O presidente Jair Bolsonaro reiterou ontem que n�o teve participa��o nas movimenta��es financeiras "at�picas" do ex-assessor parlamentar Fabr�cio Queiroz registradas pelo Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Em sua primeira entrevista ap�s a posse, concedida ao jornal SBT Brasil, ele admitiu que Queiroz, com quem mantinha amizade desde 1984, gozava de sua confian�a. Disse, por�m, que n�o pretende conversar com ele agora.
"Ele responde pelos seus atos. N�o tenho nada a ver com essa hist�ria", disse o presidente. "Sempre gozou de toda confian�a minha. Mais de uma vez tinha emprestado dinheiro para ele. Tinha emprestado para outros funcion�rios tamb�m", ressaltou. "N�o vejo nada demais nisso a�, n�o cobro juros, nada."
De acordo com informa��es do Coaf repassadas ao Minist�rio P�blico, Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Fl�vio Bolsonaro (PSL-RJ), movimentou R$ 1,2 milh�o no per�odo de um ano em sua conta banc�ria - entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, o que foi considerada movimenta��o at�pica. Uma das transa��es na conta de Queiroz citadas no relat�rio do Coaf � um cheque de R$ 24 mil destinado � primeira-dama Michelle Bolsonaro. Em entrevista, Queiroz disse que o dinheiro vinha da compra e venda de carro.
Na entrevista ontem, Bolsonaro afirmou que o sigilo banc�rio de Queiroz foi quebrado sem autoriza��o judicial. "Quebraram o sigilo banc�rio dele sem autoriza��o judicial. Cometeram um erro grav�ssimo." O presidente observou que o Coaf apontou ind�cios de irregularidade nas contas de 18 servidores da Assembleia do Rio de Janeiro, mas a imprensa deu destaque apenas a Queiroz. "A potencializa��o em cima dele e de meu filho foi para me atingir", disse. "Esse � o tratamento que recebo", afirmou.
Questionado se Queiroz ainda tinha sua confian�a, Bolsonaro disse que "at� que ele prove o contr�rio, n�o pretendo conversar com ele". "At� porque se eu for conversar, v�o dizer que eu estou tentando aconselh�-lo, qualquer coisa", afirmou. O ex-assessor passou por uma cirurgia, nesta semana, de retirada de um tumor. "Pe�o a Deus que salve a sua vida e ele preste explica��es ao Minist�rio P�blico."
Apoio
O presidente tamb�m sinalizou ontem que deseja dialogar com governadores do Nordeste que n�o compareceram � posse dele. "N�o posso fazer guerra com governadores." Ele comentou, no entanto, que "ficou sabendo" que h� governadores que n�o colocar�o a foto dele em seus gabinetes. "A� se for verdade, neste caso, espero que n�o venham pedir nada para mim. Para estes a�, o presidente deles est� em Curitiba", disse.
Cirurgia
Ainda durante a entrevista, Bolsonaro relatou que pretende fazer a cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia no pr�ximo dia 28, uma segunda-feira, ou no m�ximo no dia seguinte. A bolsa foi acoplada a seu corpo depois da facada que recebeu no atentado sofrido em setembro. Antes da opera��o, Bolsonaro dever� viajar para Davos (Su��a), onde participar� do F�rum Econ�mico Mundial, que ocorre entre 22 e 26 de janeiro.
Um rep�rter pediu que o presidente explicasse a promessa feita no discurso de posse de que "libertaria" o povo do socialismo, j� que esse regime pol�tico nunca foi implantado no Pa�s. Desconcertado, ele disse que "gra�as" �s For�as Armadas nunca houve socialismo. E citou o levante do PCB em 1935 e a vers�o militar de que houve uma tentativa de golpe por parte da esquerda em 1964, quando o presidente Jo�o Goulart foi deposto pelos militares. Bolsonaro afirmou ainda que "talvez um Congresso mais novo" pode aprovar uma lei definindo pris�o em segunda inst�ncia. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.