
O candidato derrotado do PT � Presid�ncia, Fernando Haddad, ressaltou que o eventual fracasso da administra��o do presidente eleito Jair Bolsonaro n�o � "o pressuposto" da sua avalia��o sobre as perspectivas econ�micas do Pa�s com o pr�ximo governo. Ao contr�rio, ele fez um diagn�stico de que a gest�o de Bolsonaro poder� ter bons resultados econ�micos.
"Temos que nos prevenir: ele vai adotar o neoliberalismo radical", disse, referindo-se a Bolsonaro. "Em primeiro lugar gera um fluxo de caixa muito importante e d� f�lego, com a venda de ativos estatais, o que ocorreu com o primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com venda de estatais, o que bancou a sobrevaloriza��o do c�mbio por quatro anos", apontou. "Vamos ter crescimento em 4 anos porque estamos h� 4 anos sem crescer e isso vai dar um respiro para o governo."
Na avalia��o de Haddad, o novo governo tamb�m adotar� uma agenda pr�xima a grupos religiosos conservadores. "A pauta do fundamentalismo alimenta o esp�rito e n�o o est�mago, mas isto tamb�m est� no jogo pol�tico", disse.
Haddad destacou que o presidente pode ressaltar que vai "intervir na escola p�blica e que seu filho n�o tem risco de ser gay." Para o ex-candidato a presidente, � preciso adotar cuidado para avaliar o futuro da administra��o Bolsonaro. "N�o pode ver como dado o fracasso, que pode ocorrer, mas n�o � pressuposto da nossa avalia��o."
Haddad n�o fez criticas a Bolsonaro, com exce��o de ter avaliado como indevido o fato de que o presidente eleito "bateu contin�ncia" para John Bolton, assessor de Seguran�a Nacional do governo do presidente americano Donald Trump em visita na manh� da quinta-feira, 29, em sua resid�ncia no Rio de Janeiro.
Moro
O ex-prefeito tamb�m apontou como "estranho" o fato do juiz Sergio Moro ter aceitado um cargo de primeiro escal�o na futura administra��o. "N�o � comum uma pessoa deixar de ser juiz para ser ministro do atual governo", disse.
Haddad diz que as a��es de Moro interferiram no resultado das elei��es presidenciais pois, para ele, se o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva - condenado e preso na Opera��o Lava Jato - tivesse condi��es, ele estaria eleito e seria o sucessor do presidente Michel Temer.
De acordo com Haddad, al�m de propor a reforma pol�tica, o governo do ex-presidente Lula no segundo mandato deveria ter sugerido a realiza��o da reforma tribut�ria. "� quando h� alto capital pol�tico que mudan�as importantes precisam ser sugeridas, mesmo que isso implique em derrota em elei��es", destacou.
O ex-prefeito, por outro lado, n�o mencionou, no evento promovido em Nova York pelo "The People's Forum", em nenhum momento a necessidade de ajustes fiscais caso fosse eleito como presidente, nem mencionou a import�ncia da realiza��o da reforma da Previd�ncia Social para o Pa�s.
"Na campanha presidencial defendi reformas em dois setores importantes: o banc�rio e o referente aos meios de comunica��o", destacou. "H� a carteliza��o do sistema banc�rio, o que tamb�m acontece com os meios de comunica��o. S�o dois oligop�lios que precisam ser revistos, sen�o n�o tem democracia", finalizou.