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Estado de Minas

Paulo Brant se apresenta como principal articulador do governo Zema

Futuro vice-governador tem perfil para dialogar com os demais poderes e com setores da economia e da sociedade civil


postado em 17/12/2018 06:00 / atualizado em 17/12/2018 07:56

"Paulo Brant � apontado como pessoa de di�logo f�cil, caracter�stica que o credencia na busca de alian�as que garantam a governabilidade de Zema" (foto: Jorge Gontijo/EM/D.A Press %u2013 25/10/18)

O di�logo f�cil, o que s� � poss�vel a quem sabe ouvir, sugere inclina��o para a fun��o p�blica. Ao ser definido por quem o conhece, a capacidade de empatia � a qualidade mais citada. Junto a ela, caminham outros atributos: “lealdade”, “discri��o”, “sinceridade”, todos indispens�veis, como diriam pol�ticos experientes, a um vice-governador. O engenheiro, economista, ex-professor universit�rio e executivo Paulo Brant, de 66 anos, vai consolidando a fun��o da interlocu��o do futuro governo Romeu Zema.

Nestas semanas da transi��o que o separam da posse como vice-governador de Minas, em 1º de janeiro, Paulo Brant pode ser visto na Assembleia Legislativa, nas associa��es empresariais e Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Est� em encontros com setores do funcionalismo, do Poder Judici�rio, do Minist�rio P�blico e da sociedade civil organizada. Procura pavimentar vias de apoio ao futuro governo Zema que possam ajud�-lo a superar o desafio da governabilidade, colocado n�o s� a um partido como o Novo, que venceu a disputa sem coliga��es, mas, sobretudo, porque enfrentar� umcen�rio de d�ficit fiscal e incertezas macroecon�micas. Todas as sa�das que se apresentam ao estado batem na mesma porta: a costura de alian�as.

“Paulo Brant � do di�logo: escuta muito e pondera sempre com muito bom senso. Como bom interlocutor que �, acho que vai ser importante articulador, com quem Romeu Zema pode contar e confiar que deve assumir diversas miss�es no governo”, assinala Fl�vio Roscoe, presidente da Fiemg. Depois de seis anos na presid�ncia da Celulose Nipo-Brasileira S.A. (Cenibra), uma das maiores produtoras mundiais de celulose branqueada, Brant deixou a empresa e foi, entre dezembro de 2016 e maio deste ano, superintendente executivo de Rela��es Institucionais da Fiemg.

"Essa inoc�ncia, eu diria, � a caracter�stica fundamental do Paulo. E se a pol�tica n�o contiver esse gr�o de inoc�ncia, que parece banida da vida p�blica no Brasil, ela apodrece. � o sal da pol�tica" - Roberto Brant, ex-deputado federal e ex-ministro, irm�o mais velho de Paulo Brant (foto: Youtube/Planalto/Reprodu��o)

Assim como entre empres�rios s�o s�lidas as vias de interlocu��o de Brant, tamb�m na Assembleia ele ganha apoiadores entre novos e velhos pol�ticos, alguns dos quais reeleitos. Acompanha de perto as mat�rias que tramitam e ter�o impacto sobre o futuro governo, al�m das articula��es em torno da elei��o para a presid�ncia da Mesa Diretora, em 1º de fevereiro, que neste momento refor�am a candidatura do deputado estadual Agostinho Patrus (PV).

“Paulo Brant � pessoa com tino pol�tico, inteligente, experiente com a coisa p�blica e destacado papel nas conversas com a classe pol�tica, a sociedade civil organizada e com o empresariado”, avalia o deputado estadual eleito Guilherme da Cunha (Novo), indicado como interlocutor entre a Assembleia e a equipe de transi��o de Romeu Zema. “� com Paulo Brant com quem trabalho mais pr�ximo na divis�o de tarefas nesta transi��o”, afirma. “Trocamos informa��es sobre andamento das preposi��es e conversas dentro da Casa, quais informa��es devemos ficar atentos, quais proposi��es precisamos monitorar mais de perto e ele tem interlocu��o boa com o atual presidente da Assembleia, Adalclever Lopes (MDB) e com outros deputados”, assinala Cunha.

"Paulo Brant � pessoa com tino pol�tico, inteligente, experiente com a coisa p�blica e destacado papel nas conversas com a classe pol�tica, a sociedade civil organizada e com o empresariado" - Guilherme da Cunha (Novo), deputado estadual eleito (foto: Reprodu��o/Facebook)

Parlamentares experientes tamb�m elogiam Brant. “A conversa � f�cil, franca, agrad�vel como conv�m � pol�tica, coisa que muitos novatos ainda t�m de assimilar e amadurecer”, afirma um deputado influente na Casa, certo de que, na situa��o fiscal em que se encontra o estado e que impor� perdas para todos os poderes e institui��es, a pol�tica ser�, mais do que nunca, fundamental. Diagn�stico da situa��o fiscal do estado divulgado pela equipe de transi��o de Zema, coordenada pelo vereador licenciado Mateus Sim�es (Novo) indica a perspectiva de um d�ficit m�nimo de R$ 23,5 bilh�es nas contas de Minas para 2019.

