
Rio de Janeiro – O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira que a reforma da Previd�ncia vai combater os gastos p�blicos, em discurso durante a cerim�nia de posse da presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), Susana Cordeiro Guerra, no Rio. “A reforma da Previd�ncia � o primeiro ataque robusto aos gastos p�blicos”, afirmou. O ministro voltou a citar argumentos sempre presentes em seus discursos, como a defesa de que a elei��o de Bolsonaro significa que o Brasil � uma “democracia vibrante”, com “poderes independentes”, e a avalia��o de que todos os governos ap�s a redemocratiza��o foram “sociais-democratas”, e que agora � hora de um governo liberal.
Ao lembrar a hist�ria da economia brasileira, Guedes classificou como “truncada” a transi��o de uma pol�tica econ�mica focada em investimentos em infraestrutura e ind�stria da base, durante os governos da ditadura militar, para uma pol�tica de aumento de gastos nas �reas sociais, como sa�de e educa��o, a partir dos governos civis. Segundo ele, essa transi��o deixou de lado o controle dos gastos p�blicos, levando � hiperinfla��o. Mesmo ap�s a estabiliza��o, o problema do aumento crescente dos gastos dos governos n�o foi atacado. “Um programa virtuoso de estabiliza��o leva um ano e meio. Levar 10 anos � sinal de que n�o est� atacando gastos fiscais”, afirmou Guedes, numa refer�ncia ao Plano Real.
O ministro chegou a dizer que “s� agora come�amos a atacar” os gastos p�blicos, embora tenha dito que queria “dar o cr�dito” a iniciativas anteriores, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, de 2000, e o teto dos gastos p�blicos, criado no governo Michel Temer. “Tudo isso veio, mas n�o adianta botar teto se n�o tem paredes. Hoje o teto est� solto”, afirmou Guedes. Ele alertou que o problema do gasto p�blico excessivo ainda precisa ser atacado por causa do elevado endividamento p�blico. Segundo Guedes, a d�vida p�blica � composta por “ativos ruins”, com juros altos, e cresce como uma “bola de neve”. “Aparentemente est� tudo calmo porque a infla��o est� baixa, mas a d�vida est� chegando a R$ 4 trilh�es”, afirmou o ministro.
OTIMISMO Paulo Guedes afirmou tamb�m que est� otimista com a tramita��o da proposta no Congresso, que ele espera ver aprovada neste primeiro semestre. “Temos otimismo com a tramita��o”, afirmou, em r�pida entrevista, ao deixar a cerim�nia de posse da presidente IBGE. O ministro j� havia demonstrado confian�a com a articula��o pol�tica durante o discurso de 27 minutos na cerim�nia de posse. “Do meu lado, particularmente, tenho experimentado Bras�lia sentindo ventos de otimismo”, afirmou. Segundo Guedes, os tr�s poderes independentes da Rep�blica “querem trabalhar juntos”.
O ministro destacou tamb�m que tanto o presidente da C�mara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), t�m demonstrado apoio �s reformas. “O Judici�rio reconhece a necessidade de reformas”, acrescentou. Guedes ainda ressaltou a boa articula��o com o Congresso ao citar a necessidade de fazer privatiza��es de empresas estatais. “O Congresso que chegou (com as elei��es de 2018) entende isso. Tenho tido �tima capacidade de di�logo”, disse.