
A mentalidade dos estudantes de direito, que buscavam o servi�o p�blico pela estabilidade e aposentadoria diferenciada, passar� por mudan�as com a aprova��o da reforma da Previd�ncia. A avalia��o � do advogado e mestre em direito empresarial Thales Catta Preta, novo diretor do curso de direito do UniBH, que aponta a valoriza��o do empreendedorismo e da autonomia profissional como novos objetivos dos estudantes.
“A reforma da Previd�ncia mudar� o anseio do estudante de direito. Havia quantidade grande de alunos que faziam direito pelo alto n�mero de concursos p�blicos, que ainda existem, e o grande atrativo eram a estabilidade e a possibilidade de aposentar recebendo vencimentos integrais. Tudo indica que a reforma, que � necess�ria para o pa�s, vai acabar com isso. Em um curto espa�o de tempo vai acontecer mudan�a de mentalidade”, considera Catta Preta.
Entre os pontos da reforma da Previd�ncia que est� sendo discutida pela equipe econ�mica do governo federal est�o os benef�cios dos servidores p�blicos. Hoje, ao se aposentar, essa categoria recebe o mesmo valor que ganhava na ativa. A reforma pretende levar a regra do teto do INSS (atualmente em R$ 5,8 mil) para o funcionalismo p�blico.
Al�m da mudan�a nos benef�cios aos servidores, a reforma tratar� tamb�m de altera��es na idade m�nima para se aposentar e a poss�vel implementa��o de um regime de capitaliza��o. Por se tratar de uma proposta de emenda � Constitui��o (PEC), a reforma precisa do apoio m�nimo de tr�s quintos dos deputados (308 dos 513) para ser aprovada e enviada ao Senado.
Nesta semana, o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM), avaliou que dentro de dois meses � poss�vel votar o texto no plen�rio, mas como v�rios temas do projeto seguem indefinidos, a tramita��o pode ser mais lenta do que o prometido pelo parlamentar.
Para Thales Catta Preta, as mudan�as na expectativa dos estudantes de direito j� s�o sentidas nas universidades pelo pa�s e as novas gera��es n�o priorizam tanto a estabilidade quanto gera��es passadas.
“O perfil do jovem hoje � muito mais empreendedor do que das gera��es passadas. Eles querem ter neg�cio pr�prio. O advogado quer ter seu escrit�rio pr�prio ou ent�o fazer parte de um escrit�rio com certa autonomia e uma estrutura mais horizontal”, diz o diretor.
Diante da mudan�a das regras previdenci�rias e do perfil dos futuros advogados, as experi�ncias profissionais adquiridas ao longo da forma��o e da carreira se tornam um diferencial para advogados.
“O mercado do futuro n�o vai comportar essa estrutura vertical, em que o advogado entra como j�nior, depois se torna s�nior, pleno e s�cio. Esse modelo est� fora de moda. As estratifica��es artificiais n�o v�o prevalecer mais. O profissional que ser� valorizado � o que, at� com pouco tempo de formado, conseguir acumular experi�ncias”, afirma.