Monitorar bispos exp�e Pa�s a rid�culo internacional, diz petista ligado � Igreja

Lideran�a do PT com maior liga��o com a Igreja Cat�lica, o ex-ministro Gilberto Carvalho disse que a decis�o do governo Jair Bolsonaro de monitorar os bispos que v�o participar do S�nodo da Amaz�nia, em outubro, em Roma, exp�e o Brasil ao "rid�culo internacional". Segundo ele, � errado supor que a Igreja � um "bra�o do PT", como pretendem setores do governo. Para Carvalho, ao mirar nos bispos, o governo, que tem forte influ�ncia evang�lica, estimula a divis�o religiosa no Brasil e tenta encobrir os problemas ocorridos no in�cio da administra��o Bolsonaro.

"Como brasileiro, fico envergonhado", disse Carvalho. "O S�nodo � uma iniciativa da Santa S� que articula bispos de toda a Amaz�nia que vai muito al�m do Brasil. Tem o Peru, Col�mbia, Venezuela, Equador", concluiu o ex-ministro.

Dizendo esperar que os militares "com bom senso" revejam o que ele chama de "tentativa de criar um Estado policialesco", Carvalho considera perigosa a ofensiva do governo amparado por evang�licos contra a Igreja Cat�lica.

"Uma not�cia dessas ridiculariza o Brasil, al�m de mostrar a pretens�o de criar um Estado policialesco. Ao mesmo tempo p�e lenha na fogueira dessa guerra religiosa que eles tentam criar no Brasil. � perigoso separar cat�licos de evang�licos. Este governo tem um setor evang�lico com muito peso e isso � ruim para a laicidade do Estado, para a liberdade religiosa", afirmou.

Carvalho negou que a Igreja seja "um bra�o do PT". Ele lembra que a Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) jamais emitiu uma nota oficial em defesa dos governos do PT e que organismos ligados � Igreja como o Conselho Indigenista Mission�rio (CIMI) e a Comiss�o Pastoral da Terra (CPT) tiveram postura cr�tica aos governos Luiz In�cio Lula da Silva e Dilma Rousseff, al�m de lembrar o epis�dio envolvendo o bispo de Barra (BA), dom Luiz Cappio, que fez greve de fome contra a transposi��o do Rio S�o Francisco na gest�o Lula.

"Majoritariamente a Igreja Cat�lica nunca teve liga��o com o PT. De jeito nenhum. Sempre foram minorit�rios os setores da Igreja que tiveram uma liga��o mais forte com o PT. H� uma �rea ligada �s comunidades de base que tem pontos de converg�ncia com o partido. Tem gente que foi despertada para a milit�ncia a partir de Igreja, mas parceria nunca houve", disse Carvalho.

"Tamb�m nunca houve um documento da CNBB que tenha elogiado os governos do PT. O que houve foram conflitos como a quest�o do dom Cappio. O Cimi o tempo todo teve uma postura cr�tica contra o governo Lula. O mesmo Cimi que est� criticando o governo Bolsonaro agora."

Segundo ele, o governo tenta criar uma cortina de fuma�a para os problemas ocorridos desde a posse de Bolsonaro. "Este an�ncio de monitoramento obedece a uma t�tica canhestra de o tempo todo encontrar inimigos, de forma conspirativa. At� para encobrir os problemas que eles t�m neste tempo de governo", afirmou o petista.