
A falta de um porta-voz do governo federal abre espa�os para declara��es conflituosas, como as ocorridas na sexta-feira passada, quando o presidente Jair Bolsonaro anunciou o aumento da al�quota do Imposto de Opera��es Financeiras (IOF) e foi corrigido pelo chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que disse que o presidente se “equivocou”.
Aliados de Bolsonaro defendem a necessidade de um representante oficial, ideia endossada pelo Pal�cio do Planalto que, em nota, disse, por�m, n�o haver previs�o para que a vaga seja ocupada. O chefe do Executivo federal avalia nomes de militares mulheres do Ex�rcito e da Marinha.
A inten��o inicial era de que o nome tivesse sido oficializado na semana passada, mas o an�ncio acabou adiado. A expectativa � de que o porta-voz seja anunciado nesta semana. Bolsonaro j� disse, em conversas reservadas, que procura algu�m afinado com as suas ideologias. O escolhido deixar� de ser vinculado � Secretaria de Comunica��o Social e responder� diretamente ao gabinete presidencial.
Inicialmente, o nome pensado pela equipe governista foi o do jornalista Alexandre Garcia, que deixou a Rede Globo h� duas semanas e ocupou o cargo na gest�o do presidente Jo�o Figueiredo, na ditadura militar. Pelas redes sociais, Garcia declarou n�o ter inten��o de participar do governo. Um dos assessores palacianos, entretanto, afirmou que o jornalista tem sido consultado sobre os nomes aventados pelo presidente antes da oficializar�o do escolhido.
Ministros est�o pressionando Bolsonaro a escolh�-lo o mais r�pido poss�vel. Para eles, o presidente n�o pode conceder v�rias entrevistas por dia e de maneira improvisada. Um dos problemas at� agora � que n�o foi encontrado um profissional com perfil que agrade plenamente ao Planalto, especialmente no quesito financeiro. Tudo porque, segundo aliados, o lema do presidente � o trip� de austeridade, transpar�ncia e honestidade.
O sal�rio de um porta-voz governista pode chegar a R$ 26 mil. O valor que o representante de Michel Temer, Alexandre Parola, diplomata de carreira, teria direito a receber, no entanto, era bem menor: cerca de R$ 15 mil l�quidos.