Sem perder a f� nas pessoas

A trajet�ria de Paulo Brant sempre teve um vi�s t�cnico, com alguma interface perif�rica com a pol�tica. Em sua primeira incurs�o na arena eleitoral, em 2016, amargou a primeira grande decep��o. Depois de deixar a presid�ncia da Cenibra para concorrer � Prefeitura de Belo Horizonte, ficou a ver navios ap�s o recuo do ent�o prefeito Marcio Lacerda (ex-PSB) que, pressionado por seus aliados, principalmente tucanos, decidiu apoiar a candidatura do ent�o vice-prefeito D�lio Malheiros (ex-PV, atualmente PSD).

"� grande a tradi��o dessa fam�lia, que traduz esse sentimento de mineiridade, de pertencimento a Minas Gerais"- Rodrigo Paiva (Novo), engenheiro e candidato ao Senado na chapa Zema/Paulo Brant (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press - 5/6/18)

Apesar disso, Brant manteve, segundo os amigos e familiares, a boa-f� no outro, uma esp�cie de cren�a natural de que as pessoas lhe dizem a verdade. “Essa inoc�ncia, eu diria, � a caracter�stica fundamental do Paulo. E se a pol�tica n�o contiver esse gr�o de inoc�ncia, que parece banida da vida p�blica no Brasil, ela apodrece. � o sal da pol�tica”, afirma o irm�o mais velho do futuro vice-governador, Roberto Brant, que t�m o sangue da pol�tica nas veias. Foi deputado federal por cinco mandatos consecutivos, at� 2007, e ministro da Previd�ncia Social no governo de Fernando Henrique Cardoso.

No in�cio deste ano, pela segunda vez, Paulo Brant deixou a iniciativa privada para apostar na constru��o daquilo que acredita ser uma “nova pol�tica”. Dessa vez, incentivado por empres�rios, entre eles, Romeu Zema e Salim Mattar, s�cio e presidente da Localiza e futuro secret�rio de Privatiza��es no governo Jair Bolsonaro (PSL).

“Eu desaconselhei. Acho que � uma decis�o que requer dedica��o profunda com impacto extremamente sacrificante sobre a vida pessoal, principalmente neste momento de demoniza��o da pol�tica e dos pol�ticos, em que tecnocratas querem expulsar a pol�tica da coisa p�blica”, avalia Roberto Brant. Mas o irm�o, sexto de uma fila de 11, acalentava o sonho. Em sil�ncio, como � de seu feitio. A reboque do vendaval de mudan�as, Zema se elegeu levando consigo o seu vice, que promete – e ao que tudo indica, cumpre: “Para al�m da fun��o constitucional de quando necess�rio substituir o titular, o bom vice � discreto, leal e sincero”. Assim ele quer ser, assim � visto por seus pares. Brant abra�ou o seu sonho “inocente”, na mais dif�cil hora de quem est� na pol�tica. E a hora aconteceu.

De Diamantina ao bar na capital

De tanto ver a locomotiva em Diamantina desengatar do comboio para chegar e partir, o compositor Fernando Brant buscou as imagens da viv�ncia em sua inf�ncia e bordou a letra da m�sica, que, principalmente na voz de Milton Nascimento, marcou a m�sica popular brasileira: “S�o s� dois lados/Da mesma viagem/O trem que chega/� o mesmo trem/Da partida...”. Filho do juiz Moacyr Brant, Fernando, o quarto entre 11 irm�os, nasceu em Caldas, no Sul de Minas. J� Paulo, o sexto, nasceu quando o pai, a pedido de Juscelino Kubitschek, ent�o governador do estado, foi transferido para Diamantina. JK queria que a sua cidade tivesse um juiz natural dali, com a sensibilidade de quem conhece a gente a quem iria julgar.

Ente ano, quando percorria o estado em campanha, Paulo Brant foi � cidade natal pedir votos e contou a hist�ria da m�sica Encontros e despedidas a Rodrigo Paiva, engenheiro civil especialista em tecnologia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e candidato ao Senado pela chapa encabe�ada por Zema. “Era mais uma palestra de apresenta��o do Novo, um trabalho de cidade em cidade. �s vezes viaj�vamos um dia para falar para pouqu�ssimas pessoas. Em Diamantina, passamos diante da esta��o de trem e o Paulo Brant come�ou a contar como o irm�o fez a letra da m�sica, lembrou da import�ncia do Clube da Esquina para a m�sica brasileira”, conta Paiva.

Fernando fez pol�tica em letras, num tempo em que falar do Brasil amorda�ado s� era poss�vel por met�foras. “� grande a tradi��o dessa fam�lia, que traduz esse sentimento de mineiridade, de pertencimento a Minas Gerais”, acrescenta Rodrigo Paiva.

A grande fam�lia se mudou para Belo Horizonte na d�cada de 60. Ap�s a morte dos pais, os filhos decidiram n�o vender a casa no Bairro Funcion�rios, que o primog�nito Roberto Brant chama de Bar Brant. “� o elemento f�sico que ajuda a reunir as pessoas”, explica. L�, uma vez por m�s os irm�os, tios, tias, sobrinhos, sobrinhas se re�nem. E a m�sica est� na conta da casa.




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