
Insatisfeitos com o parcelamento dos sal�rios e o pagamento do 13º sal�rio em 11 vezes, policiais civis e militares, bombeiros e agentes penitenci�rios amea�am cruzar os bra�os nos pr�ximos dias.
Reunidos nesta sexta-feira em protesto na porta da Assembleia Legislativa – no mesmo momento em que os deputados estaduais tomavam posse – e na Pra�a Sete, os profissionais da �rea de seguran�a p�blica em Minas deram um ultimato ao governador Romeu Zema (Novo): at� a semana que vem querem uma nova proposta para quita��o do 13º. Caso contr�rio, a paralisa��o das atividades � quest�o de dias.
Cerca de 6 mil pessoas, segundo os organizadores, fecharam o quarteir�o da rua Rodrigues Caldas, em frente � Assembleia, e do alto de um carro de som, representantes de cada categoria se revezaram em discursos de protesto ao governo estadual e reclama��o da falta de dinheiro para pagar as contas.
“Se o Zema n�o pagar, n�s vamos parar”, gritavam a todo instante. “Governo nenhum se mant�m sem a seguran�a p�blica”, alertou um policial. “Houve aumento para deputados e ju�zes. N�s fomos obrigados a prejudicar nosso Natal porque n�o tivemos o 13°”, reclamou outro.
Faixas traziam frases como “Governador, o 13° sal�rio n�o � carn� da Eletrozema”, em alus�o �s lojas de eletrodom�sticos da fam�lia. O clima beligerante na porta da Assembleia chegou tamb�m ao plen�rio da Casa. Pouco antes do in�cio da solenidade de posse dos deputados, servidores tentaram entrar no sal�o.
Eles gritavam “Zema caloteiro, cad� meu 13º?”. Os manifestantes chegaram a for�ar a entrada que dava acesso ao plen�rio, assustando convidados dos deputados que chegavam para o evento, onde o governador estaria presente, mas foram impedidos pelos policiais legislativos que fizeram uma barreira.
Alguns chutaram a porta e at� amea�aram jogar uma cadeira para quebrar os vidros e liberar o acesso. O deputado Sargento Rodrigues (PDT) tentou acalmar os �nimos dos policiais, mas a tens�o continuou por cerca de meia hora, atrasando o in�cio da cerim�nia.
Enquanto isso, do lado de fora, a pol�tica gerava momentos de tens�o entre os pr�prios manifestantes. Quando foi dito que a pol�tica salarial do governo Romeu Zema � a mesma do PT, populares que protestavam no mesmo lugar contra a Vale e homenageavam as v�timas da trag�dia de Brumadinho, vaiaram fortemente os policiais.
Em resposta, eles come�aram a gritar “Lula ladr�o”. Mais cedo, j� haviam expulsado da Pra�a da Assembleia, alguns manifestantes que levaram cartazes com os dizeres “Lula Livre”. Os �nimos s� acalmaram quando um policial usou o microfone para alertar para a import�ncia de todos estarem unidos em defesa dos servidores – al�m deles, o movimento ganhou a ades�o de funcion�rio da sa�de e educa��o.
Da Assembleia, cerca de 200 manifestantes seguiram em passeata para a Pra�a Sete, no Centro de Belo Horizonte. Eles queimaram dois caix�es simbolizando a morte de Zema.

No fim da passeata, as pessoas rezaram uma ora��o em homenagem �s v�timas e aos bombeiros, que trabalham no resgaste dos corpos do desastre de Brumadinho. “Eles merecem todo nosso respeito. Est�o se dedicando ao m�ximo e n�o receberam o que deveria”, afirmou um manifestante. (Com MF)