O governador Romeu Zema (Novo) ter� de lidar com quatro blocos de parlamentares na Assembleia Legislativa de Minas Gerais: um governista, um de oposi��o e outros dois chamados independentes, ou 'do meio', que j� tem um di�logo aberto e de proximidade com o Executivo, mas tamb�m podem dar trabalho na hora de algumas vota��es. A articula��o foi costurada pelos caciques do Legislativo e j� � dada como certa.
Depois da defini��o do l�der de governo na Assembleia e a uma semana da posse dos parlamentares, a hora � de definir entre os 28 partidos com representa��o quais estar�o em qual frente.
Pelas contas dos parlamentares, o n�mero de parlamentares por bloco deve ficar equilibrado. A oposi��o ter� 16 ou 17 deputados e os outros tr�s blocos ter�o cerca de 20 nomes cada. A frente de oposi��o ser� puxada por PT, que j� procurou Rede, Psol e PCdoB, al�m dos partidos que estiveram na coliga��o do governador Fernando Pimentel (PR e PSD) para tentar uma ades�o. A base, por enquanto, conta com o partido do governador, o Novo, o PSDB e o PSC. O PV do futuro presidente da Casa Agostinho Patrus deve ficar em um dos blocos junto com partidos como PDT, MDB e PRB.
Segundo o l�der de governo Luiz Humberto (PSDB), que j� conversou com o futuro presidente da Assembleia sobre o assunto, a forma��o dos quatro blocos � a mais vi�vel. Ele considera ser preciso agilizar a decis�o dos partidos para que a composi��o das comiss�es tem�ticas da Casa seja mais tranquila. Na Legislatura passada, as diverg�ncias acabaram adindo a indica��o dos nomes e, com ela, o in�cio dos trabalhos.
Mesmo com a forma��o de dois blocos independentes, o l�der de Zema est� otimista em rela��o ao n�mero de votos do governador na Assembleia. “Ainda � cedo para falar, mas o que estamos sentido � que muitos deputados est�o dispostos a contribuir com o governo. As mudan�as ter�o de ser feitas porque a elei��o deixou claro que a popula��o quer e, se n�o houver isso, Minas n�o sai do buraco”, disse.
Zema depender� da Assembleia principalmente no in�cio do governo, quando precisar� de votos para aprovar a reforma administrativa e as propostas para se adequar ao que a Uni�o exige para conceder a renegocia��o da d�vida do estado. Entre essas medidas est�o as pol�micas privatiza��es e a eleva��o da al�quota de contribui��o dos servidores ao Instituto de Previd�ncia (IPSEMG), j� adiantadas por Zema. As duas medidas s�o as que mais devem dar trabalho, pois ser�o alvo de cr�ticas da oposi��o e entre os chamados independentes.
Privatiza��es e Previd�ncia
A privatiza��o das estatais, por exemplo, j� � condenada pela oposi��o. “O governador Zema ganhou a elei��o com um projeto de retirada de direitos dos servidores p�blicos e de privatiza��o das estatais, que precariza o servi�o e aumenta a conta. Vou ser opositora a tudo isso. O governo n�o pode achar que tem um cheque em branco porque ganhou com 70%, para isso existem os poderes, para fiscalizar”, afirmou a deputada eleita pelo PT Beatriz Cerqueira.
O deputado Sargento Rodrigues (PTB), que estar� em um dos blocos independentes, diz ser favor�vel � reforma administrativa e que a privatiza��o vai depender da forma que o Executivo enviar o projeto. Antecipou, por�m, que vai ser contra o aumento da contribui��o previdenci�ria dos servidores. “Sou a favor de toda medida que venha no sentido da austeridade, essas ter�o meu voto e apoio. Mas sou contra o aumento da contribui��o previdenci�ria do servidor e da idade m�nima para aposentadoria. Para isso serei uma barreira e vou usar todo artif�cio regimental para n�o permitir”, antecipou.
Outro que promete fazer barulho � o deputado estadual Alencar da Silveira (PDT), que vem criticando Zema nas redes sociais e afirma que estar� entre os independentes. “N�o tem mais isso de oposi��o e situa��o, com o or�amento impositivo e as redes sociais vamos ter a independ�ncia do Poder Legislativo”, disse. Silveira promete votar com Zema no que for bom para o estado e contra ele no que considerar ruim.
Nas �ltimas semanas, Alencar j� criticou o uso do avi�o do governo pelo novo governador e apresentou um projeto de lei para que Zema e os secret�rios possam doar 99% do sal�rio. De acordo com ele, n�o se trata de ser oposi��o, mas de ajudar o eleito a cumprir as promessas de campanha. “A mentira acaba no dia da elei��o e no come�o do mandato”, afirmou.