeleito Mauro Lopes (MDB), com hist�rico p�blico de financiamento pela ind�stria armamentista.


Na centro-esquerda e esquerda, se debru�am sobre o assunto os veteranos M�rio Heringer (PDT), Reginaldo Lopes (PT) e a novata �urea Carolina (Psol), que atualmente preside a comiss�o especial sobre o genoc�dio da juventude negra e pobre, na C�mara Municipal de Belo Horizonte. “Para n�s � priorit�rio cessar a matan�a da popula��o negra do Brasil , principalmente jovens de periferia. Isso est� relacionado � vulnerabilidade social, � pol�tica reducionista da droga, de encarceramento f�cil”, afirma �urea Carolina. “O sensacionalismo em torno da seguran�a p�blica faz com que pessoas pensem que mais arma e mais cadeias v�o reduzir a criminalidade. As evid�ncias demonstram que se reduz homic�dios com a media��o de conflitos, a justi�a restaurativa, a presen�a democr�tica do estado nas periferias, enfim, um conjunto de pol�ticas para a ocupa��o dos espa�os com atividades de cultura e lazer”, completa �urea.


Em lado oposto e com algumas solu��es amplamente explicitadas, o fim do Estatuto do Desarmamento, facilitando de porte de armas, redu��o da maioridade penal, maior rigor de penas e para alguns inclusive a pena de morte s�o recorrentes entre os apoiadores de Bolsonaro.

EDUCA��O Reeleito pela quinta vez e tamb�m atuando na articula��o de eixos, Reginaldo Lopes (PT) em seu mandato passado focou na seguran�a p�blica, genoc�dio de jovens negros e pobres e a reforma do ensino m�dio. “Pretendemos continuar nesse debate, mas agora, priorizando tr�s novos eixos: modelos econ�micos capazes de gerar emprego e renda no pa�s, novo pacto federativo para fortalecimento de estados e munic�pios e reforma tribut�ria para justi�a social”, afirma ele. Alguns desses eixos se conectam com a proposta de �urea Carolina, que tamb�m pretende alavancar o debate econ�mico sobre a justi�a tribut�ria, dentro do que chama de democracia fiscal.


“No Brasil hoje, os pobres pagam proporcionalmente mais impostos do que os ricos. Precisamos discutir esse sistema de arrecada��es e investimentos”, afirma a deputada eleita, defensora de pr�ticas sustent�veis de economia solid�ria, agroecologia e de coopera��o. Tamb�m com pauta diversificada, o deputado estadual Rog�rio Correia (PT), eleito federal, integrar� os debates sobre educa��o. “Temos de garantir a manuten��o do financiamento da educa��o, do ensino m�dio e a perman�ncia do Fundeb que termina em 2020”, diz.


“Sou cat�lico, mas tenho grande admira��o pelas igrejas evang�licas, que tiveram grande import�ncia na minha elei��o, at� por conta das parcerias no combate �s drogas”, afirma o vereador de Juiz de Fora Charlles Evangelista (PSL). “A minha bandeira principal � seguran�a p�blica com foco no enfrentamento �s drogas, mas estou alinhado em defesa da fam�lia. Precisamos proteger as crian�as aliciadas nas escolas. Tenho dois filhos. Vamos trabalhar contra a ideologia de g�nero”, diz, repetindo um refr�o que toma como verdadeira uma narrativa pol�mica.

Vota��o regional

 

Dos 53 deputados federais mineiros eleitos, 33 s�o fortemente territoriais, concentrando mais da metade de sua vota��o em uma �nica mesorregi�o do estado. Os outros 20 tiveram vota��o mais dilu�da. Se h� algo que os unifica, � a disposi��o de disputar emendas parlamentares e pequenas obras para as respectivas regi�es em que concentram a base eleitoral. Igualmente presente, o sentimento da perda de poder pol�tico de Minas Gerais no cen�rio nacional e uma manifesta disposi��o de lutar por investimentos, principalmente de infraestrutura, para a melhoria das rodovias federais.


O empres�rio Herc�lio Coelho Diniz, de 55 anos, o mais votado do MDB em sua primeira incurs�o eleitoral – conquistou 120.489 votos – est� focado em viabilizar obras fundamentais no Leste de Minas, entre as quais, a duplica��o do trecho Ipatinga a Governador Valadares da BR 365 e a conclus�o do hospital regional, obra paralisada h� quatro anos. Herc�lio foi respaldado por um grupo de 50 empres�rios, entidades e lideran�as no entorno de Governador Valadares. “A inclus�o de Valadares na �rea da Sudene, j� aprovada na C�mara � uma prioridade. Ser� divisor de �guas na cidade, que passar� a ter condi��es de gerar emprego”, diz ele. Tamb�m com foco regional, o empres�rio Igor Timo, de 36 anos, nascido em Virgem da Lapa, quer carrear investimentos para a regi�o do Vale do Jequitinhonha. “Minas perdeu protagonismo . Minha regi�o � muito carente, tem v�rios problemas, como na sa�de”, afirma.


