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Estado de Minas

Jair Bolsonaro quer alian�a com Doria para projetos de interesse

O presidente eleito pretende conseguir compromisso do governador paulista de apoiar reformas na �rea econ�mica e na �rea de costumes, trazendo tamb�m para a base outros partidos sobre os quais tem influ�ncia


postado em 17/12/2018 10:40

 (foto: Minervino Junior/CB/D.A Press e Ed Alves/CB/D.A Press) )
(foto: Minervino Junior/CB/D.A Press e Ed Alves/CB/D.A Press) )

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), colocou os aliados paulistas em campo para convencer o governador eleito no estado, Jo�o Doria (PSDB), a apoiar projetos de interesse. Isso � tamb�m um componente do esfor�o para ampliar a articula��o com partidos que v�o compor o governo estadual: o PSD, do futuro secret�rio da Casa Civil, Gilberto Kassab; o DEM, do futuro vice-governador, que ser� tamb�m secret�rio de Governo, Rodrigo Garcia; e o MDB, do escolhido como secret�rio de Fazenda, Henrique Meirelles.

A configura��o da C�mara na pr�xima legislatura conta com um total de 126 deputados do PSDB, do PSD, do DEM e do MDB, o equivalente a cerca de 25% de toda a Casa — 513. No Senado, ser�o 22 cadeiras dessas legendas, 42% do total de 81 parlamentares. Bolsonaro e o articulador pol�tico, Onyx Lorenzoni (DEM), futuro ministro-chefe da Casa Civil, sabem que Doria, Kassab, Garcia e Meirelles, juntos, n�o t�m influ�ncia sobre o total das respectivas bancadas no Congresso. Mas podem mirar outras.

O governo eleito acredita que o quarteto pode contribuir para puxar votos de outros partidos do Centr�o, como PRB e PP, que participaram da chapa tucana vencedora na elei��o de SP. Essas duas siglas contam, juntas, com 67 deputados e seis senadores. A meta de Bolsonaro e da c�pula pol�tica � convencer essas legendas a apoiarem a agenda econ�mica e at� as pautas de costumes e valores.

Os primeiros contatos da coordena��o pol�tica de Bolsonaro com o entorno tucano ocorrem gradualmente. Na �ltima segunda-feira, o deputado eleito Coronel Tadeu (PSL-SP), se encontrou com Kassab para tra�ar pautas priorit�rias para o governo e tamb�m discutir apoio ao bloco do PSL na C�mara. “Essa aproxima��o tem que ser feita para consolidar a base pol�tica. Precisamos conversar e alinhar o apoio”, pondera o bra�o direito do deputado e senador eleito Major Olimpio (PSL-SP). Outra reuni�o com Kassab foi agendada para 10 de janeiro.

O di�logo entre os diret�rios paulistas do PSL e do PSDB n�o � simples. Durante as elei��es, Olimpio apoiou formalmente o advers�rio tucano, o atual governador de S�o Paulo, M�rcio Fran�a (PSB), na disputa das urnas. Apesar das diferen�as no per�odo eleitoral, o momento agora � de paz, prega Tadeu. “N�o estamos no ringue. Doria vai governar o meu estado e, para isso, vai precisar do governo (federal)”, ponderou.

A coordena��o pol�tica do PSL n�o cogita a possibilidade de negociar cargos e espa�o no governo em troca do apoio da gest�o tucana. Mas acredita que pode negociar no campo de interesse m�tuo. Tadeu refor�a que Doria foi eleito com 51,75% dos votos, o que, para ele, demonstra uma rejei��o que o tucano precisar� reverter. Para isso, precisar� colocar a m�quina do governo a favor da popula��o. “Para tocar o barco, ele fica dependente da renegocia��o da d�vida do estado com a Uni�o”, alerta.

A reorganiza��o dos d�bitos de S�o Paulo com a Uni�o, entre outras pautas fiscais que afetam S�o Paulo, pode, dessa forma, criar uma pol�tica de boa vizinhan�a com Doria e resultar no apoio a projetos do governo federal, prev� Tadeu. O deputado eleito adverte, no entanto, que determinadas pautas podem ter dificuldades de interlocu��o, como a reforma da Previd�ncia. “Cada assunto ser� tratado de uma forma”, avisa.

O governador eleito de S�o Paulo ter� um desafio dif�cil pela frente. A deputada eleita Joice Hasselmann (PSL-SP) mant�m um contato pr�ximo de Doria desde as elei��es e cobra que ele traga o PSDB para perto do governo. Olimpio tamb�m se encontrou com o tucano e refor�ou o recado. Mas a fragmenta��o interna do PSDB deve fazer com que essa tarefa seja dif�cil, avalia o cientista pol�tico Enrico Ribeiro, coordenador legislativo da Queiroz Assessoria Parlamentar e Sindical.

A divis�o tucana aponta para quatro alas diferentes, pondera Ribeiro: uma ligada a Doria; outra, ao governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; outra fiel ao presidente nacional, Geraldo Alckmin; e outra conectada aos ex-governadores de S�o Paulo Jos� Serra e Alberto Goldman. “Doria n�o tem influ�ncia sobre todos, sobretudo os mais independentes”, analisa.

O apoio de Doria ao futuro governo federal � uma faca de dois gumes: ao passo que pode ser positivo para a governabilidade de Bolsonaro; h� um risco de o tucano se aproximar demais para, na frente, se lan�ar como protagonista das reformas aprovadas e disputar o cargo de presidente da Rep�blica. “Se ele perceber que n�o � o momento, ele lan�a a candidatura para se reeleger ao governo do estado. Se n�o, pode dar o cavalo de pau e cobrar a fatura por ter sido o fiador da balan�a em colocar o time em campo a favor do governo”, analisa Ribeiro.

Divis�o

A expectativa � que Doria possa reduzir a divis�o interna do PSDB para ser o trator que o PSL espera. Para isso, precisar� garantir a vit�ria de Bruno Ara�jo (PE) na Presid�ncia nacional do partido. Em reuni�o da bancada no fim de novembro, em Bras�lia, Alckmin estabeleceu as elei��es municipais para mar�o, as estaduais, para abril, e a nacional para maio.

O governador eleito de S�o Paulo n�o foi � reuni�o convocada por Alckmin, mas se reuniu depois com correligion�rios em um jantar organizado na casa do deputado federal e senador eleito Izalci Lucas (PSDB-DF), para aproximar deputados e senadores novatos e antigos. A expectativa de Doria � convencer, sobretudo, os parlamentares eleitos para ampliar a for�a dentro da legenda.

Izalci admite que Doria j� se antecipou declarando apoio a Bolsonaro. “Agora, vamos debater e fazer uma discuss�o sobre o apoio da bancada (ao governo)”, afirma. O senador eleito admite a exist�ncia de alas distintas, mas garante que, independentemente de o

PSDB ocupar espa�os no governo ou n�o, a legenda vai apoiar “o que for bom para o Brasil”. “Tem uma turma mais governista, outra mais independente, e outra que pode at� fazer uma oposi��o, mas � uma pequena minoria”, relata.


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