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Estado de Minas POL�TICA

Raquel Dodge diz que Pez�o sucedeu Cabral em esquema criminoso

Pez�o teria recebido R$ 25 milh�es em valores hist�ricos, segundo o procurador Leonardo de Freitas, do MPF do Rio


postado em 29/11/2018 10:49 / atualizado em 29/11/2018 11:10

A procuradora-geral da Rep�blica, Raquel Dodge, afirmou, ap�s a pris�o do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pez�o (MDB), que ele sucedeu o ex-governador S�rgio Cabral no comando da organiza��o criminosa envolvida em esquema de corrup��o e lavagem de dinheiro dentro do governo estadual. Em uma rara entrevista � imprensa, ela enfatizou, nesta quinta-feira,, 29, a necessidade de desmantelar organiza��es criminosas em todo o Pa�s e recuperar danos causados aos cofres p�blicos.

"Os fatos se iniciam em 2007 em sucess�o de atos e participa��o de pessoas que incluem aquelas que s�o destinat�rias da ordem de pris�o de hoje. H� um indicativo de que houve sucess�o de pessoas part�cipes da organiza��o criminosa mesmo depois das pris�es j� feitas. Infratores continuam praticando crimes, por isso, chegou-se � necessidade de requerer pris�o preventiva para garantia da ordem p�blica", disse a procuradora-geral, na manh� desta quinta, na primeira entrevista coletiva que concedeu para falar de um caso espec�fico de corrup��o.

A investiga��o da PGR descreve Pez�o n�o s� como sucessor de Cabral ap�s a pris�o do ex-governador, mas como algu�m que tinha seu pr�prio esquema criminoso. Ele teria recebido R$ 25 milh�es em valores hist�ricos, segundo o procurador Leonardo de Freitas, do MPF do Rio. Os valores s�o oriundos, em parte, de uma mesada paga pelo operador de propinas de S�rgio Cabral e agora colaborador premiado, Carlos Miranda, e, em outra parte, de desvios de recursos p�blicos ligados ao setor de transporte.

Tamb�m presente � coletiva, Freitas afirmou que houve "uma dan�a das cadeiras esp�ria com uma sucess�o de pessoas ap�s a pris�o do primeiro time", de S�rgio Cabral. "O senhor Carlos Wilson (ex-secret�rio de gest�o de Cabral) foi sucedido pelo Affonso Monnerat (secret�rio de Governo de Pez�o). Hudson Braga, ex-secret�rio de obras de Cabral, foi sucedido por Jos� Hiran, preso na data de hoje", disse o procurador.

"H� certa de dois anos, quando da pris�o do senhor S�rgio Cabral, na Opera��o Calicute, nos fizeram uma pergunta que foi: e o Pez�o? N�s n�o esquecemos a pergunta de voc�s e estamos aqui hoje para responder a pergunta", disse o procurador.

Raquel Dodge explicou que a opera��o desta quinta tem como objetivo tamb�m coletar provas da lavagem de dinheiro. Ela n�o deu detalhes sobre uma das abordagens da investiga��o, que � sobre o envio de dinheiro para o exterior, mas falou que a opera��o ajudar� a trazer mais detalhes.

Sobre provas j� encontradas, o procurador Freitas afirmou que h� v�rias e elas n�o se resumem a acordos de colabora��o. "Posso destacar os bilhetes apreendidos ainda no bojo da Opera��o Calicute que faziam men��o de alguma forma a 'P�', 'Pez�o' ou 'P', com anota��es de valores do lado. Esses bilhetes s�o provas documentais apreendidas h� cerca de dois anos e, com as colabora��es e depoimentos, vieram a ser corroborados e autenticados", disse o procurador.

O fato de se estar a um m�s do fim do mandato foi dito como irrelevante para a deflagra��o da opera��o. "Os pedidos foram apresentados no primeiro momento poss�vel. A coisa do mandato foi faltando um m�s, poderia ser a menos, poderia ser a mais. Mas ser� um m�s a menos em que essas pessoas poder�o usar a m�quina p�blica para operar", disse.

Autora dos pedidos de pris�o e buscas e apreens�es ao Superior Tribunal de Justi�a (STJ), Raquel Dodge destacou que � uma miss�o da PGR e uma diretriz combater organiza��es criminosas e buscar o ressarcimento do dano causado aos cofres p�blicos, da� o sequestro de R$ 39 milh�es (valores atualizados) autorizado pelo ministro do STJ Felix Fischer.

"Tenho enfatizado a import�ncia de recomposi��o do dano. O sequestro de bens � necess�rio para que haja em tempo oportuno ressarcimento de danos", disse Raquel Dodge.

"As organiza��es criminosas precisam ser desfeitas e desbaratadas no Pa�s", continuou. "A entrevista � uma oportunidade de comunicarmos � sociedade brasileira a gravidade dos crimes que est�o sendo praticados contra o patrim�nio p�blico. A corrup��o desvia os recursos do patrim�nio p�blico e coletivo e, por isso, esse crime deve ser combatido com �nfase necess�ria para fazer cessar atos de corrup��o", disse.

Dodge explicou que, diferentemente de parlamentares, o cargo de governador n�o exige uma ordem de pris�o seja confirmada pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. "As medidas foram determinadas pelo Poder Judici�rio e s�o suficientes em si", explicou.

Al�m de Pez�o e dos secret�rios estaduais Affonso Monnerat e Jos� Hiran, foram presos Luiz Carlos Vidal Barroso - servidor da secretaria da Casa Civil e Desenvolvimento Econ�mico; Marcelo Santos Amorim - sobrinho do governador; Cl�udio Fernandes Vidal - s�cio da J.R.O Pavimenta��o; Luiz Alberto Gomes Gon�alves - s�cio da J.R.O Pavimenta��o; Luis Fernando Craveiro De Amorim - s�cio da High Control Luis; e C�sar Augusto Craveiro De Amorim - s�cio da High Control Luis.

A opera��o foi batizada de Boca de Lobo - nome, como s�o chamados os dutos em vias p�blicas que receberem o escoamento das �guas da chuva drenadas pelas sarjetas com destino �s galerias pluviais. O nome da opera��o faz alus�o aos desvios de recursos, revelados nas diversas fases da Opera��o Lava Jato, que causam a sensa��o na sociedade de que o dinheiro p�blico vem escorrendo para o esgoto.


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