
A reforma da Previd�ncia s� deve sair do papel depois de 25 de janeiro, quando o presidente Jair Bolsonaro voltar da viagem que far� a Davos, na Su��a, para o F�rum Econ�mico Mundial. No evento, a ideia � que ele n�o fale sobre especificidades da proposta, como explicou, ontem, o vice-presidente, Hamilton Mour�o, em entrevista ao Correio. Ao vetar detalhes, o governo tenta evitar cair em um dos grandes erros do ent�o presidente Michel Temer: perder a “batalha da comunica��o”. Por isso, a ordem � que a proposta fique sob sigilo at� ser enviada ao Congresso, para n�o sofrer ataques antes da hora.
O presidente se prepara para encarar cr�ticas pesadas, inclusive de aliados. As frentes est�o sendo formadas desde o in�cio do m�s at� por militares, receosos quanto � possibilidade de serem inclu�dos no texto. Assim que pisarem no Congresso pela primeira vez neste ano, em fevereiro, os parlamentares ser�o recebidos com panfletos, informativos e por v�rias pessoas dispostas a conversar sobre o assunto. O foco inicial de boa parte delas � convencer os 243 deputados novatos a se posicionar contra mudan�as dr�sticas, principalmente sobre o sistema de capitaliza��o. A arma, como da �ltima vez, � a como��o popular e o discurso de que as altera��es ser�o “maldades” contra o trabalhador.
Com discurso um pouco diferente e, em geral, menos fatalista, entidades representativas dos servidores p�blicos tamb�m t�m se organizado para retomar o assunto este m�s e barrar algumas das mudan�as que devem estar no texto. A principal reivindica��o, no entanto, � que haja di�logo sobre todos os temas que ser�o introduzidos na proposta. “O que a gente quer � que haja um debate franco. O governo n�o deve conversar apenas com o sistema financeiro, empresariado, banqueiro. A classe trabalhadora n�o deve ser consultada apenas para cumprir um rito”, reclamou o presidente Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da Uni�o (Sindilegis), Petrus Elesb�o.
Um item que certamente trar� desgaste entre o grupo � a regra de transi��o para o novo regime, ainda indefinida, mas que foi considerada insatisfat�ria pelos servidores p�blicos nas negocia��es do governo Temer. Limitar o ac�mulo de pens�es e aposentadorias tamb�m gerou muitos problemas no andamento da Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) 287. Os servidores participaram ativamente dessas discuss�es e foram respons�veis, em grande parte, pela retirada desse ponto da vers�o final do texto, mesmo depois de a equipe t�cnica ter discutido v�rias op��es mais amenas.
At� entidades que se posicionam a favor da reforma, como o grupo Renova Previd�ncia, j� t�m reuni�es internas pr�-agendadas para o fim do m�s, com o objetivo de discutir, de forma cr�tica, o texto que ser� apresentado pelo governo.
Ruralista chefiar� Servi�o Florestal
O deputado da bancada ruralista Valdir Colatto (MDB-SC), conhecido por defender causas como a libera��o da ca�a profissional de fauna silvestre no Brasil, foi indicado, na quarta-feira, para chefiar o Servi�o Florestal Brasileiro (SFB), que foi transferido do Minist�rio do Meio Ambiente para o Minist�rio da Agricultura (Mapa) pelo presidente Jair Bolsonaro. O nome foi apresentado pela ministra Tereza Cristina. Em nota, ela disse n�o ver nenhum conflito na indica��o dele.