Comiss�es da C�mara t�m overbooking

Reeleito presidente da C�mara dos Deputados com o apoio de 19 partidos, Rodrigo Maia (DEM-RJ) repetiu uma pr�tica da "velha pol�tica" na campanha: prometeu cargos e espa�os na estrutura da Casa. O problema, denunciam deputados, � que em alguns casos ele reservou a mesma cadeira para siglas diferentes, causando um "overbooking" na hora de acomodar todos.

O "congestionamento" ocorre principalmente nas comiss�es, por onde passam os projetos antes de chegarem ao plen�rio. O comando desses colegiados � disputad�ssimo. Os presidentes das comiss�es definem a pauta e o ritmo de vota��o das mat�rias, al�m dos relatores. E, de quebra, ganham protagonismo na rela��o com o governo.

O impasse paralisa a C�mara, que completar� um m�s de funcionamento sem que as comiss�es estejam em atividade. "Essa divis�o tem que acontecer dentro do que foi combinado, se n�o ficar� dif�cil", cobra um l�der governista que pediu para n�o ser identificado.

Um exemplo deste "overbooking" est� na Comiss�o de Finan�as e Tributa��o, uma das principais da Casa, que discute temas econ�micos. Parlamentares do PSL e do MDB juram ter recebido a promessa de Maia de que a comandariam. Por enquanto, os emedebistas s�o "favoritos".

Na Comiss�o de Transportes, mais briga. O DEM e o MDB acusam Maia de ter oferecido uma �nica cadeira de presidente para os dois partidos. Uma reuni�o est� marcada para hoje para discutir a partilha, mas Maia j� admitiu que deve deixar a divis�o final para depois do carnaval.

At� a instala��o da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ), a mais importante da Casa, foi adiada. A previs�o era de que ela teria seus membros indicados e seu presidente eleito hoje, mas ontem Maia recuou. Segundo ele, parlamentares preferiram esperar o envio do projeto que trata da aposentadoria de militares. � na CCJ que a reforma da Previd�ncia come�ar� a ser discutida.

Nesse caso, o "overbooking" � interno, no PSL. Quatro nomes disputavam a indica��o do partido que, depois de muita negocia��o, optou por um rod�zio. Felipe Francischini (PR) deve comandar o colegiado neste ano; Marcelo Freitas (MG) estar� � frente no ano que vem e Bia Kicis (DF) assumir� em 2021.

Maia rebateu cr�ticas. "Apenas o PT n�o veio conversar comigo para escolher comiss�es. Os dois blocos que apoiaram a minha candidatura t�m as 12 primeiras escolhas. Ent�o, n�o temos nenhum problema", disse ele ao Estado.