Com apenas quatro mulheres, a bancada federal mineira que saiu das urnas em 7 de Outubro apresenta maior dispers�o de votos em rela��o �quela de 2014. Se nas elei��es de 2014, Reginaldo Lopes (PT) alcan�ou 310.226 votos e obteve entre todos o melhor desempenho; nestas elei��es, quem liderou a lista foi Marcelo �lvaro Ant�nio (PSL), somando 230.008 votos, ou seja, 80 mil votos a menos. Em m�dia, deputados federais reeleitos tiveram menos 50 mil votos do que obtiveram h� quatro anos. E, se em 2014 a �ltima a conquistar uma cadeira, Brunny, arrancou 45.381 votos; desta vez, Z� V�tor, chega � casa com apenas 33.833 votos – 11.548 a menos.


S�o 21 legendas representadas, em sua maior parte – 92,5% - por homens que se declaram brancos. S�o parlamentares que se autodeclaram pardos – �urea Carolina (Psol), Paulo Guedes (PT), F�bio Ramalho (MDB) e Igor Timo (Pode). H� apenas um preto, Leonardo Monteiro (PT). Os deputados mineiros t�m em m�dia 47 anos e patrim�nio m�dio de R$ 2,9 milh�es - variando de R$ 25 mil a R$ 38 milh�es.

Vis�es morais causam divis�o

 

Al�m dos parlamentares que focam a seguran�a p�blica, h� muitos deputados federais mineiros que se unem na chamada “bancada crist�”, que prioriza costumes e n�o est� disposta a facilitar a vida de homossexuais, travestis e transexuais e minorias. Travar�o com a esquerda, que luta pela toler�ncia � diversidade e garantias �s minorias, um cabo de guerra, que passar� inclusive por narrativas disseminadas ao g�nero do “kit gay” e da ideologia de g�nero, sinalizando aos p�los irreconcili�veis vis�es morais da sociedade que racham o Congresso Nacional.


A bancada crist� mineira reelegeu Stefano Aguiar, da Igreja do Evangelho Quadrangular, Lincoln Portela, da Igreja Batista Gets�mani, e como Eros Biondini, da Renova��o Carism�tica. Ganhou como refor�o, al�m dos novos parlamentares bolsonaristas Leo Motta e Charlles Evangelista, o deputado estadual Gilberto Abramo, da Igreja Universal do Reino de Deus, e de Lucas Gonzalez, da Igreja Batista da Lagoinha. “Sou conservador, defendo a fam�lia tradicional e me afino com os valores do Novo”, diz Gonzales.


Embora da Igreja Batista da Lagoinha, mas se recusando a misturar a pol�tica com religi�o, o novato Andr� Janones (Avante) adota postura diferente de seus pares da bancada crist�: “Defendo o estado laico e vou representar o povo mineiro. N�o � s� evang�lico nem s� cat�lico. Nunca fui em igreja pedir voto. Cada um deve ter a sua f�, que � pessoal e tem de ser respeitada”, considera Janones, que promete atua��o focada na defesa dos direitos de acesso � sa�de p�blica, em continuidade � sua atual atua��o na advocacia popular, para que pessoas carentes consigam interna��o, medicamentos, entre outras demandas nem sempre providas pelo estado.


Al�m de Janones, est� focado na pauta da sa�de, principalmente o c�ncer, o deputado federal reeleito Misael Varella (PSD) (o seu pai, ex-deputado Lael Varella fundou o Hospital do C�ncer de Muria�, credenciado junto ao Minist�rio da Sa�de para o atendimento p�blico. Mas a bancada agora cresce com a elei��o do deputado estadual Emidinho Madeira (PSB), que trabalha com o Hospital do C�ncer de Passos, no Sul do estado.

SA�DE  E tamb�m com o novato Doutor Frederico (Patri), que ganha o primeiro mandato eletivo, atuando por 11 anos como oncologista em S�o Jo�o del-Rei. “Estamos mobilizados para uma sa�de melhor e para garantir o direito ao tratamento dos pacientes com c�ncer. Infelizmente, cada vez mais a popula��o � obrigada a ter de recorrer � Justi�a. Por isso, decidi concorrer. Fizemos uma campanha com o lema “Gente do bem na pol�tica”. Teve resultado surpreendente e fomos majorit�rios em 16 cidades em que fa�o atendimento”, explica Doutor Frederico.  M�dico, mas com atua��o mais abrangente e conceitual, o reeleito M�rio Heringer (PDT), define o seu trabalho: “Por ser m�dico, sempre dedico particular aten��o � sa�de p�blica. Mas a educa��o, a seguran�a p�blica, o meio ambiente e o desenvolvimento econ�mico s�o temas que se entrela�am”, assinala.

 

 


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