
Diante do desgaste com a informa��o de movimenta��es financeiras do senador eleito Fl�vio Bolsonaro (PSL-RJ) e de um de seus ex-assessores, Fabr�cio Queiroz, consideradas at�picas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o Pal�cio do Planalto tenta concluir a reestrutura��o da Secretaria Especial de Comunica��o Social (Secom) e faz an�ncios de corte de verbas publicit�rias.
A crise envolvendo Fl�vio, filho do presidente Jair Bolsonaro, aumentou a cobran�a de n�cleos do governo sobre o secret�rio da Secom, Floriano Barbosa, para levantar uma agenda positiva que reanime a milit�ncia nas redes sociais.
Barbosa trabalha desde o per�odo de transi��o nas mudan�as na estrutura da Secom. Ele definiu que o �rg�o ter� uma secretaria espec�fica para fazer a articula��o entre todas as assessorias de imprensa do governo.
A meta � acabar com o "bate cabe�a" entre secret�rios e ministros. Tamb�m est�o previstas uma secretaria para o atendimento � imprensa e um grupo dentro da Secom para abastecer as redes sociais com textos, �udios e imagens de Bolsonaro e sua equipe.
Auxiliares do presidente afirmam que um "alinhamento" das informa��es do Planalto e dos minist�rios evitaria pol�micas como as declara��es desencontradas entre Bolsonaro e o grupo do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a proposta de aumento do Imposto sobre Opera��es Financeiras (IOF), que chegou a ser anunciada no come�o do m�s por Bolsonaro e desmentida pelo secret�rio da Receita, Marcos Cintra.
Homem de confian�a da fam�lia do presidente, Barbosa trabalhou antes no gabinete do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e esteve em contato direto com o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ).
Juntamente com o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, o secret�rio vem fazendo uma an�lise dos contratos com ag�ncias de publicidade, na ordem de R$ 150 milh�es por ano.
Nesta quarta-feira, 23, Bolsonaro usou sua conta no Twitter para informar que Santos Cruz cancelou contrato com a empresa CDN para fazer assessoria de imprensa no exterior, no valor de R$ 30 milh�es, e cortou verbas de publicidade da Caixa e do Banco do Brasil.
Ao anunciar o cancelamento, Bolsonaro escreveu que gastos desse tipo eram "uma das muitas fontes de a��es escusas" em governos anteriores. "Esses gastos ultrapassavam centenas de milh�es. Era mais uma das muitas fontes de a��es escusas dos grupos que estavam no poder, cuja boa parte dos membros est� presa. Uma irresponsabilidade em detrimento das reais demandas dos brasileiros e do Estado!". Procurada, a CDN informou que rompimentos de contrato em fins de um governo e in�cio de outro "n�o s�o at�picos". Sobre os coment�rios do presidente, a companhia afirmou que n�o iria se manifestar.
Influenciadores
O secret�rio especial de Comunica��o j� manifestou, em reuni�es de governo, que pretende aproximar do Planalto influenciadores digitais que estiveram em sintonia com Bolsonaro durante a campanha presidencial.
Barbosa quer fazer encontros espor�dicos com blogueiros e youtubers e tentar rearticular a rede de seguidores do presidente na internet. � justamente o setor das redes sociais, onde Bolsonaro sempre teve boa desenvoltura, que mais preocupa ministros militares e civis que despacham no Planalto.
Levantamento do Estad�o Dados, utilizando a ferramenta Crowdtangle, mostrou que a rede pr�-Bolsonaro na internet representa hoje apenas 22% da for�a que tinha na semana anterior ao primeiro turno.
Divis�o de trabalho
O governo aposta que boa parte das demandas de jornais, revistas e emissoras de r�dio e TV ser� atendida pelos dois porta-vozes que atuar�o no Planalto. O tenente coronel do Ex�rcito Alexandre de Lara responde pela Vice-Presid�ncia e o general de divis�o Ot�vio Santana do R�go Barros ficou respons�vel pelas not�cias do presidente.
O vice-presidente da Rep�blica, Hamilton Mour�o, disse � reportagem que o governo tem a obriga��o de divulgar os fatos para a sociedade. "A imprensa busca esclarecer o p�blico. Se n�o houver palavra oficial do governo, ela vai buscar com fontes diversas, que nem sempre dizem a verdade. Muitas dizem aquilo que � do seu interesse", afirmou o vice.