Bras�lia – As frentes parlamentares que atuam em favor dos empres�rios, evang�licos, mulheres, ruralistas, armamentistas e sindicalistas ter�o for�a no novo Congresso Nacional que se formou h� pouco mais de uma semana.
Estudo do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) mostra que as informalmente conhecidas bancadas da B�blia e da bala aumentaram de tamanho. Especialistas atribuem o resultado das elei��es presidenciais como principal justificativa.
“O presidente Jair Bolsonaro priorizou a flexibiliza��o da posse de armas e falou sempre � ‘tradicional fam�lia brasileira’. Sinalizou, portanto, sua inten��o de ter contato com esses dois segmentos. Parlamentares que buscam apoio do Planalto podem estar se aproveitando disso para tentar se aproximar do novo governo”, analisa o professor de ci�ncia pol�tica da Universidade Federal de Goi�s (UFG) Marcelo Oliveira. De acordo com ele, o interesse em bancadas segmentadas � pr�tica considerada antiga, mas eficaz. “D� para conseguir muitos aliados”, diz.
A bancada em favor dos empres�rios re�ne o maior n�mero de parlamentares eleitos em 2018 — 193 pessoas, seguida pela de evang�licos (85) e de mulheres (85). Ao todo, existem 244 frentes parlamentares registradas na C�mara, segundo informa o site. Muitas est�o inativas desde 2015, data do �ltimo despacho.
“� praticamente uma bancada tem�tica para cada dois parlamentares. Isso sem pincelar que algumas pessoas simplesmente acumulam atividades atuando na presid�ncia delas”, diz o analista pol�tico da HC7 Pesquisas Carlos Alberto Moura.
� o caso da deputada Erika Kokay (PT-DF), titular de sete bancadas suprapartid�rias (Defesa da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportu�ria – Infraero 100% P�blica, Defesa da Reforma Psiqui�trica e da Luta Antimanicomial, Defesa do Setor El�trico Brasileiro, Defesa dos Terceirizados da C�mara Federal, Defesa dos Direitos Humanos, Defesa dos Povos Tradicionais de Matriz Africana, de Enfrentamento as DST/HIV/AIDS).
“As frentes s�o instrumentos muito importantes, especialmente por serem suprapartid�rios. Uma �nica pode envolver, a partir de tem�tica, v�rios partidos. Por isso, h� dimens�o maior. Elas representam a possibilidade de trabalhar com agenda do Legislativo acerca das mat�rias, articula��o com outros segmentos do estado. S�o espa�os para interven��o na agenda do Executivo, do Judici�rio e da sociedade civil”, respondeu Erika.
Parentes
Deputados e senadores com parentes na pol�tica (filhos, esposas, sobrinhos) foram considerados no estudo divulgado pelo Diap. Ao todo, 174 congressistas que foram eleitos para a 56ª legislatura do Congresso t�m rela��o com dinastias pol�ticas.
“Como eles n�o defendem oficialmente nenhuma ideia, podem ser considerados apenas um fato curioso. Algo a ser refletido quando algu�m fala sobre ‘renova��o do Congresso’”, critica o analista pol�tico Carlos Alberto Moura.
Deputados de primeiro mandato, os pedetistas T�bata Amaral (SP) e T�lio Gad�lha (PE) visitaram o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) em busca de conselhos sobre articular uma “bancada da educa��o”. Atualmente, existem seis que tratam do tema distribu�das pela C�mara (Defesa dos Institutos Federais de Educa��o, Ci�ncia e Tecnologia, Defesa da Implanta��o do Plano Nacional de Educa��o, da Educa��o, Defesa da Qualidade da Educa��o, de Investimentos Federais na Educa��o, pela Educa��o do Campo).